terça-feira, dezembro 8
Metalinguística minha
sábado, dezembro 5
Alberto Rosas III
apego aos velhos trapos dissolvidos.
Grudando os dentes em podres escolhas,
olhando pro mundo como um qualquer.
A Pedra e a Rima.
Reserva
em um despejar de sonhos.
Coberto e cintilante,
do púrpura que é o amor.
onde conto meus sorrisos,
preservo minhas cores.
a vivência de meus pensamentos,
nos vales de tuas palavras.
e emudeço minhas mãos
a sombra de tua possibilidade..
enfraqueço minhas reservas,
e permito a condução...
do talvez.
Desidério.
O criador de criação alguma.
sexta-feira, dezembro 4
transpor bartira
descrito.
Em sinonimo,
mesmo distante.
Me abster,
de saber,
é resistir.
Mas no resistir,
persisto no sentir.
E reconheço,
despenteio..
e repito comigo;
estava lá,
e agora, aqui.
segunda-feira, novembro 30
Desse tanto
quarta-feira, novembro 25
Compulsividade
Querido
quarta-feira, novembro 18
Serei melhor anfitriã
domingo, novembro 15
?
Mirando
sentei-me.
Olhei as pessoas,
andando..
Fui me inventar,
nos outros.
Eu pensei por um;
será que seria feliz?
E me respondi,
não é bem assim...
domingo, novembro 8
Dançando
quem disse que do outro fizemos moradia?
Moramos nos passos de nossas próprias pernas,
valsando no tempo que a música produz.
E a cada centímetro que passou de uma a outra,
circulamos sobre nosso epicentro,
galgando mais um passo, mais uma única e verdadeira dança...
domingo, novembro 1
Wind Up
Ele furta minhas forças
como abres minha casa aos domingos,
e rouba todos os meus tesouros.
Furtando cada encher dos pulmões,
minha antiga caixinha de música,
meus dez anos de tanto quanto.
Meus escritos mais queridos,
dos mais longos e restritos,
dos mais singelos e amados.
Me leva tudo que produzo,
reduzo a face de minha normalidade estática.
Sou só descanso do cansado que é viver.
E se por acaso se despede,
é com o acabar de todos meus pertences,
destruídos ao chão de minha varanda.
Dando adeus a tudo que me embala,
dando até logo a próxima investida.
sexta-feira, outubro 30
Pratinhos descartáveis
A comida cai,
a faca rasga,
o garfo fura
e tudo vai embora de qualquer jeito.
sábado, outubro 24
23:43
tão deslocado.
A dissonância dos passos,
a frigidez de outros fatos.
Requer a tudo um ajuste,
incompreensivo, de fato.
Recluso e conciso, longínquo.
Uma pedra
Sono
sexta-feira, outubro 23
Carta do Limiar
quarta-feira, outubro 21
Não gosta
não suporta quiabada,
não entende o quê da baba,
traz prazer ao paladar.
Eis cruel.
Eu desminto
que desminto aos poucos....
porque nascerás de minha conjunção,
e serei plena quando vieres.
Eu desminto o meu amor de mulher,
porque quero poder abraça-lo,
distante sonho de pernas grandes,
me abre os poros e vais embora.
Eu a amo porque é a margem de minha vida,
será o deleite de minha criação maior,
nos braços de quem te ama, pequena...
Serás o mundo de minha feição.
Eu desminto o meu amor de mãe,
não sou mãe nem de mim,
não construi meu castelo conexo,
que pasta nas veredas do meu querer.
Eu a amo porque me escolheu,
e se sou da pequena a escolha, serei.
O grande afago da sua vida inteira.
Eu desminto tudo ao passo das minhas expressões,
onde fala a boca e desmente o olhar,
nada posso, mas penso em verso sim,
em poder realizar.
terça-feira, outubro 20
Sem sequer
Pão de açucar ao chão
Escrito numa nota fiscal
quando falei,
se é que existe
pintura de ser algum.
A quem me conduzia,
dizia não.
