domingo, janeiro 18

Dicothomie

Da contrariedade de ser quem fui,
não sou porém, nem de certo.
Sou a tênue visão do âmbar noturno,
a oscilante corda daquela guitarra.
Tudo gira no ímpeto e nada me toca,
tudo me completa em verdade,
e tudo me tiras em descomeço.
Nada sou do pouco que me resta,
sou um novo ser de velhos dias,
e a mais de toda vida que me sobra,
tudo cheira novo e tentador,
como assustou a um tempo atrás.
E assim meu começo é tudo que tenho,
pois o fim de quem fui, só agradeço,
mas que fique exatamente onde está.

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