segunda-feira, março 31
Baiana.
domingo, março 30
Meu irmão.
e que saudade que me dá.
De sempre chegar a me fazer
um carinho, ou até mesmo pra discutir.. brigar.
Ele, que me é tão amado
que me ama e o amo sem cessar,
que ajuda, me acolhe.. e eu adoro.
Que me cantava pra dormir,
que me olhava de longe, cauteloso.
Ele, que nos meus dias não é mais
tão presente, mas que dele não há
quem faça, não há o que faça, tirar-lhe de mim.
Ele, o meu contrário de muitos pensamentos
o meu contrário de muitos sentimentos
de sonhos ou de conquistas.
Mas que me é fraterno, me é eterno..
me é um elo jamais rompido, jamais.
Sobre ela.
Que me conheceu alegre,
que me percebeu, bem.
Ela que visitei por muitas,
que me fez sentir-me em casa
que me disse o que precisava
que conversei, indaguei.. perguntei.
Ela, que admiro tanto
que ouço sempre que posso
que digo que não tem preço,
mas falo, tamanho é o apreço que tenho.
Ela, que visitei a casa
e que visitou a minha,
que fala manso e abraça saudosa
que se desprende de tudo
mas não dos que ama.
Ela, que foi.. que é que sempre,
terá essa outra ela, pra quando
precisar.
Placa
sábado, março 29
Mundo cronologicamente ditado.
Rotina.
Lá vem o ônibus,
fone nos ouvidos
andar frenético
olhos se fechando
aonde está meu remédio?
Vai logo!
Senta no chão pra pensar,
corre pra ir pro almoço, vai almoçar!
Atravessa a passarela, olha pro sinal
corre pela rua, pelo passeio..
Olhos perdidos, vamos lá.
Rápido!
Chega logo na estação
pega o mini ou o busão
espera na fila pra sentar
eles passam na frente e você vai se calar?
Vaaaaaaamo!
Corre pra casa menina,
pega as chaves antes de descer..
abre o portão rápido, fala com ela
lava, come e escreve, dorme pouco
sonha demais? Tolice...
Amanhã começa tudo de novo.
sexta-feira, março 28
Teu.
só a tua boca,
só a tua face na minha
seria-me respirar em paz.
Só teu abraço,
só teu carinho,
só o teu andar ao meu lado
só o teu jeito de atravessar meu caminho..
Só teu jeito de falar,
Só teus olhos nos meus,
Só teu dormir engraçado,
só teu papel de bobo
só teu cheiro tão amado.
Só teu escorrer de suor,
só teu medo de ser só
só teu jeito cativante
só teu coração, imenso.
Só teu saudoso jeito de dizer,
só teu poder de me fazer tremer
só teu prazer de fazer prazer
só teu modo, de tentar esconder.
Só teu corpo, tua alma e teu ser
só teu eu e o meu, nó sem temer.
Só teu sorriso que me faz sorrir
só teu dançar esquisito,
só teu jeito... que me faz querer.
Esse teu amor,
esse teu calor,
esse teu eu, tão meu..
esse coração, meu coração.. tão teu.
Beba Cicuta, sempre.
com esses olhos de criança.
Com essa bochecha que ri sozinha.
Com esse abraço carinhoso
e com essas palavras.. seja de amor,
de dor ou de consolo.
Lá vem ele, com aquele cigarro nos lábios
com um papel uma caneta e uma ideia,
de dialogo de triste e tristeza de choro e de vela.
De diabos de poesias, de poemas e quem sabe até novelas.
Lá vem ele, com esse ar de psicólogo
com esse andar despreocupado
com esse mundo de inteligência, com
essa dor que tanto lhe funde a cabeça...
Lá vem ele, com essa vontade de me dizer
com vontade de me contar, como foi e como vai ser.
Como se sente, o que lhe traz dor e prazer.
Divide comigo tudo que pode, por querer.
Lá vem ele,que se diz poeta da tristeza,
mas triste não é.. se por assim dizer..
É um sensível amigo, robusto rapaz,
imenso ser humano, bonito, risonho e
apaixonado pelos seus grandes amores.