Da longa doçura do talvez,
do desprazer do em vão.
A quem reclamei,
se criei, descuidei...
agora de minha solidão?
Maria Eduarda
EIS A PLENITUDE!
VOOU NO CHÃO DE GIZ,
ENCHEU OS OLHOS E O CORAÇÃO DE SEUS PAIS
TRÊS PASSOS E O MARCAR DE UMA VIDA INTEIRA...
VOCÊ ANDOU PELA PRIMEIRA VEZ!
sábado, outubro 17
O porre
Se bebo mais, eu compreendo,
entendo.
Aturar,
se o porre é o durante,
mas prefiro no depois,
me embriagar.
No vagão
se esse vagão.
me segura.
desastroso como ele,
populoso assim,
e eu aqui?
minha fuga é assim,
ou eu pulo do vagão
ou ele me joga, nos trilhos....
O amor dos brutos
terça-feira, outubro 13
Distâncias
terça-feira, outubro 6
A desconstrução do oportunismo
Muitos podem dizer que a trajetória de quem observa o mundo de forma analítica é sinal de egoísmo e pedantismo circense. Até onde se compreende, o pejorativo impera no comum conhecimento dos adjetivos, dilacerando o âmago de seu entendimento. Oportunista eu? Assim que escrevo a outros que sim, concebo a mim a capa escura do desconfiar.
Se posso pensar um pouco mais e lembrar onde parte a palavra oportunismo, posso seguir tranquilamente em sua raiz esclarecedora; oportunidade. E o que é oportunidade, se não a esfera da vida que buscamos todo o tempo? Aquilo que separa os sonhadores dos realizadores, ou que unta esses dois artistas do pensamento humano. Pois o sonhador cria possibilidades em seu querer mais íntimo, e o realizador nada mais que abraça as suas possibilidades. Mas que sonhador por si só concebe qualquer oportunidade? Também nenhum realizador que consagre o que não cultiva. Existe uma interdependência em conceber e produzir, que faz da oportunidade o ideal.
Ser oportunista então é presumir que existe uma possibilidade valorosa e ater-se em utilizar de meios para conquistá-la. E o que designa se o desenvolver é bom ou ruim, são justamente os meios de conquista. Que determinam e sucumbem – muitas vezes – o sentido das palavras mal utilizadas e interpretadas. Sou oportunista porque sou egoísta, não. Sou oportunista porque sou individualista. Porque assumo o que almejo e afirmo meu querer em minha ação.
Se desconstruídas as tantas faces da ignorância, a compreensão tomaria posto. Cada possibilidade traria uma nova luta incessante para o melhor de cada um. O mérito, tão esperado e brilhoso aos olhos, seria a conquista cuidadosa e merecida de seus esforços maiores. Trazendo não só a imensa ruptura com a mesmice, mas construindo possibilidades de enxergar um mundo de oportunidades, sempre renovadas.
segunda-feira, outubro 5
Ilha
sexta-feira, outubro 2
A tua boca
ahhh
como sabe...
como espero,
almejo
contemplo,
esqueço
de tudo,
para ver
a tua boca.
E se não visse,
ah se não a notasse as vistas,
seria enfim,
que pois, meu querido..
de olhos fechados,
e peito aberto,
a sentiria.
(espero)
quinta-feira, outubro 1
As Minhas coisas
terça-feira, setembro 29
Para mim
imagine a sandice
de cair em mim?
beijaria o doce,
o olhar mais bonito
ao sorrir pra mim.
se caísse em meus lábios,
seria dos bens, os amados..
doces sonhos de jasmins.
repartiria meus perfeitos,
meus mais que imperfeitos,
salivar de tentação.
ousaria até ter medo,
dessa calma em esconderijo,
desse ar de ilusão.
tomaria num abraço,
tornaria meu azul,
minha eterna aparição...
...se caísse, ai de mim
seria menino de asas, cera..
ao derreter em partir..
ao partir sem mim,
sem eu, sem nada em mãos.
