sábado, novembro 29

Filhos esquecidos.

( Novamente postando o que jamais posso esquecer.)

Eu sou filho de João ninguém
sou filho de Maria pouca coisa,
sou filho das ruas e das praças,
sou filho do meio, fruto da coisa.

Eu sou filho do pão dormido,
sou filho da mágoa guardada,
sou filho do esquecimento,
sou filho da voz exteriormente calada.

Sou filho da falta de escolha,
sou filho da conclusão precipitada,
sou filho da remota possibilidade
sou filho da luta em mãos, contra a mão armada.

Sou filho da dor e da tristeza,
sou filho dos farrapos que me vestem,
sou filho de um ventre esquecido,
sou filho da margem que os perseguem.

Sou filho do pouco que me resta,
sou filho de um país em decadência,
sou filho das vozes que dizem
sou filho da voz precipitada, onde sou demência.

Sou filho do vento que me congela,
sou filho do calçar dos pés não existentes
sou filho do arrastar do corpo
sou filho do cariar dos dentes.

Sou filho da ignorância e estupidez,
sou filho da lágrima e da dor
sou filho e fruto da sociabilidade
sou filho perpétuo de toda falta de calor.

Sou filho da imprudência regente,
sou filho do meu pai que me deixou
sou filho da mãe que enlouqueceu
sou filho das ruas, das luas... e acabou.

Corta

Corta, lasciva e imprudente,
sem se importar.
Esquece do querer,
se o outrem sequer tem.
Corta e nem espera..
ver o desastre chegar.

Na Música

Já fui Luiza e Angie, ela e flor, já fui estrela e caminho,
cristal e carinho... de todas as cores, o tremor.
Fui de todas as vozes, de todos os versos...o eu e o você.
Fui de todos os amores, de todas as dores e rumores..
de todos os sentidos e sentimentos, de todos os abrigos e corações
partidos.. já fui de paixão e saudade, da mágoa à reciprocidade,
até o próprio medo e a repulsa.. o ignorar e a dor contida,
já fui a musa e o pecado, o vestido e o sapato.. e a falta dos dois.
Luas e corpos nus, ventos e lembranças, dores, amores..
sempre fui, de todas elas, sempre fui eu...
vivendo na música, da música a liberdade de meus dias.

Tudinho

Tudo mudou.
Mas nem tudo,
foi embora.

Tudo mudou,
mas sei, só eu sei
o que foi embora.

Tudo mudou,
e só a parte ruim..
ficou de fora.

Tudo mudou.

Admirada

Gosto de janelas,
que batam sol.
e incide o feixe,
a fresta reluz,
e eu sempre fico...

admirada.

Memória vã

Não sei onde está,
desde quando perdi,
e quando vou encontrar.

mas que diabos posso fazer?
se não sei desde quando,
e não posso falar se foi,
se deixou de ser ou se ainda é.

Onde foi que perdi,
será que dá pra lembrar?
ou será, que esquecida..
pra sempre vou estar?

Algumas garotas

Algumas garotas,
só querem seu dinheiro,
talvez sexo a noite inteira
ou uma rápida no banheiro.

algumas garotas,
só querem dormir,
acordar cedinho
e tomar o sol das sete.

algumas garotas,
só querem balada,
só querem bebida,
um beijo na boca,
e um adeus noturno.

algumas garotas,
só querem amar,
dormir agarradinhas
poder contemplar..

algumas garotas,
só querem prazer,
descartável e indolor,
sem nomes e telefones,
apenas, aventuras.

algumas garotas,
só querem namorar,
para poder acertar..
quem as namore de verdade.

algumas garotas,
querem olhar pra você,
e te dizer sem falar,
que o que ela realmente quer,
você vai ter de adivinhar.


Algumas garotas apenas,
só uma parte delas...

Pela casa

Esse armário,
e essa cama,
esse sofá
e esse banheiro...
essa cozinha,
e esse chuveiro.

Nada mais reclama.

Nina..

Ela se chateou, comigo.
porque eu briguei..
briguei com ela.
E agora passa rápido,
na minha frente,
não quer papo..
nem carinho..

nem nada.

Mas depois ela volta.

Na companhia do vento

Na companhia do vento, vivo sorrindo
quando nos voamos alto,
sentimos que somos únicos,
talvez meros desesperados..
pela felicidade escorregadia.

Mas ele me compreende,
entende, minha liberdade.
me enfrenta quando erro,
e me diz quando sinto saudade.
ele sempre diz na hora certa,
tudo que não digo sozinha.

E sou feliz pela falta alheia,
talvez, por algumas horas...
pelo tempo que me resta.
Tudo é sempre calmo,
quando estamos em comunhão.

Juro que nada vai afastar,
e tudo vai permanecer..
sempre que peço a Deus
um instante...
é sempre para respirar assim.

Um dia de paz

Estava tão certa,
e tão farta.
tão imune
e desacreditada,
porém contente..
e admirada.

que enfim
me libertei.

sexta-feira, novembro 28

quinta-feira, novembro 27

Uma da manhã

todo dia,
eu durmo..
uma da manhã.

como é que vai ser,
se tiver que acordar..
pela manhã?