A vida, o futebol e alguns poucos romances..
Lá vem ele, ao me surpreender novamente
ao me trazer um bilhete, uma carta, um rabisco..
a me fazer desmoronar por dentro, a carinho lhe remeter
a lhe agradecer com um abraço e com as palavras nada lhe dizer.
"Que as margaridas continuem lindas,
quando o inverno chegar e a Primavera se for."
A Primavera nunca irá de ti, meu bom amigo.
Maybe.
Ao longo.
Subi com tanta vontade, que nem ao menos lembrei-me de como sequer iria descer...
Só desprendi meus pés do chão e fui ver lá de cima o que ninguém vê. O céu ao longe, se confundia com o mar e eu, me confundia ao delirar. Tento recobrar-me e falho... falho feio.
Lá de cima, meus braços podem se abrir sem cautela alguma, meus olhos podem brilhar sem medo e meu rosto pode sentir o vento a me envolver... Poderia ficar pra sempre por lá... e se despencasse, olharia do chão o céu de algodão, que torna meus braços tão saudosos.
Rascunhos.
dos quais ainda na bolsa guardei,
as vezes por puro esquecimento.
Daquilo tudo.. que por ti sempre guardei.
Eu sequer sabia o quanto tinha escrito,
sobre o esconderijo da carteira minha voz se fez
minha voz escrita, descrito meu amor
minha paixão e logo depois, meu adeus?
Rascunhos de um novo mundo,
mundo que se fez dentro de mim
li e sorri de canto de boca, calada
por dentro, nem tão calada assim.
Lá eram mundos e fundos,
eiras e beiras, sentimento profundo.
Naquelas depressões que se fazem
ao lado das grandes montanhas.
Era você o meu riozinho,
que descia dentre as nuvens,
era você, aliás... sobre você
todas aquelas palavras que despencavam dos céus.
O papel terminou e as palavras ?
Não sei por onde o fim se deu,
se é que realmente teve um fim.
Sei que te escrevi, me descrevi enfim.
Esses meus rascunhos, sempre.
Sempre que os acho, me encontro um pouco.
Acho que meu outro eu faz de propósito
para lembrar-me do que me faz feliz.
Queria escrever rascunhos a vida inteira,
não ter compromisso em acertar ou agradar,
só amar simplesmente, por escrever.. descrever.
Trilhar meus rumos em um belo rascunho.
Rascunho dessa minha vida, que só quer tentar.
Sobre eles.
Não tão juntos
não tão separados.
Ela mulher, sorridente
ele pingo, pingo de gente.
Gente? Cachorrinho!
Pingo lhe apelidei...
Ela? Apesar do medo
de lhe tocar, enfim
não deixava de brincar
brincar junto a ele.
Um pedaço de plástico,
sobre seus pequenos olhos
ela o balançava, freneticamente.
Sobre seu focinho pequenino.
Ele? Rabinho a balançar,
corpinho a delirar..
coçava daqui e de lá
medo da outra que sorria a olhar.
Juntos? Naquele momento,
ela a sorrir e ele a saltitar.
Pulava baixinho, a cauda feliz
retrato do seu coraçãozinho, acelerado.
Era branquinho, pequenino
filhote, de uma avidez delicada.
Seguia o plástico com os olhos
duas gudes cor ônix.
Ela morena, cheia de livros
lhe dava ordens simples,
e ele obedecia, feliz.
Uma embalagem lhes fez elo
que ninguém sequer poderia separar.
Aos olhos preconceituosos ao longo,
ou aos de outros ao encantamento.
Era lindo de se ver, sorria de contente.
Ao ver aquele rabinho que dizia tudo,
e o sorriso ao longo do gracioso pingo.
Quando um plástico fora a ligação de
mundos tão distintos, sobre ela e ele.
Sobre eles, naquele determinado momento.
quarta-feira, março 26
Não te querer por querer.
é bem simples assim,
te quero, e muito bem.
E bem pertinho de mim.
Mas te quero de jeito,
de forma e conteúdo
mas não te quero pra mim
Te quero por perto, abraçado
enfim, te quero, desse jeito assim.
Se te quero, te preciso.