Meu carinho
Se te amo.
você acredita?
com a boca que te amo,
eu te amo com meus braços,
te amo em meus abraços..
te amo em solidão.
não te amo assim, de longe
te amo de frente, esquisita
te amo sinceramente,
amo loucamente, te amo.
eu te amo em desterro,
em desaviso das bocas,
interrompidas pelo desconhecer,
pelo sem saber, verter no impossível.
eu te amo em cada pedaço meu,
em cada fúria minha, sims, te amo.
Eu te amo com cada sílaba de minha língua,
a sair do ângulo de minha paixão.
eu te amo em certa conjunção,
e até no caos que te amo,
nessa minha solidão.
segunda-feira, setembro 28
Dear Moonchild
Eis o preço, a ruptura
calabouço de si.
constante, dançante
devolução do emergir,
que pulsa a divergir,
meus assuntos todos vis...
pois limites, impôs um eis..
vestes de meus olhos,
acerto de meus poros,
compulsória solidão.
Pois me vale, me requer
me remete a cada dia,
um lembrar suntuoso,
um cobrar maldoso,
de ser como ser, sentir.
fez do feito ardoso,
meu maldar, penoso..
desse meu colidir.
terça-feira, setembro 22
Mon amour,
Já tenho tudo aqui,
tua boca e tua mentira,
teu avesso e minha solidão.
Que contradição a minha,
saber dessa forma intrínseca
e titubear meus pequenos sorrisos.
As falas da tua mão.
E já sei na tua fala,
e o teu amor por mim exalta,
no meu ouvido mentiroso,
não fala de amor algum.
Já não escrevo como antes
já não suspiro alegremente,
se vivo de paixões pulsantes,
de meros viajantes, tolos.
E rupturas ao bel prazer.
Já não escrevo como antes,
antes era, antes fui...
me sentia viva, esperada,
consoante de meus prazeres,
mas fugida de todos eles...
Já não escrevo como antes,
e sou escrava da dúvida,
escrava de meu sentir,
que me aponta como errante...
porque não escrevi?
sexta-feira, setembro 18
Alberto Rosas II
"Vou, mas volto para o seu coração"
E aqui esperando, jaz um homem fétido,
aqui, coração petrificado pelo tempo,
espectro de vida que fincou-se em lembranças.
Resiste, todo resto que não seja o amor que concebi.
Onde?!
nos reinos, plantações, feiras e atrasos..
nas ruas, na lua, ventre e peito amado.
No sul, planos, assuntos e comidas,
nos ares, açucares, amigos e destrezas,
nas portas, feixes e repartições..
nas canetas, bolsas, artigos e felicitações...
Onde foi que me escondi?
Inquietação
Não estou sabendo terminar a frase,
começar a inquietação ou galgar
um permeio divino?
Será que desisti, de pedir?
Apesar do forçoso exprimir dessa inquietação.
De volta
insistente estado, precário.
Reproduzindo Verões passados,
arqueando nenhuma solução.
Haja falta de destreza...
domingo, setembro 13
Meu chão de asa delta
perigoso construtor,
assunte ao ludibriar,
eis parceiro enfim.
Na dureza do chão,
a firmeza de cair,
verter no estilhaço,
partir em mil pedaços...
Erguer um olhar,
pra cima, pensar...
eis que do chão
ali naquele mesmo lugar...
olhar.... olhar....
Nunca
sexta-feira, setembro 11
Quanto tempo
quanto tempo faz,
quanto tempo faz.
Que me preocupo com você.
terça-feira, setembro 8
Renovadas as forças.
Renovadas as forças,
os punhos abertos,
da fala mais calma.
Pois que ironia,
força de se reintegrar,
força de reinventar?
É fortalecimento.
sexta-feira, setembro 4
Alberto Rosas
Cedia ao nome do bendito ser que gostara.
Falava com dúbia vontade, mesmo austera..
reproduzindo o mesmo nas páginas dos dias.
Tecia um fio de carinho desavisado,
enchia o peito de vento, amor dos ingênuos.
