Não tenho os olhos,
nem a boca,
nem as mais claras palavras.
Não tenho nada.
Não tenho o sorriso,
nem as vísceras,
nem qualquer amor erguido.
Não tenho nada.
Não tenho os cabelos,
nem o pensamento viril,
nem mesmo seu humor-lírico.
Não tenho nada.
Mas o tenho em meu coração.
em meu pensamento,
em minha solidão.
Em minha lembrança sorridente,
em minha lasciva recordação,
em um espanhol distante,
em viagens arcaicas e cheias de mistério.
Que divida minha contemplação,
e sim a divido em tantas vezes.
Do respeito que tenho a tantos,
poucos em mim vão ficar.
Assim como o arrepio de teu livro,
assim como esse meu arrepiar...
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