sábado, novembro 29
Filhos esquecidos.
Eu sou filho de João ninguém
sou filho de Maria pouca coisa,
sou filho das ruas e das praças,
sou filho do meio, fruto da coisa.
Eu sou filho do pão dormido,
sou filho da mágoa guardada,
sou filho do esquecimento,
sou filho da voz exteriormente calada.
Sou filho da falta de escolha,
sou filho da conclusão precipitada,
sou filho da remota possibilidade
sou filho da luta em mãos, contra a mão armada.
Sou filho da dor e da tristeza,
sou filho dos farrapos que me vestem,
sou filho de um ventre esquecido,
sou filho da margem que os perseguem.
Sou filho do pouco que me resta,
sou filho de um país em decadência,
sou filho das vozes que dizem
sou filho da voz precipitada, onde sou demência.
Sou filho do vento que me congela,
sou filho do calçar dos pés não existentes
sou filho do arrastar do corpo
sou filho do cariar dos dentes.
Sou filho da ignorância e estupidez,
sou filho da lágrima e da dor
sou filho e fruto da sociabilidade
sou filho perpétuo de toda falta de calor.
Sou filho da imprudência regente,
sou filho do meu pai que me deixou
sou filho da mãe que enlouqueceu
sou filho das ruas, das luas... e acabou.
Corta
sem se importar.
Esquece do querer,
se o outrem sequer tem.
Corta e nem espera..
ver o desastre chegar.
Na Música
Fui de todas as vozes, de todos os versos...o eu e o você.
Fui de todos os amores, de todas as dores e rumores..
de todos os sentidos e sentimentos, de todos os abrigos e corações
partidos.. já fui de paixão e saudade, da mágoa à reciprocidade,
até o próprio medo e a repulsa.. o ignorar e a dor contida,
já fui a musa e o pecado, o vestido e o sapato.. e a falta dos dois.
Luas e corpos nus, ventos e lembranças, dores, amores..
sempre fui, de todas elas, sempre fui eu...
vivendo na música, da música a liberdade de meus dias.
Tudinho
Mas nem tudo,
foi embora.
Tudo mudou,
mas sei, só eu sei
o que foi embora.
Tudo mudou,
e só a parte ruim..
ficou de fora.
Tudo mudou.
Admirada
Gosto de janelas,
que batam sol.
e incide o feixe,
a fresta reluz,
e eu sempre fico...
admirada.
Memória vã
desde quando perdi,
e quando vou encontrar.
mas que diabos posso fazer?
se não sei desde quando,
e não posso falar se foi,
se deixou de ser ou se ainda é.
Onde foi que perdi,
será que dá pra lembrar?
ou será, que esquecida..
pra sempre vou estar?
Algumas garotas
só querem seu dinheiro,
talvez sexo a noite inteira
ou uma rápida no banheiro.
algumas garotas,
só querem dormir,
acordar cedinho
e tomar o sol das sete.
algumas garotas,
só querem balada,
só querem bebida,
um beijo na boca,
e um adeus noturno.
algumas garotas,
só querem amar,
dormir agarradinhas
poder contemplar..
algumas garotas,
só querem prazer,
descartável e indolor,
sem nomes e telefones,
apenas, aventuras.
algumas garotas,
só querem namorar,
para poder acertar..
quem as namore de verdade.
algumas garotas,
querem olhar pra você,
e te dizer sem falar,
que o que ela realmente quer,
você vai ter de adivinhar.
Algumas garotas apenas,
só uma parte delas...
Pela casa
Esse armário,
e essa cama,
esse sofá
e esse banheiro...
essa cozinha,
e esse chuveiro.
Nada mais reclama.
Nina..
porque eu briguei..
briguei com ela.
E agora passa rápido,
na minha frente,
não quer papo..
nem carinho..
nem nada.
Mas depois ela volta.
Na companhia do vento
quando nos voamos alto,
sentimos que somos únicos,
talvez meros desesperados..
pela felicidade escorregadia.
Mas ele me compreende,
entende, minha liberdade.
me enfrenta quando erro,
e me diz quando sinto saudade.
ele sempre diz na hora certa,
tudo que não digo sozinha.
E sou feliz pela falta alheia,
talvez, por algumas horas...
pelo tempo que me resta.
Tudo é sempre calmo,
quando estamos em comunhão.
Juro que nada vai afastar,
e tudo vai permanecer..
sempre que peço a Deus
um instante...
é sempre para respirar assim.
Um dia de paz
e tão farta.
tão imune
e desacreditada,
porém contente..
e admirada.
que enfim
me libertei.
sexta-feira, novembro 28
quinta-feira, novembro 27
Uma da manhã
eu durmo..
uma da manhã.
como é que vai ser,
se tiver que acordar..
pela manhã?
Só minhas olheiras,
vão dizer.
Sábado
comida japonesa,
raiz forte..
pode ser sorriso,
ou pode ser... ?
depois
fomos beber,
fomos falar..
da vida que passa,
desse nosso olhar.
desse amor inútil!
maldito calar.
e de tanto conversar,
perdi a hora..
cinco da manhã!
como vou acordar?
pois a prova me espera,
as duas.
Amor musical
me deixa.. entregue.
a um amor, musical..
a uma dor, tão gostosa..
e dói de sorrir,
cada vez que a escuto.
Madeleine minha querida,
Meu vasto sentir enamorado..
sou assim como você,
uma espécie de retorno ao passado..
que regrava um poema em novas vias,
mas não perde, jamais..
seu sentido antigo.
De estimação
duas vezes.
e eu reduzo,
apenas uma.
ele sorri, volta,
e me pergunta,
se tenho dono....
e lhe digo,
que não sou..
não sou de estimação.
Eu tenho
na primeira adversidade,
na segunda, temperança.
e me pergunte,
se eu posso viver do adverso?
Não posso, nem consigo..
me falta....
Finco o fico.
nada,
nada me levar.
apesar de burra,
apesar de boba..
tento me acalmar.
meu coração tolo,
insiste em navegar,
em torrentes tantas!
mas não deixo,
nada me levar,
finco minha teimosia,
e fico, fico por lá.
