terça-feira, setembro 29

Para mim

Se me provasse,
imagine a sandice
de cair em mim?

beijaria o doce,
o olhar mais bonito
ao sorrir pra mim.

se caísse em meus lábios,
seria dos bens, os amados..
doces sonhos de jasmins.

repartiria meus perfeitos,
meus mais que imperfeitos,
salivar de tentação.

ousaria até ter medo,
dessa calma em esconderijo,
desse ar de ilusão.

tomaria num abraço,
tornaria meu azul,
minha eterna aparição...

...se caísse, ai de mim
seria menino de asas, cera..
ao derreter em partir..

ao partir sem mim,
sem eu, sem nada em mãos.

Meu carinho

Meu carinho,
ahhhh meu carinho..
confundido,
jogado,
inesperado,
retido,
inanimado,
esquecido,
desacordado.
Meu carinho maltratado,
meu universo desconhecido.
Ai de todos nós.

Se te amo.

Se disser que te amo,
você acredita?

com a boca que te amo,
eu te amo com meus braços,
te amo em meus abraços..
te amo em solidão.

não te amo assim, de longe
te amo de frente, esquisita
te amo sinceramente,
amo loucamente, te amo.

eu te amo em desterro,
em desaviso das bocas,
interrompidas pelo desconhecer,
pelo sem saber, verter no impossível.

eu te amo em cada pedaço meu,
em cada fúria minha, sims, te amo.
Eu te amo com cada sílaba de minha língua,
a sair do ângulo de minha paixão.

eu te amo em certa conjunção,
e até no caos que te amo,
nessa minha solidão.

segunda-feira, setembro 28

Dear Moonchild

Dear Moonchild



Eis o preço, a ruptura
calabouço de si.
constante, dançante
devolução do emergir,
que pulsa a divergir,
meus assuntos todos vis...

pois limites, impôs um eis..
vestes de meus olhos,
acerto de meus poros,
compulsória solidão.

Pois me vale, me requer
me remete a cada dia,
um lembrar suntuoso,
um cobrar maldoso,
de ser como ser, sentir.

fez do feito ardoso,
meu maldar, penoso..
desse meu colidir.

terça-feira, setembro 22

Mon amour,

Mon Amour,

Já tenho tudo aqui,
tua boca e tua mentira,
teu avesso e minha solidão.

Que contradição a minha,
saber dessa forma intrínseca
e titubear meus pequenos sorrisos.
As falas da tua mão.

E já sei na tua fala,
e o teu amor por mim exalta,
no meu ouvido mentiroso,
não fala de amor algum.
Eu e minha boca grande.
Se existe alguém
alguém nesse mundo
que contorna seu próprio mistério
em habitual mordomia,
sou eu e minha boca,
eu e minha boca grande.
Um livro tendencioso,
a dizer-te o final,
contrariar todo progresso,
sustar qualquer curiosidade.
Eis reflexo,
eu e minha boca grande...

Já não escrevo como antes

Já não escrevo como antes,
já não suspiro alegremente,
se vivo de paixões pulsantes,
de meros viajantes, tolos.
E rupturas ao bel prazer.



Já não escrevo como antes,
antes era, antes fui...
me sentia viva, esperada,
consoante de meus prazeres,
mas fugida de todos eles...



Já não escrevo como antes,
e sou escrava da dúvida,
escrava de meu sentir,
que me aponta como errante...


porque não escrevi?

sexta-feira, setembro 18

Cães

Se pudesse,
abraçar toda a afeição,
resgatar toda lealdade,
resumir os inquietos,
desvendar os amenos,
correr com os pequeninos,
sorrir com os grandes.
Eu o faria.

Alberto Rosas II

Essa moça um dia me disse;

"Vou, mas volto para o seu coração"

E aqui esperando, jaz um homem fétido,
aqui, coração petrificado pelo tempo,
espectro de vida que fincou-se em lembranças.
Resiste, todo resto que não seja o amor que concebi.

Onde?!

Nos lares, escadas, visitas e recados,
nos reinos, plantações, feiras e atrasos..
nas ruas, na lua, ventre e peito amado.
No sul, planos, assuntos e comidas,
nos ares, açucares, amigos e destrezas,
nas portas, feixes e repartições..
nas canetas, bolsas, artigos e felicitações...

Onde foi que me escondi?

Inquietação

Será que parei de pedir direito?
Não estou sabendo terminar a frase,
começar a inquietação ou galgar
um permeio divino?

Será que desisti, de pedir?
Apesar do forçoso exprimir dessa inquietação.

De volta

De volta a minha velha falha,
insistente estado, precário.
Reproduzindo Verões passados,
arqueando nenhuma solução.


Haja falta de destreza...

domingo, setembro 13

Meu chão de asa delta

Meu chão de asa delta,
perigoso construtor,
assunte ao ludibriar,
eis parceiro enfim.

Na dureza do chão,
a firmeza de cair,
verter no estilhaço,
partir em mil pedaços...

Erguer um olhar,
pra cima, pensar...
eis que do chão
ali naquele mesmo lugar...

olhar.... olhar....

Nunca

Posso um dia dizer que talvez consiga me redimir.
Eu nunca disse que poderia no agora, nunca.
Nunca fui de me dizer a mudança brusca.
Nunca.

sexta-feira, setembro 11

Quanto tempo

Meus dias se foram e não sei mais,
quanto tempo faz,
quanto tempo faz.

Que me preocupo com você.

terça-feira, setembro 8

Renovadas as forças.


Renovadas as forças,
os punhos abertos,
da fala mais calma.

Pois que ironia,
força de se reintegrar,
força de reinventar?


É fortalecimento.

sexta-feira, setembro 4

Alberto Rosas

Já tive paixões de me cortarem as vistas.
Cedia ao nome do bendito ser que gostara.
Falava com dúbia vontade, mesmo austera..
reproduzindo o mesmo nas páginas dos dias.

Tecia um fio de carinho desavisado,
enchia o peito de vento, amor dos ingênuos.
Beijava aquela boca de tão longe,
que o gosto demorava a esquecer-me.
De nem lembrado, inútil beijo.

Já tive paixões de tantas...

Não sou eu

Quando se percebe
o mérito do invisível,
não se cubra de raiva vã,
não se ostente de orgulho,
nem ego é o bastante.
Se lembre do amor,
e amor por si só...

Catamarã

Há um dia de ser só saudade,
essa inquietude de Catamarã.
Não sei até que ponto,
se minhas vírgulas me abandonaram.

Já sinto o gosto do pesado,
esquecendo tudo que produzi,
me levando pedaço em pedaço.