sexta-feira, outubro 23

Carta do Limiar

Você,
De minha maldade a impunidade; é você meu limiar. Me transpõe em algo que suponho não ser, nem saberia se só. Ainda que possa, se desejo é cada pedaço de meu pensamento e se fracos os vestígios são amontoados... subvertem minha bondade. Será que é verdade? Não há mistério nos meus dizeres, há controversa nos meus fazeres. A tua fala que abrandava meu coração agora se despede, se o costume regenera minhas forças, eis que troco o não pelo que seja. As vezes, você, do gosto mais profundo das minhas recordações, da fala trancosa de meus dias solitários... as vezes você é a parte de mim que rejeito. Essa rejeição com gosto de prazer imediatista, eis que provo formoso e descontente, com a boca cheia de tuas formas. E me engulo de tanta rejeição, sentido a cada destilar o calar desse teu significado ausente.

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