Há dias em que ele só quer passar despercebido e mesmo que
sem querer, é muito bem visto.
Já notei suas visitas ao meu mundo, são quase diárias. De onde
seria e como chegou aqui, dessa forma tão repentina?
Não notei, mas já me tomara espaço. Apesar de abarrotado
ser esse meu mundinho, inserir-se para ele foi necessário.
Que audácia, COMO OUSA? Pensei. Pois afinal, nem lhe conheço.
Seria pretensão demais achar que por mim estivesse enamorado,
eu, logo eu, que jamais busquei no fundo de seus olhos as
respostas dos meus temores. E apesar de lhe fitar, os mesmos olhos
as vezes, relutei em dar reciprocidade.
Dias e mais dias, e jamais lhe tirei do pensamento. Busquei de várias
formas saber mais sobre ele e então depois da tormenta, vi a calmaria
em um dialogo muito rápido, porém eficaz. Depois disso, meu coração
já era todo seu. Tremula, as palavras eram curtas e mal preparadas, como em um primeiro
dia no colégio, com medo e receioso.
Jamais quis sua presença tão permanente, porque apesar de estar aqui comigo
os ventos que sopram ao sul levam o dono do seu proposito.
E ao te ver novamente, vi que tinhas um nome; Saudade, que se instalou sem pedir permissão, e só deixou o lamento de tudo que poderia ser e por obra do destino, não foi.
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