Tudo de uma vez
que frio na barriga,
esse meu desconhecer.
tudo indo como deveria,
e eu como fico? Fico aqui!
Caramba!
Quanta novidade,
e se isso tudo for verdade?
Eu ficarei em paz.
Descobri!
todo mundo, dizendo..
E não ouço sequer um a,
não consigo entender nada.
estou surda ou algo parecido?
não não... apenas estou, calada.
Gosto mesmo
eu gosto,
gosto mesmo de você...
e se me perguntar,
se um dia, eu quero?
só se for com você...
quarta-feira, novembro 26
Mais uma vez
vi tudo acontecer
da minha cadeira..
o ladrão comparecer.
são sempre dois,
nem sempre armados,
mas correm feito o vento
sinuosos como o diabo.
e eu assisto tudo,
do fundo sempre vejo,
a cara de pânico...
e meu coração sempre com medo.
eu peço a Deus que me segure,
que me guarde nesses dias..
pois a coisa tá feia,
e piora, a cada dia.
Eu..
quais eram as palavras..
que deveria dizer..
então prefiro,
calar-me.
é tudo que posso fazer.
Nada mudou
e eu estou aqui
tomando meu café,
escrevendo.
nada mudou,
e eu posso ver..
que o mundo esqueceu,
de me carregar em seu girar.
nada mudou.
e eu fiquei a ver,
tudo passar tão rápido
e minhas mãos curtas..
não alcançam mais.
nada mudou,
mas eu fiquei,
pra trás....
Por vocês
umas das outras.
Uma mão no rosto,
um beijo a testa..
um desacordar e dormir,
um abraço e uma frase,
não faço mágica..
não faço..
mas faço tudo por você.
Ligadas
também pudera
tanta informação...
e eu a entendo,
como desconheço meu mundo,
do outro mundo..
compreendo o que posso.
Mas te dou a mão.
Eu juro
te ter nos braços
e te dizer o que mais quis,
o que sempre quis dizer..
a quem nunca existiu.
Juro que tentaria,
ser teu abraço..
ombro amigo, e tudo mais.
ser teus olhos, teus dias..
e o que mais pudesse.
mas estou presa,
completamente presa,
a tudo que não me convém.
Sim
não gosto de ninguém.
mas o que me dói,
e a incerteza..
que tenho quando dizes.
Porque, nem eu sei.
Nem viu..
um pranto tímido.
Insolente como sempre.
Daquele que você
viu e não viu, o motivo.
Do quanto não quis,
e do quanto quis..
dizer o que não pude.
Separei meus dias.
Tentei ser firme,
sempre sorridente
e fui até onde nem pude,
onde me fiz inconsciente.
E andei pelos dias só,
sozinha em minhas ruas,
descalça e vulnerável..
a chorar baixinho.
terça-feira, novembro 25
Só assim
E bate um pingo, respingo do muro..
do laranja o balsamo de seus dias,
e arde e seca e molha depois,
e sobrevive a cor de minhas manhãs,
na minha varanda do infinito,
as plantas são lindas e o ar é puro,
o chão gelado me acolhe, mas que dicotomia.
Tudo é do jeito que tem, tem tudo pra ser ótimo.
Que chovam os dias, e em outros suspenda!
E o sol vai raiar mais uma vez,
e as nuvens vão sorrir.. A lua me dirá boa noite,
e ficarei feliz, só assim.
Ah!
de dizer o quanto me faltam aqueles pequenos,
aqueles dias de tanta satisfação.
Em que me banhava em sorrisos sinceros,
em que me eram doloridas as bochechas do rosar,
de todas as vezes que o meu peito foi amassado..
com um abraço contínuo e de grande apego.
Que saudade!
Das minhas manhãs mais sinceras,
dos meus dias mais saudosos..
de todos os amigos que sinto falta,
dos rostos que até mesmo são vultos,
e que nas ruas os vejo passar apressados.
Talvez de alguns a minha memória vã se desmanche
mas persiste aquele incitante sentimento..
de sentir eternas saudades, dos meus dias..
ah quanta lembrança... quanto sorrir.
Firme
que sempre vaga
a minha procura.
que sempre busca
o meu olhar..
que finjo nem ver,
que fico a calar.
Até te ver,
e te descobrir...
finalmente.
O que vi e não reconheci.
meu abraço querido,
meu corpo despido,
meu lapso de amor.
ele é meu sim,
ele é meu prazer,
minha vontade,
meu querer.
Ele é tudo..
que nele posso querer.
segunda-feira, novembro 24
Não
com tudo isso.
Eu não ligo,
pra nada disso.
Tenho a mim,
e a Deus..
pra meus desterros.
Eu odeio quem te faz mal
quem te joga num canto,
te faz de animal..
não respeita suas dores,
que são minhas dores de mortal!
Ah maldito seja!
o amor e suas peças,
coadjuvantes miseráveis,
sem papeis glamurosos,
sem saudades eternas,
sem lamentos bruscos..
nada é tão lamentável quanto amar.
nada é tão doloroso quando não amar.
E eu odeio quem te faz infeliz!
Quem rouba teu sorriso,sua luz.
Mas eu odeio odiar isso tudo,
porque me faz mal..
odiar tudo isso.
Entenda comigo.
Mas que bobagem..
tudo foi, tão bonito.
Era tudo verdade..
Mas agora é só lembrança,
e lembrança fica num baú,
você assopra de vez em quando..
só pra não deixar cair no esquecimento...
breve.
Novamente ela.
quando pode,
joga o anzol,
e puxa a presa.
Oportunista de primeira,
espera a melhor hora,
gira o molinete,
e traz a carne viva.
E corta o outro no meio.
Sem a menor culpa..
desgraçada.
sábado, novembro 22
Amores fáceis
Amores fáceis,dentre bares.São o ópio,da solidão.Abrasam o corpo,incendeiam a alma,mas não aquecem..o maldito coração.
