(Sobre as palavras doloridas e incitantes, assim tão amadas.)
Ontem poeta triste, cabisbaixo e austero.
Regando lamurias no jardim da saudade.
Despido de sorrisos longos e dos breves um mentir exaustivo.
Poetas de capas-esconderijo, de um preto colossal em luto,
um luto por sua morte existencial.
E morre a cada sílaba, poeta de pouca vida.
Hoje um poeta feliz incitante da verdade dos vales,
dos frutos que o dia lhe põe a boca, da viva terra
enraizando suas paixões, dos mundos e fundos
do amor contínuo e corrosivo.
Pois só lhe é amor se doer, e a única dor de um
poeta feliz é perceber como é bom doer.
Uma perfeita junção do irreal cotidiano,
aos sopros e suspiros do sentir-se bem,
respiras o mundo de uma forma encantadora.
E assim o poeta retornou aos meus olhos,
com um ar amarelado do fim em suas folhas,
e letras de um doer tão maravilhoso.
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