Mas não te quero por querer,
te quero pois de mim és pedaço,
e eu pedaço de ti.
Te quero do mais bem querer,
se querer é tão bom quanto te quero
e te quero, enfim, por ser o meu
bem, meu único e insubstituível,
por tanto querer-te perto, assim.
terça-feira, março 25
O monólogo de Ulisses - Um ensaio sobre a solidão.
segunda-feira, março 24
Helena.
Não me perdi.
domingo, março 23
Nuvens.
Janela pro quintal.
sábado, março 22
Enfim.
Essa tua luz
escondida atrás da tua sombra.
Talvez, não senti-la como antes,
que me envolvera todo o ser.
Talvez essa tua luz, que reluzia-me
olhos, corpo e mãos..
Essa tua luz, teimosa a tilintar
nesse teu olhar delicado, nessa
tua pele alva, pele fresca.. pele tão única.
Essa tua luz nas mãos, que me faz algoz
de não te-las.. junto as minhas.
Essa tua luz na mente, que me reflete
faíscas de pensamentos escondidos..
de florescer os brotos da minha essência.
Essa tua luz corporal, que me invade
ao amanhecer... antes a noite, onde me
fizera resplandecer junto a ti.
Essa tua luz, antes percebida em não
tão grande intensidade, vestígio da certeira
paz que encontraria nessa tua mão, tão
amada pelo meu ser, essa tua luz..
Essa tua luz que não prendes somente a ti...
E me fizera renascer, em tua luz enfim.
Versinho.
Teu beijo ardente, me trouxe calidez
E esse teu beijo carinhoso?
Esse sim, me fez amar-te de uma vez.
Flores no campo.
Vieste do mar.
sexta-feira, março 21
Eu queria ser.
Where's my sunshine?
quinta-feira, março 20
Essa tua cara, menina.
Observação.
Livro velho, homem novo.
quarta-feira, março 19
Ela prometeu.
enfim serei, se for de ser.
Serei aquela que sonhas,
que dizes baixinho... arranca
pétalas para saber se sim
ou não? Apenas duas palavrinhas..
Quando eu tiver certeza
de você, tiver certeza de nós
e finalmente, certeza de mim.
Serei tua por completo, confie em mim.
Não vai te arrepender...
Quando você for o meu amigo,
quando você for o meu amor,
for meu amante, meu marido,
meu encanador... quando for
meu parceiro, meu príncipe
meu salvador, quando for.. meu
herói, colega encantador.
Quando for meu... e eu.. serei sua, enfim.
Meretriz!
roubou-me o marido
roubou-me um lar
destruiu minha família
fez meu amor acabar.
Maldita meretriz,
o enfeitiçou demais
fez tudo e um pouco mais
roubou-me noites de sono, paz.
Maldita meretriz,
teu perfume me fez odiar
teu nome me fez calar
todo amor por aquele
traste, só apenas recordar.
Maldita meretriz,
como pude pensar assim?
Maldita tanto és tu, enfim?
Se ele que era meu marido
meu tão querido amado querubim.
Maldita meretriz,
será que deverás me enganei?
você foi apenas o estopim
daquilo que ele tentava
esconder de mim...
Bendita meretriz!!!
Hoje tanto lhe agradeço,
fique com esse traste..
não aceito devoluções..
Só você pra me abrir os olhos..
nessa eira e beira de ilusões.
De um marido que não presta,
vida ilusória, casamento mentiroso
quando ele trai e ainda sai orgulhoso..
eu não preciso perder meu tempo
com esse fingido marido carinhoso.
Olheira
terça-feira, março 18
Onde?
Onde estão os livros que são lidos, os poemas aclamados e a poesia recitada?
Onde está a prosa que encanta, o conto que seduz e o escrever sem temer?
Onde estão os bons governantes, as pessoas conscientes e o brigar por causas reais?
Onde está o não ao etnocentrismo, o não a xenofobia e o não ao racismo?
Onde está a vontade de ser feliz, a voz que no peito te diz..
Onde está aquele que confia, aquele que é confiável e o sentimento valorizado?
Onde está a compreensão, o reconhecimento e o amar que vem de dentro?