Respostas
É teu coração duro,
é tua escolha aguda,
burra, burra..
nada de caminhos fáceis,
estrelas próximas
são enfadonhas.
não é a falta de tempo,
não é o jeito difícil..
é a falta de você,
dentro de ti.
Perguntas
só anda,
sozinha.
é por querer,
precaução
ou santidade?
falta de tempo,
de coração
ou por pura maldade?
Vais ficar para tia.
Minha amiga margem
Sonhos
De nada me valem esses sonhos esquisitos,
esses passos constantes em um buraco negro.
Não me sobram palavras e me faltam ouvidos,
pois não entendo..
E os abraços, ah sim.. eles são os piores,
tão reais e dolorosos, que nem a saudade
poderia tecer igual.
quinta-feira, novembro 20
Só e somente só.
A mim, em meus dias, em minhas palavras.. até que o egoísmo poético me falhe
Serei apenas em meus versos, como eles vão ser.. na minha vida.
E que tudo mais esqueça, que tudo mais possa se esvair..
só quero meu verso e eu, só a minha poesia à mim.
E vamos ser como sempre fomos, sem que o resto nos zangue,
que se façam palavras tristes e que os dias se cubram de azul.
Até nas horas que as palavras falhem, só o sentir não será em vão.
E seremos meu verso e eu, minha poesia e meus dedos, meus pensamentos,
meus dilemas, minhas dúvidas e teorias, minhas certezas incertas,
sobre qualquer dos esquecidos, os lembrados e balbuciados..
Que meus dias sejam cobertos, de mim em minha poesia..
esse meu canto exaltado, numa esfera esquecida..
chamada o eu de mim pra mim, onde ninguém entra.
Onde ninguém chega, só.. e somente só.. a minha poesia.
Não me importa
corri nos becos e travessias, pelas ruas da madrugada..
pelo horizonte perdido, pelo mar que te abraçou.
Ninguém me deu notícias da sua alma inquieta..
do seu olhar que me conhece, do seu caloroso sentir.
E eu fiquei a sua espera, sentada no meio fio.
E na rua do tempo passou tudo quanto era sentimento..
a paixão corria apressada, o amor eu nem enxergava..
mas veio a raiva e o rancor, veio a mágoa e a tristeza,
todo mundo no mesmo lugar, um atrás do outro...
Mas no fim meio escondido, meio tímido e recuado,
estava o carinho, pedindo que alguém o resgatasse.
Ele sim sobreviveu aos desterros dessa cidade.
E cruzou a avenida sob meus olhos.
E corri sem saber dos carros, atravessei sem saber da morte,
derrubei a mágoa, a raiva, o rancor e a tristeza.. e salvei o carinho das mãos do tempo.
O segurei com toda minha força, e deixei que o resto decaísse...
Não me importa.
..Ellen
Veneno
tão bonito,
quanto perigoso.
é muito abrasador,
teu ventre coração,
te cobre de calor.
e então lhe entorpece,
lhe joga onde quer,
e você só adormece..
num sonho azul,
coberto de estrelas,
que você não conhecia..
e depois o sonho termina,
a voz se cala, os olhos se abrem
e você percebe o problema.
O amor é um veneno,
que tem de ser sugado por completo..
para desaparecer.
E depois do que sobrou,
o amor se transformou..
no antídoto.
Pois do próprio amor,
é o veneno e a cura,
pra se sobreviver.
Com ele tudo dói,
sem ele não há nada..
Daquela forma
Nem me dizer, que o amor é ascendente e que meu caminho está sobre as flores.
Nem me lembrar, me contorcer de uma saudade vã.
Nem sequer, quero esquecer... pois lembrei antes disso.
Nem escrever na linha da vida uma poesia triste..
Nem regar, todas as manhãs as pétalas de minha esperança.
Muito menos resgatar de uma foto um sorriso que não sei mais sorrir,
já não sei como sorrir daquele jeito.
Cortando relações
o meu sorriso,
a minha alegria,
as minhas flores,
minha lucidez..
deixei de lado,
meus amigos,
minha vida,
meus amores,
minha esperança.
larguei tudo,
desde o dia,
em que me deixei.
quarta-feira, novembro 19
Madrugada
que não sei que horas são.
Não me importam os ponteiros,
se meus olhos me desrespeitam..
eles sim ditam a minha saída.
A cada dia adormeço mais tarde,
permaneço em mim,
e resumo todo o resto..
terça-feira, novembro 18
Te digo de amor
sem saber do mesmo.
Na boca os dias com um sabor,
mas ele nunca mais será o mesmo..
Eu falo, te digo.. acredite.
Mesmo que o nome,
seja conseguinte traição..
o amor venerado que morre,
a morte do amor que nasceu em vão.
E eu tento, te dizer
que acredites, meu querido.
Esse tal vício, esse mérito.
ou até descontentamento..
que chamam de amor.
Alguma coisa pra se apegar,
um sentir ou até mesmo calar..
que faz o peito sentir..
as vezes responder por nós.
E lá estará o que procuras,
ou o que desistira...
ou sabes lá mais o que.
Quinta de Gori
para que seus braços,
pudessem ser meus..
só meus.
Para que essa tua barba,
viesse a mim de súbito..
e a pele entrasse em alvoroço.
Para que esse teu cheiro,
pudesse ser com o meu..
uma mistura controversa.
Um agridoce a boca amiga..
Para que, meu bem
eu ousasse te ousar,
pudesse te amar,
como bem quisesse..
Ser sua de eiras e beiras,
até onde não se possa mais..
Bem...
Escondem muito mais,
que sílabas..
significados impossíveis..
sem a tal compreensão.
( sobre a nossa conversa...)
segunda-feira, novembro 17
Retrato fiel da (nossa) insanidade
" A loucura marca...Cria, rasga, grita
Derrama, destrói, esmaga
Ama, chora, deleita
Sinceriza as coisas mais insublimes
A loucura cria, recria, esquece
Lembra, entende, amadurece
Deixa livre o que quer que seja... "
Um brinde a nós, R. Loiola!