Beijava aquela boca de tão longe,
que o gosto demorava a esquecer-me.
De nem lembrado, inútil beijo.
Já tive paixões de tantas...
Não sou eu
Catamarã
essa inquietude de Catamarã.
Não sei até que ponto,
se minhas vírgulas me abandonaram.
Já sinto o gosto do pesado,
esquecendo tudo que produzi,
me levando pedaço em pedaço.
domingo, agosto 30
Primeiridade
Eis
todos os pontos,
nas dúvidas menores,
no arco do em frente.
Reluz do pranto,
a condição humana.
Eis que arriscam,
todos eles, vivos.
perdidos em si mesmos,
distintos de todo o resto.
E sobrevivem.
quinta-feira, agosto 27
Impossível
Olhando para aquelas escadas,
tão vazias de você.
Esperando o impossível,
o improvável...
de se acontecer.
segunda-feira, agosto 24
Nota arraigada de descontentamento
Hoje estava lendo sobre dois expoentes brasileiros da comunicação. Talvez possa chama-los assim porque souberam utilizar de suas habilidades, de um momento propício e de uma cara de pau estonteante. Por quê? Pergunto incessantemente. Nessa era de tanta informação e com uma maior facilidade de chegar ao conhecimento, porque não existem praticas e endossos ao mesmo?
Poderia dizer que o caminho onde se trilha a profissão e o reconhecimento é árduo, mas, poderia dizer também que simplesmente nos falta disciplina. Ser disciplinado é compreender as arduras de se ter paciência, de produzir pensamento baseado em experimento, de se experimentar usando do mundo.
Ser jovem as vezes é produzir instantâneidade, tudo sou e de tudo apareço. Aparento? Não digo que acho e nem dispenso o que pensam. Só me produzo as vezes num descontentamento imenso, queria dessa instantâneidade me cobrir de novidades. Ser, estar e reconhecer. Mas quê? As portas estão todas abertas, qual delas adentrar? Me perco numa gama de novidades incríveis, e a maior delas é que o mundo só ama quem ama todo mundo.
sábado, agosto 22
Minha tristeza.
que minha tristeza,
não quer nem falar.
Ela está quietinha,
no cantinho dela,
com o nariz vermelho.
Só esperando pra derramar...
Relato numero um
Chorei de um desespero momentâneo, soluçando de interferência.
Não me trouxe alento algum, e de onde viera, pra lá voltara.
Tão sorrateiro choro, estremeceu toda minha certeza.
Então passando as mãos nos olhos, continuei a caminhar.
E ninguém sequer pode ver.
Jamé
Sentidos
todos eles, reprimidos.
Minha boca não gosta,
meus ouvidos não captam,
meus olhos não se abrem,
minha pele não almeja...
meu nariz, coitado.
Nada sinto.
Feche a porta
quem falou,
quem esbravejou;
"Feche a porta"
Não me ensinou
a girar a maçaneta.
Quanto te magoei
deixei.
Parti dos rumores amigos,
me despi.
Quando te magoei,
me retirei.
Descumpri.
Nem sequer alardei.
Quando te magoei,
permiti, fugi.
Precisei.
Quanto te magoei,
me magoei também,
de tudo que lhe deixei.
Uma criança.
Que sorri com a vida que Deus lhe entregou.
Não há sopro de tristeza, não há uivo de solidão.
Pois uma criança, acolhe tua vida com seu sorrir.
Que mistério contagioso, que permeio perfeito..
da alegria do maior bem, o mais valoroso...
do sorriso lindo que uma criança tem.
Não sei do bem até que ele invade,
transpõe qualquer significado,
na vida do rosto de um pequenino
um sorrir do peito amigo, coração amado.
sexta-feira, agosto 21
Meu dia favorito
segunda-feira, agosto 17
"Fraca"
Nota de dois tempos amadores
sábado, agosto 15
Será?
Talvez possa, enumere em vinte dígitos minhas
qualidades e defeitos. Diga meu nome e sobrenome,
o mistério das premissas de meu signo.