Coisas que não me dizem.
olhei o tamanho da cifra
voltei pro bolso vazio,
esqueci que não tenho nem um prato de comida.
Andei com os pés semi-nus,
meus sapatos as solas perderam,
foram-se junto com as verdinhas,
me deixaram, se venderam..
Como é que pode um troço desses?
Nem o cabelo consigo cortar,
essa minha cara de mendigo
que ouço todo mundo à reclamar..
Mas se tudo que ouvisse fosse-me
atingir, seria pior que um depressivo
maníaco a desconstruir...
Destruir minha pessoa, daqui pr'ali..
Sou louco, nada certo.. ando por ai
sem aviso prévio. Não me importo
mais com isso ou aquilo mais...
só ter um pão, água.. me satisfaz.
Um banho quem sabe? Meu rapaz...
Essa vida te dá e sobra,
mas quando lhe falta, tudo incomoda.
Sobra tempo, fome e solidão
falta pão, açúcar e o bendito sabão.
segunda-feira, março 17
Receita pra não te magoar.
Chuva sobre a rua.
Redigi tanto meus passos aos teus naquela rua, que agora quando por ela passo nem meus pés mais me dizem coisa alguma, eles não me dizem para andar devagar à aproveitar tua companhia ou seguir em frente o mais rápido possível, para chegar ao seu encontro. Nada me dizem.
Por segundos resmunguei só, olhei o chão molhado, mas algo me fazia meramente não remoer mau humor, e era você. Você ali nos coqueiros, no céu que se mostrou aos poucos.. após a chuva que se fez, cessara quando naquela rua pisei. Era aquele céu, momentaneamente cinzento, que reclamava seu tom azul celeste e o tilintar das luzes amarelas, que cresciam sobre as nuvens... ao canto dos coqueiros que apontam ao meu destino. Era aquele horizonte brilhante, sob uma linha que me faz sentir infinita, me faz recobrar consciência e respirar, calmamente. Era meu horizonte de águas, de tantas águas... tantas.
Andei por onde sentira medo e descobri o tamanho do medo que sentira, meu medo por atravessa-la um dia sem estar junto a ti. Medo que se fez amigo, que se fez companheiro. Atravessei com um vazio constante, sob o verde que crescia aos poucos e o embalsamar de objetos jogados ao chão. A relva que me fazia,medo, tinha explicação.
Contei os segundos que por lá me angustiavam, fizeram-se quinze de agonia. Andei apressada, tímida e calada.. nem sequer olhei pra trás. As poças de água me fizeram demorar, mas ao meio fio me fiz apressada, então logo cheguei.
O portão correu, aquele barulhinho me era feliz. Sorri de canto de boca e atravessei a frente, subi as escadas e encontrei você, novamente. Você em fotos, palavras e objetos, você por todos os cantos da casa, sem sequer admirar-me. Você em pensamento bobo de ver-te, quando entrara, que surpresa seria, não saber se viesse... e abrir a porta com cuidado, você ali no canto da sala deitado, pensei por tantas vezes que esqueci de lembrar, tua ida.
À noite, fui-me embora. Passei novamente, agora calma sobre o que me fazia medo. Antes de passar, uma voz me dizia para não temer o infinito, não temer o desconhecido.. nem o inconstante. Guiei meus passos rápidos, mesmo que tremendo por dentro, mas dessa vez olhei pra trás e vi, o quanto de mim... é que eu realmente tinha medo.
Para te fazer feliz.
Possivelmente, impossível.
domingo, março 16
Víbora
mas nada lhe dissera. Roçou a língua sobre os dentes
e ateou palavras ao vento, como condiz sua mente.
Inveja a escorrer pelos cantos da boca, lhe faziam estremecer.
Sentou a sua frente, disse aos outros algo sobre teu jeito,
algo que não lhe pertencia. Só lhe cabiam preconceitos.
Força de uma chama infeliz, se fazia em brasa, encorpadas em
palavras cheias de desdém. Criatura rastejante e falsa, ergue
teus chocalhos e emite teu som ensurdecedor.. de maleficência
que se fez aguda, venenosa víbora de todos os dias, lança teu
rastro novamente sobre tua tão vasta mediocridade.
