Meio dia na minha cabeça,
estou no meio da rua de óculos,
meus olhos se escondem das vias,
da crueldade do mundo.
Me escondo por alguns segundos,
me escondo o quanto posso.
Mas me descobrem, malditos.
Querem saber meu nome e de onde vim,
tudo querem saber desse mim...
Meio dia na minha cabeça,
frita o meu pensar, ávido.
No dia que puder abrir minhas asas,
será que serei tão livre assim?
Mal posso esperar pelo mundo,
até os tapas certeiros que estão por vir,
em um desses tropecei há três anos,
espero que algo esteja concreto por aqui.
Meio dia na minha cabeça,
talvez depois da tempestade,
venha mais tempestade, enfim.
Até que o mar se canse de volver,
e a temperança encontre esse mim.
Quem disse que preciso de esferas,
tudo um doce remédio temporário,
como disse antes, naquele dia amargo.
Meio dia na minha cabeça,
escuto o estouro no longe impessoal,
tão pessoal a mim ultimamente,
que nem sei se desconheço tanto assim.
Os gritos ecoam das ruas,
e os gritos personificam aqui dentro.
Já abro meus olhos descrente.
Meio dia na minha cabeça,
não me peça coisas tão difíceis,
eu só quero um pouco de vida,
e a vida é um merecimento bipolar.
A mercê de suas mãos atadas,
a mercê de minhas mãos tão livres...
Meio dia na minha cabeça,
e não conseguimos dar as mãos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário