Depois de duas horas no sofá, fechou os olhos e pediu sustento. Carregou na garganta um pedido inóspito, não crescera voz alguma, não crescera absolutamente nada. Então sentou sob o vértice laranja, acalmou o esquentar do corpo no gélido chão, e de súbito se levantou ao intuito.
Foi atrás de um quê, que não existe. Saiu ofegante em busca do qual, qual o significado disso tudo. E então gavetas foram abertas, papéis e resíduos de alguma coisa que um dia fora conhecido. Poeira e esquecimento em listras, gravuras e verdades alheias. Revistas e jornais antigos, fontes de inglês, história e cristianismo. Lições petrolíferas e manuais de trânsito. Nada era o que lhe chamara, o que lhe fizera levantar. E as gavetas emperravam, tesouras e lixadeiras, cupim e desordem. E onde estaria a passagem de volta, onde estaria o maldito fim, se queixou. E voltou pro sofá...
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