Visões - III
sábado, março 15
Moon River
nunca esqueças que sou parte de ti,
assim meu tão grandioso amor em ti chegará.
E mesmo que não me ames, ameno..
conseguirei ver todo amor que a ti preservei...
ao refletir para mim, todo amor que te dei.
sexta-feira, março 14
Visões - II
Visões - I
Doce crepúsculo.
de teus ombros.. teus
tão largos ombros.
Com todo cuidado, para
não perceberes.. para...
para não ver o quanto,
o quanto gosto... gosto...
desse tão doce crepúsculo.
Esse crepusculário aí..
aqui.. dentro, que nem
o inverno poderá concebe-lo
tão menos rosado, menos
cálido e muito, muito menos
admirado, por esses meus olhos,
tão meus... e de ver-te, tão seus...
Jurei.
mas meus lábios são traidores eternos..
Jurei, pra mim.. que seria forte o suficiente.
Para me manter firme, intacta...
Jurei e cruzei os dedos, atrás do vestido..
para que ninguém visse que jurei, assim
jurei que não o amaria mais, tola.
A mais tola de todas...
Jurei com os dedos cruzados, menti sob
minha própria jura, pois quem jura mente..
mas quem mente, jura?
Jura que não vai mais embora, perguntei.
E jurei assim esquecer-te.. deixar-te a jura
de outra que pudesse ver-te.
Jurei, não jurar amar-te nunca mais, ou jurei
esquecer-te por ter jurado amores?
Já não sei...
Jurei não abraçar-te nunca mais.
Para que teus braços não me prendessem
sob teu inebriante calor, esse teu, jeito
jeito que me envolve, martírio das minhas juras.
Para manter-me firme, jurei novamente.
Até vela ascendi, rezei.. roguei pela minha paz.
Jurei, por todas as vezes que por ti me perdi
que em ti me perdi, mergulhei com tamanha
intensidade que nem vi, nem lembrei de mim.
E ao jurar com toda a força que pude ter, jurei
de todas as formas... não amar mais você.
E novamente cruzei os dedos, tola..
Meu caro amigo.
Pelô
Vacilão.
entrei no velório pulando a janela
Xinguei o defunto, apaguei a vela
Cantei a viúva mulher de favela,
dei um beijo nela. O bicho pegou
a polícia chegou, um coro levou
em cana entrou.. Ela não me quer mais..
...Bem feito!
quinta-feira, março 13
Muda-se tudo, enfim.
mas não muda as horas que passam, o frescor da brisa e a dor da tristeza.
mudam-se os amores, as cores e os perfumes...
mas não muda o amor sentido, as cores vistas naquela tarde e o perfume das flores.
mudam-se as pessoas, as coisas e as proezas...
mas não muda o lembrar, não muda o usar e não muda o tentar.
mudam-se cidades, verdades e alardes...
mas não muda o caminhar por ruas, a palavra sincera e o aviso alado.
mudam-se beijos, queijos e desejos...
mas não muda o sentir das nuances, o gosto tão alarmante e a vontade incessante.
mudam-se os imutáveis, os egoístas e os rancorosos.
mas não muda a vontade de contrariar o próprio mudar... gracias que caem por terra.
E muda-se tudo, enfim.. por assim mudar.
Chedhitung.
e você ai parado, também calado.
Onde estão o Che, o Dhi e o Tung
na mente daqueles jovens, que
foram tão astutos.
Já pensou em mudar o mundo?
Já pensou em construir teu mundo?
Seja aquele de sempre, retruque!
Não seja mais um na fila dos alienados
Corra contra o tempo e busque seu passado
Seus trinta chegaram mas seus vinte foram
melhores, retor-ne ao espírito dos velhos tempos!
Já pensou em mudar o mundo?
Já pensou em construir teu mundo?
Onde irão nascer teus filhos, amados.
Num lugar sem mais nem menos...
Não espere que tudo caia do céu,
Não cruze os braços meu amigo... lute
viva, VENÇA teus medos.. ajude-se!! Nos ajude...