Cara de pau
Talvez a minha cara de pau,
possa lhe dizer, mais do que posso.
E lhe falar que sou assim,
desse mesmo jeito que imaginas.
Ou talvez não, não sou nada disso ou aquilo.
A minha cara de pau, nem sempre é
sinal, de autoconfiança.
As vezes, só é pra esconder..
essa tal insegurança.
Preocupations Ltda
faz comida
todo dia,
pra sua filha.
pergunta se esqueceu
alguma coisa,
talvez, o celular?
Se preocupa,
meio estranho
esse preocupar...
Talvez recobrar,
o tempo perdido.
Novecentos e noventa e nove.
e noventa
e nove.
Mais um
e estou
nas minhas
mil palavras.
Nas minhas,
mil poesias,
e poemas.
Nas minhas
mil faces,
e mil desterros.
Nas minhas,
mil alegrias
e mil desalegrias.
Nas minhas
mil loucuras
únicas.
Nas minhas
mil reivindicações
e desapegos.
Nas minhas
mil paixões
e amores falidos.
Nas minhas
mil saudades,
e saudades mais..
E mil!
Há mais mil coisas,
pra se fazer por aqui
pra se dizer por aqui.
Árvore dos céus
Hoje meu coração sorriu, finalmente.
Cafeinando
Línguas
Eu daqui, você daí, e nós acolá.
Como entender? Como falar?
Porque esqueci, só posso me calar.
Daí eu tento dizer, pode falar mais devagar?
E você enlaça novamente... a língua no meu pensar.
E eu fico, daqui.. tentando adivinhar.
domingo, novembro 16
O rei sem dedo
nunca existirá.
A mostra do rei sem dedo,
é o que realmente acerta.
O incerto lhe move,
a circunstância é um passo.
E se foi ou não um acerto,
ficou apenas, no passado.
E o mundo perfeito,
que fique onde está.
Existe algo compreensível..
nesse meu mundo imperfeito.
E que as circunstâncias sejam,
da forma que deseja..
o tempo.
Assim que puder
falam por mim.
e ainda nem começou,
o que está por vir..
o cansaço me consome,
para tudo não estou afim.
Mas isso vai acabar,
logo terá seu fim..
e voltarei a sorrir as tardes.
Juntas
passeamos pela cidade,
olhamos o mundo de verdade,
vemos as cores da vida..
trançamos ventos e letras,
cantamos sobre o mar,
falamos da vida com destreza,
admiramos o luar..
somos únicas nessa vida,
egoístas no pensar..
eu e minha chatice estamos juntas,
até o dia que ela de mim, se cansar.
Dont
e arranjou um capuccino.
Só queria um pouco de paz,
e arranjou um conversador.
Só queria ir embora,
e ele a chamara pra sair.
Só queria ficar quieta,
e ele foi-se embora ao perceber...
que ela não estava pra papo.
No shopping
Ninguém me vê ali deitada, o segurança não se importa,
o sorvete está sendo colocado, a música começa devagar..
as guirlandas estão no céus, a música é Natalina...
Papai noel chega de jeans, roupinha vermelha nas mãos,
me olha com espanto, óbvio. Estou quase morta no banco.
Fico lá, perceptível. Minha amiga no reflexo me olha de cara torta,
diz para que levante com o olhar, mas sou teimosa.
Então vindo a mim, fecho os olhos..
Engraçado é imaginar as pessoas passando,
por onde eu fico tão quieta, como é estranho perceber,
que poderia por alguns minutos um shopping ser tão calmo.
Novidade
As coisas vão mudar,
e eu sinto um sabor sincero..
de novidade.
Só o meu
só o meu lado
me fosse correto.
Só o meu ver,
a minha dor,
e o meu nariz.
Mas que egoísta..
sábado, novembro 15
Besterol
Pra que tanto esforço...
em te agradar.
Se você me ama,
do jeito que sou.
sexta-feira, novembro 14
Márcia
onde o Rio cresce de dia.
No começo do ano,
onde tudo se recria.
Márcia deixou seus filhos,
com quem pudera cria-los,
por um espaço de tempo
até que pudesse deporta-los.
Márcia,
é a ovelha negra,
mas nunca deixou,
de ser menos valorosa,
menos querida..
do que qualquer um.
Tulu
são lindos.
E eu amo,
seus olhos.
Gosto da ternura,
que seus olhos
tem por mim.
Gosto da lonjura,
que as vezes..
tens de mim..
Mas só gosto,
porque sei,
de pura certeza,
que me amas,
tanto quanto amo a ti.
Mercedes
mulher de força,
mulher de tantas..
de tantos anos passados.
O pão que tanto me dizes,
que tanto gosto..
a sua face rosada
e o seu sorriso acanhado.
Mercedes és linda,
e eu adoro teus abraços.
Guime!
carreguei no colo,
te cuidei, te guardei..
te ensinei alguns passos,
algumas palavras.
Te comprei doces,
e sorri por tuas palavras,
eras tão doce quanto o que compraras..
e hoje és um doce de menino,
como de outrora.
Paula
tia da perseverança.
Paula de rosto risonho,
e humor primaveril.
Paula de mil jeitos,
Paula de mil tarefas..
Quase uma Dulce,
dentre todas as tragédias..
és Paula, divina.
Ícaro
desde criança..
brigávamos tanto.
De olhos grandes,
cabelos castanhos
e humor conturbado.
Ícaro agora anjo caído,
derreteu suas asas..
e está voltando, pro passado.
Um presente necessário.
ESSE SOM!
Nunca vou deixar de ouvir,
nunca vou deixar de cantar,
nunca vai deixar de existir..
esse som na minha mente.
Indo
se tiver certeza.
mas a minha certeza,
é sempre incisiva..
e vou embora,
mais uma vez.
Entes
aqui perto de mim.
Não quero saber de saudade,
não quero preocupação..
todos juntos somos fortes,
podemos nos dar a mão.
