Subi até onde pude, meus pés de mansinho contemplavam os degraus. Sozinha agora, não tão só quanto lá em baixo.. apesar de tanto querer estar.
Assim que nas alturas me vi, na janela me debrucei, ao encantar-me com o céu, não despido e não tão cinza como ao dia se fez.. apenas um debulhar de gotículas lá em cima, nas vastas nuvens. Os espaços entre uma e outra, eram fendas para o infinito, que me faziam querer-me cada vez mais, em toda essa inquietude que sempre me encontro. Apesar dessa translação de pensamentos, calei-me a boca e o pensar demais.. contemplei a minha volta, a baixo meu quintal e a cima o meu outro quintal, tão celeste.
Roguei a uma estrela, que de mim faria um novo eu, sempre peço-a ajuda... quase constante. Ela me respondeu da mesma forma de sempre, continuou a brilhar quietinha, minúscula e longe, tão longe de mim. As vezes as respostas são mais descritivas no silêncio e na solidão.
Quando as fendas se tornaram enormes, lá em baixo vi uma piscina de luz. Luz da lua que se fazia em meio aos dois telhados, posto que eu estaria em baixo de um, na minha querida janela, minha janela ao infinito. E se fez tão clara, minha piscina de esperança sobre a noite úmida e não tão estrelada, noite de minha eterna reflexão.
Depois de balbuciar algumas palavras ao vento e assim esquecer-me de todo o resto, lá em baixo não mais a minha piscina e nem acima a lua se mostrara, somente as nuvens foram e são, a esconder-me aquela que tanto por mim olha. As nuvens, que fizeram do céu azul um lamento cinzento, me mostraram a escuridão e a hora enfim, de finalmente descer para o meu não tão solitário espaço. Minha infinita vida de solidão, não tão só quanto imagino.
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