domingo, junho 20

É de tudo.

são tantas as vezes de dizer,
por mais absurdas, ditas.
e menos veneradas, palavras.


é tudo a ser o que não sou,
da fraqueza de se ser.
comunhão de toda passagem.


são tantas as vezes de dizer,
que falar é um tanto constrangedor,
tímidas vezes de se dizer a verdade.


é tudo a ser o que não é,
da ligeira maneira de fugir.
não se sabe o prazer de calar.


são tantas as vezes de dizer,
que se espalham murmúrios,
nos olhos de quem não disse.


é tudo a ser o que não foi,
do olhar de muitos dizeres,
não se diz a boa e velha maneira.

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