Me faz feliz
ninguém pode impedir..
eu escrevo e escrevo sem parar,
tudo é tão importante,
quanto meu pensamento condiz.
E eu só posso colocar pra fora,
deixar que despeje..
esse amontoado de ideias loucas.
Que tanto me fazem feliz.
Nem quero
excitante,
incitante..
que me consome.
Que me deixa,
que me acerta,
e eu não posso..
fazer absolutamente nada.
E nem quero.
Antisociabilidade
só pra não conversar.
Mas que tipo de pessoa,
é assim?
Mas que vá a merda,
não estou afim de conversa.
E não me vem falar do tempo..
que hoje não to pra papo.
Só quero chegar logo em casa,
pra dormir na minha cama..
ahh, que saudade da minha cama..
quinta-feira, novembro 13
Se viesse de volta pra cá, se fosse me embora pra lá...
de pensar como seria,
a morte.
Se dolorosa ou indolor,
se mentirosa ou fruta cor,
a minha vida no além.
Cantaria, dançaria
Ou viveria em outrem?
Passaria a eternidade..
a vagar pelo mundo,
o mundo mais sombrio de todos,
o mundo dos homens.
Seria uma alma penada,
uma alma despida,
uma alma atormentada?
Puxaria o pé de alguém,
seria um espectro de ninguém,
ou vagaria pelo infinito?
Minha morte seria breve,
ou perderia aos poucos o sentido?
Talvez um anjo me tornaria,
mas que ousadia minha,
me santificar assim.
Talvez o diabo me sustentasse,
me chamasse pro inferno
e eu fosse sem resmungar.
Viver em caldeirões ardentes,
plantando e colhendo sementes..
que já nasceriam estragadas.
Ou os céus iriam me aceitar!
Essa alma pecadora... esse meu serzinho infeliz.
E meu pai iria falar,
minha filha és bem vinda.. aqui é teu lar.
E seria a minha vida, quer dizer..
a pós vida, um eterno debruçar.
Ainda sim seria louca, louca de imaginar..
como seria a minha vida,
se pudesse pra terra voltar?
É verdade
sou uma errante compulsiva.
Erro e tropeço em minha vida,
só faço merda, só quebro a cara.
E volto, e retorno.. tento tudo que posso,
vou com tudo que tenho,
pra tentar consertar..
outra merda que fiz.
É a mais pura verdade...
Sobre burrices
quando cruzo a avenida,
e espero que a sua mão
me dê a mão...
pura tolice.
burrice apaziguada,
quando chego no destino,
sorrio pra porta ao abrir,
e você está de costas!
mas não era você ao virar,
mais uma, derrota...
burrice costumeira,
sempre ouço a sua voz,
fico com medo de olhar pra trás,
e um dia ser de verdade.
Mas nunca é.
burrice literária,
pois queria lhe contar,
lhe dizer, lhe falar..
que hoje vi um pouco de ti,
naquele livro de fulano.
burrice diária,
que visito sua casa,
mas me escondo nas frestas,
eu não quero que me veja...
já que nem podes mais me ver,
não podes mais.
burrice no ponto,
eu espero o meu ônibus,
e sempre vejo os casais..
e você não está lá,
pra se despedir em pranto..
como eu fico ao observar.
Que só a burrice me acompanha
Tabelionato
algo que não sou.
Não tente me fazer assinar,
no que não posso ler.
Nem tente me enganar..
que eu jamais vou corresponder.
A minha palavra é simples,
e dessa forma de vida,
eu não quero nem saber.
Mente em frente
Minhas pernas bambas em meio ao mundo
Ensaio sobre corpos nus
Quando o corpo, representou tanto?
Meu corpo, uso e desuso do mundo.
Sou e não sou, se meu corpo, for ou deixar de ser..
Quando a moral tem de prevalecer, em meu corpo.
Meu corpo, moral, amoral ou imoral...
E quando o mundo for cinzas?
meu corpo.. ...deixará de existir como tanto.
Minha visão entre o caos
Quanto deveria, tão lúcida, capaz..
quanto necessitaria. Ou pudesse ver,
o bastante, e enxergar o futuro,
no presente de minhas mãos feridas.
E se fosse, enfim mérito, dádiva ou injúria..
emplacaria minha santidade, em meu fado...
seria um Deus de falhas e de súbito,
onde predominaria a certeza..
do peso de minhas costas.
quarta-feira, novembro 12
Miss
de lençóis,
azuis e brancos.
de flores pequenas,
e aromas sutis.
Meu perfume em você,
seu travesseiro em mim.
Meus olhares, estranhos..
não te diziam tudo.
Mil vozes na minha cabeça
apague.
Volte a ser.
Não tente, desista.
Persista no saber!
Perdoe, esqueça.
que mal faz?
Ajude, enobreça..
deixe tudo pra trás.
Não vá, fique.
Durma em paz,
não seja mais uma,
e seja capaz.
Duvide, estranhe..
não confie assim.
Seja boba, estúpida..
e largada por mim.
Engula a seco,
e deixe passar..
que vá a merda,
eu não quero voltar.
Traição
eu tenho algo
a lhe dizer.
Não é nada disso,
que pensas...
é o contrario do ver.
É apenas ilusão,
que as palavras..
indicam ser.
É tudo um truque,
que só eu posso ver.
Mendigoel
Papai Noel existe.
Descanso
preciso
descansar.
Eu canso,
só canso..
por tentar.
Descanso,
por pouco..
eu ia me acabar.
ainda bem,
hoje vou descansar.
O médico
sei bem qual é.
Nem precisa prescrever
remédio... não é nada
que se tome de colher.
Só sonho
Eu estendi meus braços pra sua chegada,e de longe você estendeu os seus.E minhas pernas deram o ponto de partida,para encontrar o abraço seu.E corri como nunca correra antes,sobre nuvens e sorrisos saltitantes..E quando cheguei ao encontrar o seu,o despertador me interrompeue percebi que era só sonho.