E talvez trace minha idade, fale de meus sonhos,
meus trajes e minhas vontades. Minhas perdas e
meus triunfos, minha família e meus amigos. Se sou
o amor que fui ou no que permaneço, se falo alto,
durmo cedo ou se festejo meus aniversários...
Se acordo de bom humor, se ando descalça em casa
ou se bebo socialmente. Se gosto de azul ou verde?
Pratico esportes? E se já pratiquei a arte de mentir, a
leveza de sorrir ou o findar do choro.
Se abraço apertado pra não perder ou dou dois beijinhos?
Se sou o meu time, minha cidade, meus versos e minhas
alegrias. Se sou as músicas que ouço, as palavra que digo
ou até mesmo quando digo não.
Se acredito no mundo, na vida e em Deus? Se tenho fé,
respeito ou gratidão? Se sinto cosquinha no pé ou na mão?
Se sou o meu amor, a minha amizade e minha emoção.
Se sou a minha mãe, a minha avó e meu irmão.
Talvez eu diga tudo isso,
e você aceite.
Talvez não.
Mas quem sou eu aqui,
além de minha verdade?
sexta-feira, agosto 14
Esta
Silêncio
que no eco de sua magnitude fui vítima.
Ressoava o cântico dos esquecidos...
e perdiam-se as falas por lá.
quarta-feira, agosto 12
Assim que tombei
dessa fúria que atormenta.
A tremedeira que desorienta
um espasmo nas nossas vidas.
Tenho um pouco de paciência
um restinho de consciência,
uma pitada de carência,
mas não condescendência.
Já não tenho dúvida,
o tirar do sério é verter em mágoa,
o lavrar do ódio é subir em água,
e a resposta está na partida.
Tenho um pouco de aspereza
um restinho de clareza,
uma pitada de tristeza
mas não tenho mais sutileza.
terça-feira, agosto 4
Santa Luzia
Partir
ou você vai...
e parto também?
Talvez partir de você,
quando você partir daqui.
Pois o partir de mim..
é o que parece acontecer.
Fatiadas as vontades
todas elas
partiram ao prato dos sabores.
um a um,
devorando aos poucos,
incumbindo de sentir.
E descendo ao saciar,
dos prazeres, todos eles.
Terminar.
Ontem no sexo
me passei
mas reparei
no teu sexo.
ontem mesmo,
reparei, olhei
transei
em perplexo.
ontem mesmo,
eu cobicei,
cada vez mais
teu nexo.
ontem mesmo,
quem diria
eixo plano,
tão complexo.
quarta-feira, julho 29
Desconhecida
terça-feira, julho 28
Volta e meia
onde foi mesmo que me interessei por suas diferenças?
Até onde minha indiferença se fez desmoronar.
Numa suplica de sugar um pouco de ti,
engolir suas palavras e seus cânticos,
me suprir da carência de suas loucuras.
Jamais compreendo seus passos,
e me entrego a eles, volta e meia.
Mas dou meia volta sempre que posso.
E de volta?
Minhas diferenças são diferentes demais.
segunda-feira, julho 27
Manual
nem seus laços,
só uso tropeços,
me uso pelo avesso...
não uso o desuso,
de dizer adeus....
eu não digo adeus,
ao adeus recluso.
não uso porque...
não sei usar!
onde está o manual,
que botão apertar?
domingo, julho 26
Por mim, de um outro olhar.
Parte.
Amor de amores doídos e amados.
como ontem foi também,
ontem doeu de tanto artifício..
de tanta esperança que coloquei.
Hoje dói a dor do mesmo,
a mesma dor doída lá atrás,
ferida mestiça de outra face,
cantiga do peito de outro rapaz.
Hoje sei que é sempre a mesma,
a dor que incita meu coração fraco,
abalo amigo do peito amado,
meus dias perdidos, sem afago.
Hoje premissa de um começo imune,
não há de convencer esta vida,
está dor no peito, amasso constante,
essa coragem já esquecida.
