Ah, se agora a guitarra não chora
os amigos não bebem e a noite se foi.
Os bares vazios a mente também.
Volto a ti, linda donzela de corpo
daquela mesma, mesma guitarra
que toquei por dias, por anos...
Se sofres tanto, como sofreu minha
música, sinta comigo agora a nostalgica
saudade, daquela mesma viola.
Linda moça, tudo se foi e só sobramos
nós, esta mesa vazia e teu copo não tão cheio.
Vazio teus olhos.
Não contemplam nada, não me vêem..
não me vê assim, triste e sozinho...
só tua dor que nem ao menos em palavras,
cordas ou tons, eu poderia assim repartir
o teu lamento?
Converse comigo, não tão bêbado estou.
Se é que realmente ainda existes...
mas existes sim, aqui.. aqui.. aqui...
Aqui nesse copo, aqui no meu fígado
no meu coração, o que é o meu coração?
Saia dessa mesa vazia, desse copo não
tão cheio e me diga, se ainda posso tocar-lhe
em corpo ou em viola, viola minha.
É fácil, quando era fácil.
Quando era jovem, ver-te. Mas
lhe vi enfim, quando meus grisalhos
cabelos me descobriram, quando meus
dedos não suportam mais as cordas e
a viola, minha viola... me deixou.
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