Trinta e quatro graus
me esvaem a pele..
o mar me prende os olhos,
a areia os pés.
E os cabelos são do vento,
as bochechas do surfista,
o sorriso do cachorrinho,
e a garganta da água.
As unhas do esmalte,
as mãos do protetor,
o biquine do tarado,
e a sombra..
Onde está a maldita sombra?
Apesar dos pesares
a esperança num papel,
o celular inutilizado,
a agenda de mil números.
Webcam desligada,
sobreaviso sobre o raque,
sandálias espalhadas,
e uma pedra no chão.
Livros desorganizados,
caixa de som viva,
caneta não mais usada..
e o sono, me convida.
Bendito seja
por todas as árvores.
Desde os brotos crescentes,
as centenárias mães.
Quem teceu tal paz nas ruas,
queria ver a segurança,
a sobriedade de andar nas calçadas,
a serenidade de permanecer na rua.
E talvez o gesto possa apaziguar,
os corações desesperados..
e cubra um pequeno espaço de esperança,
aos que de paz.. estão desabrigados.
Lá vem, talvez... ou sim.
e eu estou aqui.
No ponto de partida,
pra abrir essa ferida,
que se chama resistir.
Talvez,
seja o mundo indolente,
e o meu coração inconsequente,
minha razão desesperada.
Ou sim,
seja esta minha sina,
de encontro a ilusão,
e toque novamente o glamour,
de sonhar com pés no chão.
Faces
Todo dia
uma sina desajustada,
de viver de rotina viva,
de permanecer calada.
Já cansei dessa maldade,
me perco nessa cidade,
há um dia fui feliz,
e escapou de ser eterna.
Todo dia o meu dia,
se rende ao tempo,
passa rápido quando não,
e demora sempre em vão.
Sabe tudo aquilo?
Que eu fui um dia,
se perdeu não sei aonde,
se mandou a alegria..
E as vezes só sorrio,
pra tentar amenizar,
tentar lembrar, chamar..
aquele eu que fui, pra cá.
Mas nem todo dia é assim,
canso de me cansar..
dessa farsa que é viver,
sem viver, nem aproveitar.
E implanta todo mundo,
uma farsa cotidiana,
que nos banha de desejos.
E inflama nosso olhar.
E nos esquece de lembrar,
que a vida é mais que isso..
bem mais do que esperar.
Esperar pelo absurdo.
terça-feira, novembro 11
Desespero
senti a minha garganta me contorcer a vida
e o salgar rápido dos olhos.
Talvez por um segundo eu desisti de viver,
e me rendi ao fado de se render..
Foi por pouco que quis jogar tudo para o alto,
que o desespero não me consumiu,
por pouco algo me escorreu,
que a lágrima me verteu..
E engoli a seco minhas dores,
aceitei que mereço o que me consome,
e que por pouco irei de desespero..
que por pouco acaba, esse apelo.
Só um café
e a lucidez me retorna.
e a noite se estende..
e eu esqueço a hora.
e mal posso esperar,
pelo que está por vir,
mais um verso estranho,
mais um conto glorioso.
só um café, somente..
para retornar ao padecer,
ao escrever, reescrever..
retornar a ser.
Só um cafezinho.
Chico, maldito.
lembrança dolorosa,
saudade tamanha.
Fotos rasgadas,
meros papéis
você nem sabe se sou,
a mesma de sempre..
como não soubera.
Se ainda sinto,
ou se sofro..
como você.
Ah Chico,
tu já tens um novo amor.
já tens uma nova dor.
Já tens, Chico.
Sexo verbal
mesmo antes ocultos os predicados.
E logo sua conjunção em minha frase
se fez cálida e permanente..
Um hiato deixou de existir,
abrindo as portas oxítonas..
paroxítonas... uh.
Uma mesóclise avulsa,
e somos um verbo transitivo,
sim.. transitivíssimo.
Uma frase de adjetivos acentuados,
encorpados... predicados maliciosos.
Pronomes passivos em segundos,
ativos pelo bel prazer..
E as interjeições são as maiores...
melhores, quando a frase
tem seu ponto final, ou apenas..
o começo de mais um paragrafo.
Apenas burrice.
coração.
Ninguém te perguntou,
o que você acha.
Achismo demais..
não leva você a nada.
Seu inútil.
segunda-feira, novembro 10
Mudaremos então.
não posso ter tal aptidão..
mas cerco o mundo de mim no tempo,
até que o mundo mude comigo,
e eu consiga mudar junto ao mundo.
Mudaremos então.
Mudando de partido
não viu os escritos,
só de canto de olho, admite.
Não viu as fotos inclinadas,
prefere jogar fora os pôsters.
Não lembra dos números,
e até jogou fora.
Porrada
um soco no estômago,
uma rasteira certeira,
uma cadeirada nas costas.
Uma farpa entre as unhas,
um pedaço de vidro no pé,
uma agulha que entra no braço,
uma faca no coração.
Eis todas suas palavras, dolorosas.
Resumindo
Solitud
minha xícara solitária.
duas vias de objetos pálidos,
um resumo da mesma história.
Pecadora infeliz
Mas pagas por seus pecados..
pecadora infeliz.
Cale a boca e suba logo,
teu destino é este aqui.
Temporário mas duro,
como tem de ser,
os pecados pagos...
e o pão amassado pelo diabo,
irás comer todo santo dia.
Até que o sabor não lhe corte
a garganta...
domingo, novembro 9
Ele sabe, ele sempre soube.
Hoje percebi,
e te contei a verdade..
apesar que a minha conclusão,
você já tinha me dito..
a tanto tempo atrás.
A pior mentira contada,
é a mentira do não.
Não sinto isso nem aquilo,
não gasto meu amor em vão.
Mas que diabos você sabe?
Nem tem amor, nem saudade..
Um fruto de inóspito sentir,
pode falar de verdade.
Eu até que tentei, meu amigo.
Forcei meu jeito durão,
disse que não sentia, não..
não poderia ser diferente.