Hoje e talvez um dia,
existirá aquela ilusão,
aquele começo de púrpura fronte,
aquele desejo... sem consumição.
Hoje contradigo o que dissera,
nada mais me é verdade em mãos,
amor de amores doídos e amados,
feridas do peito, consolo do não...
Entristeço
é arremesso de mim,
é volta do desmoderado
é conserto do infinito.
desmereço esse meu corpo,
minha alma me reclama,
onde estou as vezes, minto.
Não estou, não...
terça-feira, julho 21
Farrulha
Caro amigo
Preciso lhe falar de conduta,
a única que me trouxera a ti.
te sorrir me desperta algo bom,
ser bom me confidencia a eternidade.
Ternos dias de minha habilidade,
as vezes mal conduzida amiga.
Descrente de palmas cálidas,
assobios próximos de fraternidade.
Em que ilha nos perdemos?
As partes de tuas partes se foram,
só o azul a me dizer do teu esquecimento.
Na variedade calejante de meus dias.
Não esbravejando nos meus dentes.
Perto de minha rapidez,
fui sempre com olhos abertos,
e eles caíram novamente,
despertos demais para o amor.
Ressurgiria em mil anos,
as vozes da criança que falara,
do murmurinho de meus indutores,
das notícias dos dias que me cercam.
Me diga de imprecisão,
onde foi que nos perdemos
além de em nossos corações?
tempos de ser ninguém.
sou a fortaleza de minha mentira,
ruptura de minhas verdades,
a intolerância de minhas palavras,
sou o verter da falta aguda,
o fim de meu conhecimento.
sou o reluzir de uma jóia antiga,
a escassez de minhas felicitações,
o embromar de minhas atitudes,
a esfera de minha solidão.
Em meus tempos de ser ninguém,
um alguém desperto de ambiguidade,
da vera que é residir em Saturno,
dos cortes que são protegidos por belezas frágeis.
Nada aplica a juventude,
a sabedoria de palpear um doce,
não engole nem transcorre ao sumo,
dedicando, pontilhando, esperando...
em tempos de ser ninguém,
só ouço minha permanente brevidade.
Eu, me esqueci.
domingo, julho 12
De todos os vales que cruzei... muitos suspiros agudos, certezas categóricas
e tragédias eminentes. Assim fulo. Tolo transeunte de minha alma, querida parte de meu mundo, olho a lente que observa.
Onde vai se desdobrar a fúria? Em que parte de meu mundo as tendências se esvaiam,
em que percurso a vida fará a tranquilidade das formas.
Onde trairei meus medos? Seguindo indulgências de meu coração, afirmando a parte de cinza premissa em acordo de montanhas e depressões.
Farei de mim o rei de meu mundo? As guias da fala do peito erguido, a dúvida que transforma meus dias e a fé incumbida de reluzir meus olhos.
Espero pelo tear de minha prece, até que me canse de redigir, uma, duas; por mais escritas as palavras certas, ou acertados planos queridos,
Onde estarei além de aqui,
somente em mim.
terça-feira, julho 7
Cura
no circunscrito das palavras,
na perdida proclamação das estrofes.
Algo que não sei decifrar.
Há algo perdido em inúmeras falas,
nos dias em que a falta me disse mais alto,
em meio aos termos que minha boca pronuncia,
Algo que não sei traduzir.
Há algum porque das minhas vias,
dos dias em que algo não me basta,
nada me cura se não sei o bastante.
segunda-feira, junho 22
por um fio
arranho o ventre de meu mundo,
descarrego a primeira fita,
da segunda eu desaconselho.
Vem a mim,
para padecer de dias leves,
calibrar o azul dos olhos,
e ver o mundo anil de imprecisão.
Não, não....
chega dessa maldade em soul,
se não sou por puro querer,
esse ser que acompanha a raiva.
Plantio dos inúteis,
cartel das pedras atiradas,
moinho de vento hostil.
Acalma-te.
Nem nunca.
dessa água não vou beber,
para não mentir.
Mas se for pensar,
se for dizer,
não quero nem saber,
não estou nem aí.
