Te ninei das mãos aos joelhos
e disse que velaria teu sono.
Distante me pego olhando
os olhos que nos meus pequenos refletiam,
e dizia a distância que me cosumia;
fica aqui pensamento.
quarta-feira, dezembro 21
terça-feira, dezembro 20
Tentando explicar
Como de costume a promessa não existiu,
não pude, não soube e não era.
Ainda sim que aqui dentro residem todas as ideias,
tudo aqui se manifesta e se reconcilia.
Tentei abrir a boca e declarar a minha vida,
como sempre faço com os olhos mexidos.
Roubei teu ar por uns instantes em que pude
redigir a carta de minha motriz viva,
e lhe assobiei um pouco nos ouvidos.
Ainda sim, teu corpo que quase a mim incompreendido,
oscilou em saber que língua era aquela,
que som distante e vivo engrandecia nas orelhas,
mas que talvez nada dizia a sua couraça.
não pude, não soube e não era.
Ainda sim que aqui dentro residem todas as ideias,
tudo aqui se manifesta e se reconcilia.
Tentei abrir a boca e declarar a minha vida,
como sempre faço com os olhos mexidos.
Roubei teu ar por uns instantes em que pude
redigir a carta de minha motriz viva,
e lhe assobiei um pouco nos ouvidos.
Ainda sim, teu corpo que quase a mim incompreendido,
oscilou em saber que língua era aquela,
que som distante e vivo engrandecia nas orelhas,
mas que talvez nada dizia a sua couraça.
Reconhecendo
Me peguei hoje mentirosa e arrogante
sentindo mais uma vez a culpa de ser humana.
Parei e me vi neste estado, sentei-me.
Olhei minhas mãos e vi os mesmos traços,
olhei nos meus pés e vi as mesmas falhas.
Acho que não mudei tanto assim.
E arrogante e mentirosa continuei a conversa.
sentindo mais uma vez a culpa de ser humana.
Parei e me vi neste estado, sentei-me.
Olhei minhas mãos e vi os mesmos traços,
olhei nos meus pés e vi as mesmas falhas.
Acho que não mudei tanto assim.
E arrogante e mentirosa continuei a conversa.
Ouvi dizer
Ouvi dizer que as pessoas são burras.
Que nada disso aqui é verdade,
nem a cura, nem a doença nem o hospital.
Os sentimentos são vias estreitas,
que as vezes se bifurcam e se prolongam,
mas jamais existem placas.
Ouvi dizer que é ruim ser você mesmo,
que é pecado sentir prazer,
que a dor do outro é menor que a sua,
e que não ser ótimo é ser um perdedor.
Os dias nada mais são que cabrestos,
as horas arrodeiam seu maxilar,
e os momentos são o próprio envolver,
juntos numa grande mentira.
Ouvi dizer que morremos de fome,
dessa coisa que dizem ser viver,
que famintos caminhamos em persistir, reagir e coexistir,
que o que mata a fome nos mata de tédio também.
Ouvi dizer que planejei esta farsa toda.
Que nada disso aqui é verdade,
nem a cura, nem a doença nem o hospital.
Os sentimentos são vias estreitas,
que as vezes se bifurcam e se prolongam,
mas jamais existem placas.
Ouvi dizer que é ruim ser você mesmo,
que é pecado sentir prazer,
que a dor do outro é menor que a sua,
e que não ser ótimo é ser um perdedor.
Os dias nada mais são que cabrestos,
as horas arrodeiam seu maxilar,
e os momentos são o próprio envolver,
juntos numa grande mentira.
Ouvi dizer que morremos de fome,
dessa coisa que dizem ser viver,
que famintos caminhamos em persistir, reagir e coexistir,
que o que mata a fome nos mata de tédio também.
Ouvi dizer que planejei esta farsa toda.
Uma conversa dura
Andei conversando com meus outros egos e descobri coisas. Coisas que jamais saberia se não deixasse de lado o que alguns deles diziam. Talvez porque o primeiro se achava tão inteligente e interessante que o resto não poderia falar absolutamente nada. Talvez porque o segundo andou tão incumbido de sua própria dor e sementinha da vida enclausurada que ninguém poderia -ou teria paciencia- de ouvir o que quer que fosse. Talvez porque, na terceira parte que me toca esse ego lascivo e egoista, que tudo deseja e tudo quer, no eu que eu seria menor que o proprio eu, nesse onde a raiva e a colera tudo dizem, a mim nada diziam em perfeito. Talvez porque um terceiro bobo e consideroso demais, ficasse ressentido de falar algo que me magoasse, e por fim, que fosse longe de sua existencia ser eu mesma.
Andei conversando tantas coisas, e ponderando tudo que nada meus braços poderiam. Conversando comigo, conversando com meus egos, todos eles, partidos e inclusos, onde em mim caracterizam a pessoa viva, que anda e fala, que fica triste e feliz por qualquer coisa. Refletindo sobre como e quando me tornei e porque, de onde e para que. Até que me deparei pensando que jamais poderia juntar tudo sem perder-me, e do que mais eu viveria se não da minha intempestiva condição? Se me junto e me retalho em cada dia da minha vida. Me escolhendo egoista, burra ou santa. Sendo sincera, veemente e claustrofobica. Dando conselhos que agem mais rapido na minha boca que na minha mente, como se nao estivesse falando aquilo. Pensando em como pensar perfeitamente, para que o outro consiga entender o que eu sinto. E falhando como tudo que é vivo e vive. Pensei e conversei também com a minha falta, com o meu desprezo e a minha intolerancia, peças vivas nos meus ossos. Pedi respostas e travei perguntas, de onde lá sabem todas as coisas do meu coração, eu pedi que me trouxessem um alento.
Que equilibrio existe quando se fala com seu proprio coração?
Andei conversando tantas coisas, e ponderando tudo que nada meus braços poderiam. Conversando comigo, conversando com meus egos, todos eles, partidos e inclusos, onde em mim caracterizam a pessoa viva, que anda e fala, que fica triste e feliz por qualquer coisa. Refletindo sobre como e quando me tornei e porque, de onde e para que. Até que me deparei pensando que jamais poderia juntar tudo sem perder-me, e do que mais eu viveria se não da minha intempestiva condição? Se me junto e me retalho em cada dia da minha vida. Me escolhendo egoista, burra ou santa. Sendo sincera, veemente e claustrofobica. Dando conselhos que agem mais rapido na minha boca que na minha mente, como se nao estivesse falando aquilo. Pensando em como pensar perfeitamente, para que o outro consiga entender o que eu sinto. E falhando como tudo que é vivo e vive. Pensei e conversei também com a minha falta, com o meu desprezo e a minha intolerancia, peças vivas nos meus ossos. Pedi respostas e travei perguntas, de onde lá sabem todas as coisas do meu coração, eu pedi que me trouxessem um alento.
Que equilibrio existe quando se fala com seu proprio coração?
segunda-feira, dezembro 19
Passeando
Andei passeando por tantas vontades,
e delas pude tocar o contorno
nas mãos a força desconhecida,
que contra a pele me chamava.
e delas pude tocar o contorno
nas mãos a força desconhecida,
que contra a pele me chamava.
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