Você já sabia de tudo,
minha força caíra agora,
e estou aqui me esforçando..
pra dizer que disso preciso ir embora.
Mas você diz que me prendo,
não me deixo apaixonar,
como existe tanto lamento,
de alguém que nem sabe amar?
Permita-se a você mesma,
ele disse sem pestanejar..
e eu que mentia tanto,
não soube nem o que falar.
E me calei, finalmente.
Disse sim a seu dizer.
Tem razão, amigo meu..
eu não me deixo por vencer...
Falta mentirosa
Crendices de uma flor sem sol
durma bem.
um abraço,
só mais um..
Amanhã talvez,
seremos nós,
no raiar outra vez.
e te abraço,
te aperto..
como se fosse,
a última.
fecho a porta,
cubro os pés,
e sonho contigo.
acordo contente,
sorrindo amarelo,
você novamente!
Bom dia...
e a noite cai,
e te abraço,
vou dormir..
e acordo no outro dia,
completamente sozinha.
Eu e minhas canções de amor
passeamos pelas avenidas do pensamento
dançamos no tempo, seja ele tempestivo ou ameno.
Cutucamos a ferida mais dolorosa,
nos saudamos por pura vontade...
eu e minhas canções de amor,
nunca esquecemos... essas paixões do passado.
Coisas que todo maurício deveria saber
não quero nem preciso.
Esse teu charme barato,
essa tua voz comum.
Não preciso de teus dias,
nem de sua autoconfiança.
Muito menos de toda essa
parafernalha..
Me desculpe,
não preciso de nada disso.
sexta-feira, novembro 7
Figueira
Essas coisas estranhas
aquilo,
e mais isso.
Construo isso,
derroto aquilo,
permaneço neste..
Descarto aquilo,
afirmo isso,
e fico olhando.
Choro por nada,
tão pouco isso..
e só por aquilo.
Esqueço do resto,
isso ou aquilo..
não interessa mais.
Ao querido
Você está sempre.. sem esperança..
..e eu que pensei que fosse a única.
Cegueira
mas só consigo ver as bocas se movendo,
os lábios subindo e descendo..
estou surda, então?
Essa língua eu desaprendi,
fechei os ouvidos e abri os olhos,
bem melhor o silêncio.
Bem melhor na multidão.
Mas não fecho os olhos no meio deles,
se fechar fico completamente louca.
Mas quando penso que entendi,
qualquer que seja o balbuciar..
me enganei novamente,
essa língua não sei mais falar.
Recados da alma - I
isso não me vale de absolutamente nada.
Recriar o impossível é recriar o nada,
mas valorizar o possível.. é acertar, pra valer.
quinta-feira, novembro 6
Corrente
jamais consegui consertar.
E a nova que chegou..
carrega a cicatriz da antiga.
Quebra no mesmo lugar
Sadida
Todo dia, a noite.
Confuso horário.
Em que chegas,
em que partes.
E eu nem posso,
nem consigo.
Falar nada.
E vou embora,
como faço..
e desfaço tudo,
que nem comecei.
Em alto e bom som.
me disse pra falar..
o que é perder,
pra que se perdoe.
Me desculpe por tudo,
jamais quis magoar você.
É esse meu mal eterno..
me faz sucumbir..
sempre.
Ao pai
o que dizes,
e reafirmo,
tuas palavras.
Mas de que jeito,
de que forma,
posso te responder?
Não nasci pra isso,
não sei ser assim.
A loucura
eu não quero atravessar,
pois os homens estão por lá..
eles não são bons...
pra nós.
A dúvida
se atravessar agora
pode perder a vida,
e se não atravessar..
a hora.
Vamos ou ficamos?
A calma
está tudo certo.
Apenas espere,
o sinal ficar vermelho..
para que possas atravessar,
em segurança.
Estupidez
Se puder me responda..
não consigo mais chamar.
O longe virou lenda,
e só posso me calar.
Zoppi
longe de quem se ama,
reflete na vida vazia,
no pensar antes de dormir.
Se aproxima dos dias frios,
e se faz amigo fiel..
descarta toda e qualquer felicidade,
põe um sorriso de canto.. ao léu.
E quantas vezes eu tento,
achar vocês pela casa...
abraçar o vento e a brisa,
sentar e chorar na escada.
E longe bem longe, nem sei..
se de mim recordam tanto.
O assalto
Desajustados
com a mão no bolso
cara amassada,
e hálito de cevada..
Pesou sobre o que?
O que mesmo?
Eu lhe disse tanta coisa,
tanta que nem eu sei.
és um derrotado,
és um marginal,
és um perdedor,
um desajustado.
Mas não é mais perdido,
que os meus olhos poderiam ser,
do que a minha vida tem sido..
somos o que ninguém quer ser.
Ninguém.
Retorno
paixão de dias longos,
horas cálidas,
olhares admirados.
De toques leves,
gosto doce,
falta de ar.
Me apaixonei,
que até meu coração,
não conseguia se calar.
Então eu exaltei,
tudo que me faltara..
pra exaltar...
e o tempo passou,
e nada mudou,
pois meu coração
voltou a se calar.
quarta-feira, novembro 5
(Para você)
Escrevi mil coisas que você já sabe, falei muitas que você já conhece..repeti várias que muitos lhe dizem. Mas, de que bastam? Se a todo segundo algo se renova. Então posso a todo momento lhe dizer um pouquinho que aparece.. reaparece.Há algo desajustado sobre nossas vidas,talvez uma falha que jamais saberemos reconhecer.Tudo é tão comum e exaustivo, que não dá nem pra ter mais aquele suspiro de satisfação.Mas as vezes um andar na rua correndo,um saltar de degraus de mãos dadas ou sei lá, um fôlego a mais pra subir em um barco.. Podem dizer tudo que se precisa,tudo que se precisa saber.
E daí sim, será tudo como desejamos... seremos quem nunca fomos.
Felizes.
Da direita
de pouca coisa.
como reside,
tal precisão?
Nem sabe,
nem imagina..
nem dá a mão.
A realidade,
é dupla face,
pra poetas sem razão.
