terça-feira, abril 6

Duas cartas por semana

eu escrevia duas cartas por semana
três versos em simpatia mais quatro de aversão,
era mais simples do que se imaginava,; era amor.


e nem eram cartas simples, nem sonetos, nem arraiais.
eram palavras de deleite ao que jamais poderia ser,
e se contasse como escreve-las era simples,
morreria de tédio por pouca aclamação.


eu escrevia duas cartas por semana,
e nem sequer as remetia,
era mais fácil dizer a quem quer que fosse.


e nem eram amores de tantas vezes,
eram palavras de curtas preces,
e longas e cansativas saudades,
daquelas de antigamente, amarelas.


eu escrevia duas cartas por semana,
era muito para o que escrever se tornou,
era pouco para o que tudo aquilo pedia.


E nem eram o bastante..
nem o suficiente,
nem nada mais do que pedia.

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