Tudo que tenho cabe
nos meus braços,
tudo que sou abraça meu dia.
E só disso sobrevivo.
Meu jeito
me mata
um dia.
meu jeito,
me afoga
um dia.
meu jeito,
sem jeito
me arruína.
meu jeito,
irracional
me domina.
Que sina...
quarta-feira, junho 17
Bom dia
por mais noite escura,
nas frestas do mundo
os raios de sol,
florindo nas margens,
do sul um bom dia,
regando de luz,
mais uma vez...
mais um dia.
terça-feira, junho 16
Assim.
Assim que ouviu a primeira cantoria
Pedaço da fonte de meu dizer, acredite.
Mendigo de meu recriar de amor profundo,
de pedra que reside ao chão de minha vida,
não apaga a cantoria de meus riachos.
Desvio meu coração as suas fontes,
suas fontes tão belas de segredos persistentes,
me amais como amas um alguém esquecido,
ficou a quinta parte da parte que me amou.
Fiquei com tão pouco do pouco que me sobrou.
Um quase nada de um amor que não me amou.
Assim que recebeu a primeira carta
Falais,
Se já me apego no desapego de te amar.
Se sou destroço, um troço vivido de se queixar.
Sempre acontece, declinam rumores de meu amar.
Não amo, apego, pois esse mesmo.. me faz declinar.
segunda-feira, junho 15
Estrago
de polpa macia
e suco apetitoso.
me buscou os
sentidos,
e saboreou-me
olhar feliz.
caiu-me da mão,
rolou meu pedido,
meu sentido..
e minha razão?
Fazer sentido
que parasse o bendito,
na porta do tempo.
ele já rolou as escadas,
por um pouco, desceu degraus.
o sentido é único
quando em declive.
o sentido muda
se mudar o único....
Ser amor ou ser alheio.
onde estou me aconselho,
sempre digo ao ouvido,
pois ao coração não permeio.
Onde dói a dor do outro,
a não ser em si mesmo,
na dor, flagelo mundo,
esquecido dos anseios.
Um passeio conturbado,
onde dói a dor do outro?
A não ser em si mesmo,
ser amor ou ser alheio,
quando o passo se estremece,
e saber, desaconselho.
quarta-feira, junho 10
Sempre
matutino de minhas irmãs.
A rima precisa de nossas
piadas infames.
Mas sempre espero a
voz aguda de minha irmã maior,
a doce criança de seus olhos,
o abraço do resto de nossas vidas.
Sempre aguardo pelo enraizar,
da árvore nascente em meu coração,
do cuidado e cuidando dos dias,
até o florescer da felicidade.
Aguardo pela reunião da espiritualidade,
da luz que clareia minha alma amiga,
do sorrir de sua hombridade,
da serena distribuição de seu ser.
Esperanças
Findar
Seria eu?
acertei uma dívida incalculável, persistente e fibrosa.
Seria eu , pedaço de meu sentir?
Seria, superfície de meu pensamento?
Seria, transversal no mundo?
Sou toda parte de mim que insiste,
sou até toda parte de mim que não é minha.
Sou no verso de meu verter agudo
a sinceridade de minha dúvida, o respeito
a minhas convicções a amplitude de meu querer.
Paguei com amor a dívida de minha alma,
e recebi o troco da satisfação pessoal.
Bendita seja a vontade resplandecente.
terça-feira, junho 9
Sinfonia de quadros brancos
Façanhas de uma voz amiga.
Discurso poetico de poeta que nunca fui.