Já pensou em mudar o mundo?
Já pensou em construir teu mundo?
Mude teu mundo dentro de ti,
mude teu mundo a partir de ti..
para que os outros possam perceber
que cruzar os braços, não é ter que conceber
nem muito menos falta de poder...
mas só e somente só não se dar por vencer...
Empacotaram o filho do coronel.
Coisa de criança
que tudo que caia do céu era bom
que tudo que era rosa era de menina
e que nada nesse mundo me abalava.
Pensei que tudo que me tinha era o bastante
as vezes moedas e moedas me faziam enorme
entusiasmo da vida que me circundava
coisas de menina tola, inconstante.
Antigamente eu pensava
que os amores eram para sempre
que nenhuma vilã era o bastante
e que nada os derrotava.
Pensei que tudo quanto era beijo seria sincero
que todas as palavras eram verdadeiras
que toda novela e cinema.. era retrato da vida
e não o contrário, do modo que me é mais severo..
...antigamente eu pensava
que existia só gente boa de verdade
que mentir era a maior crueldade
e viver era só e só felicidade....
que boba que era, a pensar tal possibilidade.
quarta-feira, março 12
Cenotes.
Memórias.
transe.
Quantas vezes.
Cousas
um grampo de cabelo, pendurado.
Um anel sobre o dedo,
uma caneta na mão
um sentimento no papel, duradouro ou não.
Um cigarro,
um prato mal lavado
fumaça pra todo lado.
Um pedido de namorado,
o beijo esquecido e retardado..
o amor negado.
Um celular que não lhe chama de amor,
a voz que não te da calor..
esqueça aquele locutor.
Uma agenda dos dias que foram,
um recorte do jornal com seu nome
e aquele velho, velho fone.
Um papel com um número,
um cartão magnético
e a consulta do médico.
Isso tudo na bolsa,
reclamam a tua presença
o teu uso, nas mãos e no
pensamento, só essas cousas
cousas de momento.
Ele me diz, eu não ouço.
me tomaram o fôlego,
noites de sono.. e paz.
Pouco sobrou...
Vivi mil paixões,
repentinas, duradouras,
nenhuma me restou.
Falei mil mentiras,
delas poucas verdades,
outras, nem tanto.
algumas me restaram.
Pedi mil favores,
alguns gentilmente concebidos
muitos outros esquecidos...
só um me desapontou.
Fiz mil juras,
sinceras e tristes,
recortes da saudade
poucas duraram.
Fiz mil amigos,
todos tão legais,
deslizes cometidos..
poucos me restaram.
Fiz mil canções,
cantei no teu ouvido,
e cantaste no meu.
Nenhuma me sobrou, tudo se esqueceu...
terça-feira, março 11
Dedilhar de canções.
segunda-feira, março 10
Como sempre faço.
peguei meu cartão
bipei o bendito
sentei na cadeira
olhei o malandro
virei e dormi.
Dormi sentada
bolsa abarrotada
caderno na mão.
Pés doloridos
perfume esquecido
dinheiro na mão.
Olhava pro fundo
pra ver se cadeira
restara pra mim
ficar sozinha
era tudo, enfim.
Janela bonita,
praia e azul
amarelo e vermelho
areia e mar
se assim fizesse
janela pra mim
eu pudesse respirar.
Mas só olhar
olhar pro malandro
a me olhar
me olhar também.
Com tanto medo
quanto eu.
Apesar do susto
cansada estara
e dormi assim
que nem vi,
quando sequer percebi,
no malandro amigo
travesseiro fiz
chamando-me no ponto
que ele descera..
cara amassada
baba a escorrer.
Finalmente sozinha
a janela sonhada
de sono e janela
vidro e balançar,
bati a cara
essa cara amassada.
Reclamei a bessa
como faço sempre
resmunguei sozinha
voltando a dormir.
Ponto meu chegara
quase que perdi
sono que me tomara
ao sair assim
do degrau escorri,
quase cai,
mas rápido pulei
disfarçar a vergonha,
de malandra que era
sai a resmungar,
como sempre faço
faço ao falar
dormir em ônibus
pra cara esborrachar.