Mas sem razão
são os queridos,
que ficam na imaginação.
E prefiro todos eles...
do que essa tal aversão.
Casamento
mas esqueci a aliança,
o laço necessário,
pra te ter de verdade..
e você me disse não,
porque esqueci o anel,
porque não coloquei no teu dedo,
nem sequer um de papel.
E fiquei só, novamente.
Tanto tempo
desde que decidi não te amar.
Até no seu apreço eu te amo,
apreço que fingi não ver.. quis calar.
Eu te amo a tanto tempo,
que a raiva fez calar,
que eu te abraço em soluço,
de tanta coisa que queria falar...
Perdi tanto tempo sem te amar,
perdi tanto tempo por me calar..
Mas ainda sim amo você.
Sobre mim
creio que não seja mais quem fora a bastante tempo,
creio que minha incerteza é tão certa quando minha descrença.
creio que consertos em molduras velhas são perda de tempo.
creio que o meu coração blindou o amor em desespero,
creio que hoje não posso mais carregar o mundo inteiro..
por ser tão pequena.
terça-feira, novembro 4
Sobre cantos exaustivos
que assobiam em meus ouvidos,
temerosa flor de cor púrpura,
que me engana sempre.
E em seu ventre circula o veneno,
apesar de sua delicadeza sutil,
sua hélice de toque rosado,
seu cálice de entranhas brancas.
Sempre me pões em desatino,
e sempre bebo de tuas canções,
sempre engano meu coração,
com sua beleza passageira...
com sua facilidade de me seduzir.
segunda-feira, novembro 3
O pranto nosso de cada dia
Chorou no ponto! Pagante imbecil,
subiu os degruas, e enxugou as lágrimas
em palavras comuns. E disse adeus,
ao fingimento.
Voltou a entristecer.
Acerto
vacila que eu te acerto.
Acerto minha dívida,
acerto meus ponteiros,
com sua indiferença.
A descrença do passar,
e o meu pagamento,
está por vir..
Vacila tempo,
que eu te acerto.
Fearless
um mantra,
assume o posto.
E durmo,
adormeço
na noite rosa,
no estelar.
E suspiro,
e respiro..
e até falo,
Abraço o mundo,
esqueço o tudo,
de mim, me desfaço.
Sobre o fácil
Beber cicuta,prefere morrer?Digo o mesmo,pra você.A dor é grande,o sofrimento..descomunal.Tormento diário,batalha interna.A morte lhe basta?Suspiro do fácil.Difícil é sorrir,nesse puro marasmo...E a barriga é empurrada,pelas horas e destinos,pelos adornos de viver,pela falta e o prazer,e a tristeza seca a
esperança,que se cala.Como pode ser?Sem ser quem nunca foi,e se for viverá sendo,por fora, não por
dentro.
Tempinho
um pouquinho
só um tantinho.
Um esmero,
uma frestinha,
uma dose.
Queria uma porção,
uma metade,
uma, duas ou três...
Queria só um pouco,
daquele gosto, outra vez.
Hoje
tão só que minha solidão
me abraçara o corpo.
Tão só que meus dedos
se cruzavam de desatino,
falha da insistência.
Tão só que meus ouvidos
só ouviam o vento, mais
calado que as mentes alheias.
Tão só que meu corpo estremece,
do frio que não faz por fora,
da temerosa vida interna.
Tão só que os números
desaparecem das listas,
os rostos somem da mente,
e o abraço é esquecido no tempo.
Tão só de grito latente,
um hipnotismo da mente,
pedindo pro outro ouvir.
Tão só...
Sobre cães
E o primeiro corre,
ofegante e esperançoso
a primeira pata erra,
a segunda o derruba.
O segundo chega cheio de si,
mas o pequeno encolhe,
submerso a areia, se esconde.
O terceiro observa,
prefere comer seu lixo,
e esquecer a questão.
O quarto torce,
late para que os outros consigam,
e dividam a caçada.
O quinto está dormindo,
não se importa.
E o ultimo tenta a primeira,
mas o crustáceo foi melhor.
E na segunda ele cava,
daí, seu tom maior.
sábado, novembro 1
This is heaven to me
desde a baía que se estende ao
meio dia, linda e radiante.
O mar balança sobre a costa,
e as paredes de concreto recuam.
Há um certo medo de se afogar.
De Nina que dorme do acalento,
sobre os braços, pernas e pescoço.
Com a cabeça no travesseiro,
com o bom dia molhado.
Com o boa noite mais lindo,
a festa que faz todos os dias.
É me debruçar em braços amigos,
sentir que estou segura por lá,
dizer algumas palavras, se puder.
Dar um beijo de súbito na testa.
É andar de mãos dadas,
aliás... andar como gosto.
E do meu jeito só seguro
a quem realmente gosto.
Ante-braço.
Ver uma florzinha pequena,
com uma gotinha menor ainda,
e despejar toda sua beleza sobre mim.
Ah, isso é o paraíso pra mim.
Um basta
que não poderia ficar.
e triste me deu adeus,
e triste foi-se embora...
deixou de gostar.
À Lorena
Ceder
já te disse pra levar.
Já te disse pra lavar,
mas você está ocupado..
e eu que tenho de fazer.
Mas até que você merece,
de vez em quando que eu ceda,
então só dessa vez...
que a sua vontade se conceda.
Bom dia querida.
vista sua roupa mais feliz,
hoje vamos passear.
Seremos apenas,
você e eu.
Novembro
rodopiou no ar por oito segundos,
num balanço tão encantador,
que meu dia pareceu tão lindo.
E no chão a pequena se estende,
e se enverniza sobre a grama verde,
ainda bem que nada a detém de cair.
E flanar novamente.
Jamile e Igor.
de Touro
e azul,
ante-braços
e cachorros,
de Amelie
a Peyroux.
Igor,
de peixes
responsável
e altivo.
Goiás e
camarão,
festas e perfumes.
Juntos num laço,
irmãos...
irmãos...
irmãos....