domingo, março 22

Os amo

Os amo quando a distância permeia,
e o lapso de memória me sorri.
Assim que a voz seja quase esquecida,
de forma que as mãos sejam a última lembrança.


Mas o dia é longo, e o ócio tão próximo.. tão rente...
a vida cerca tanta banalidade, tanto desapego.
Ninguém é um alguém esquecido, morto por si mesmo.
Morto quando fala, insípida e corrosiva.


Os amo quando o calar é mais bonito,
falar não comporta tanta vida assim.


Mas permito quando sou eu e meu amor,
pois da rotina levou meu amor palpável,
pois a neblina me cegou no dia de ontem.

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