Em meu discurso poético travaria ilusões, diria mil mundos e fundos de eiras e beiras translúcidas. Faria correntes de humores esbravejantes e sentinelas em molho rose. Sentimentos flutuariam e os puxaria de modo complacente a conformidade, todo minuto seria de sagrado sacramento a beldade avistação do poeta que nunca fui. Ah! esse discurso poético de poeta que nunca fui, jamais poderia. Se minhas mãos não afagam aos minutos as minúcias dos amores que perdi, nem mais declamo em pedaços de papéis misturados ao chão sujo o meu clamor matutino, o meu entristecer entardístico e minha semeadura noturna. Nunca fui poeta de conduzir as palavras para os sete ventos, nem a dois passos daqui. Poeta não sou se as sílabas me fogem, se não escrevo de imediato. E se não o faço, os sentidos escorrem sobre os olhos e evaporam na solidão. Isso sim sei fazer de melhor, quando só, conduzo o pensar mais exausto que existe. Aquele pensar que se concebe e se traduz no mesmo ser, o velho pensamento da existência de um poeta que nunca existiu em meu coração... ou persistiu no mundo.
O que fica, onde fica todo o resto.
Sou ruim do quanto que me permito.
Segundos
na calma das sombras
no pleno descaso,
margem da vida.
distinta da mesma,
distante de Vênus,
abraçando Saturno..
retorno infeliz.
Querendo
Jamais!
jamais mudarei circunstancialmente!
Outro dia, pensei comigo mesma:
jamais farei isso novamente.
Outra noite, adormeci pensando;
Jamais é uma pobre pessoa de falha aguda.
segunda-feira, junho 1
Sobressalto
Beirador
onde foi que viu e até onde chegou.
nem sabe.
Nem sabe o mundo, destemido convite
assumindo resquícios em fortuna do ser.
ser de saber, permanecer,
assim que o dia voltar, novamente serás..
quem querias ser.
terça-feira, maio 26
Lentidão
Outro dia dormindo pouco,
imensidão das horas.
Não produzo o esperado,
as vezes quase nada.
Onde foi parar
a minha vivacidade?
no descuido de criança,
pérola esquecida.
Ouço o ventre de minha alma,
apontar para a saudade,
do meu sagaz entendimento
daquela minha imensa vontade....
segunda-feira, maio 25
Paciência
desgosto foi passear.
Passeio de longa data,
desfecho de um dia será.
Tendo
nem um pouco, fora.
Diante do hoje, maiúsculo...
Repleto de magnitude.
Hoje já não é, mas nada,
nada se o ponteiro mudar de ideia,
se a hora perder o tino.
o tino perder a hora.
Assim
num suspiro extasiante,
nessa sua forma de falar.
me responda com certeza,
absoluto em teu olhar,
condinzente de ternura.
me responda oscilando,
como age ao dançar,
mero espasmo do pensamento.
me responda ao dormir,
no sonho um alento,
do abraço acalmar.
Pois cada pedaço dessa vida,
cada curva do pensar,
uma eira que minha beira assenta,
um rejunte que quero abraçar.
Palafitas do pensar
quinta-feira, maio 21
Publicação
na arte de publicar,
publicar é algo complicado,
destino esquisito, margem sem falar.
As vezes, por mais de obra aguda,
por mais de inteira doação,
aquilo do que se precisa,
não é preciso ao outro não.
Então somos planos,
inteiros, de meios relevantes,
para preencher outros anos.
Outras cartilhas, de caligrafia muda.
Criando do cego, surdo ao infeliz,
a fala consciente, a mente aguda.
As seis
sexta-feira, maio 15
Filho de Jacó
Filho de Jacó guia-me a eternidade, me busque na tranquilidade e eu buscarei a ti. Leve-me pelas águas mansas ou até pela tempestade,se soubermos juntos como partir. Até que o céu se levante e minhalma se acalme, me traga bonança.. a vontade de conduzir,trazer por meio do existir essa palavra de esperança.
Nuca
tão único.
Há pouco
tudo que pode-se dizer,
esconda, como bem faz,
atrás, sabes bem.
Mas a duvida que corre
em suas veias, todo mundo tem.
Não use a falta de respeito,
e o julgamento prévio,
como algo que lhe convém.
Ainda há pouco de você,
onde não restou mais ninguém.
Efusivos³
de todos os amores,
todos, amores.
Desse amor que adoece,
reprodução de si mesmo.
Um amor Cáspio..
que águas mansas não desaguam.