Só minhas olheiras,
vão dizer.

Sábado

...e eram onze,
comida japonesa,
raiz forte..
pode ser sorriso,
ou pode ser... ?

depois
fomos beber,
fomos falar..
da vida que passa,
desse nosso olhar.
desse amor inútil!
maldito calar.

e de tanto conversar,
perdi a hora..
cinco da manhã!
como vou acordar?

pois a prova me espera,
as duas.

Amor musical

Madeleine, me encanta.
me deixa.. entregue.
a um amor, musical..
a uma dor, tão gostosa..
e dói de sorrir,
cada vez que a escuto.

Madeleine minha querida,
Meu vasto sentir enamorado..
sou assim como você,
uma espécie de retorno ao passado..
que regrava um poema em novas vias,
mas não perde, jamais..

seu sentido antigo.

?

foi preciso,
preciso.

de toda via,
uma.

de tudo,
nada.

e sobrou?
não sei mais.

De estimação

ele me olha,
duas vezes.
e eu reduzo,
apenas uma.

ele sorri, volta,
e me pergunta,
se tenho dono....

e lhe digo,
que não sou..
não sou de estimação.

Eu tenho

Tenho nas mãos, duas apenas..
na primeira adversidade,
na segunda, temperança.

e me pergunte,
se eu posso viver do adverso?

Não posso, nem consigo..
me falta....

Finco o fico.

Não deixo,
nada,
nada me levar.

apesar de burra,
apesar de boba..
tento me acalmar.

meu coração tolo,
insiste em navegar,
em torrentes tantas!

mas não deixo,
nada me levar,
finco minha teimosia,
e fico, fico por lá.

Tudo de uma vez

Caramba,
que frio na barriga,
esse meu desconhecer.

tudo indo como deveria,
e eu como fico? Fico aqui!
Caramba!
Quanta novidade,
e se isso tudo for verdade?

Eu ficarei em paz.

Descobri!

Todo mundo falando,
todo mundo, dizendo..
E não ouço sequer um a,
não consigo entender nada.
estou surda ou algo parecido?

não não... apenas estou, calada.

Gosto mesmo

Eu gosto,
eu gosto,
gosto mesmo de você...

e se me perguntar,
se um dia, eu quero?

só se for com você...

Medo

estou com medo,
e quem abraço?
só meu braço.

único que me acolhe.

quarta-feira, novembro 26

Mais uma vez

mais uma vez,
vi tudo acontecer
da minha cadeira..
o ladrão comparecer.

são sempre dois,
nem sempre armados,
mas correm feito o vento
sinuosos como o diabo.

e eu assisto tudo,
do fundo sempre vejo,
a cara de pânico...
e meu coração sempre com medo.

eu peço a Deus que me segure,
que me guarde nesses dias..
pois a coisa tá feia,
e piora, a cada dia.

Como?

Sou eu, ali, ali e ali.
Mas será que sou eu?
se eu estou aqui... só aqui.
Não pode ser,
ou pode?

Eu..

eu não lembro mais,
quais eram as palavras..
que deveria dizer..

então prefiro,
calar-me.

é tudo que posso fazer.

As vezes

me perdoe pela burrice!
as vezes sou assim..

imbecil.

Nada mudou

Vejo que nada mudou,
e eu estou aqui
tomando meu café,
escrevendo.

nada mudou,
e eu posso ver..
que o mundo esqueceu,
de me carregar em seu girar.

nada mudou.
e eu fiquei a ver,
tudo passar tão rápido
e minhas mãos curtas..
não alcançam mais.

nada mudou,
mas eu fiquei,
pra trás....

Por vocês

Precisamos,
umas das outras.
Uma mão no rosto,
um beijo a testa..
um desacordar e dormir,
um abraço e uma frase,
não faço mágica..
não faço..
mas faço tudo por você.

Ligadas

Ela está confusa,
também pudera
tanta informação...

e eu a entendo,
como desconheço meu mundo,
do outro mundo..
compreendo o que posso.
Mas te dou a mão.

Todas nós...

A tua dor,
é a minha dor.
e eu sinto muito..

por tudo isso.

Eu sou como o domingo.

quarta e quinta,
sexta e sábado
domingo?
segunda e terça...

solidão.

Eu juro

Juro que queria,
te ter nos braços
e te dizer o que mais quis,
o que sempre quis dizer..
a quem nunca existiu.

Juro que tentaria,
ser teu abraço..
ombro amigo, e tudo mais.
ser teus olhos, teus dias..
e o que mais pudesse.

mas estou presa,
completamente presa,
a tudo que não me convém.

Sim

Você diz que não gosto,
não gosto de ninguém.
mas o que me dói,
e a incerteza..
que tenho quando dizes.

Porque, nem eu sei.

Nem viu..

Hoje chorei,
um pranto tímido.
Insolente como sempre.
Daquele que você
viu e não viu, o motivo.

Do quanto não quis,
e do quanto quis..
dizer o que não pude.
Separei meus dias.

Tentei ser firme,
sempre sorridente
e fui até onde nem pude,
onde me fiz inconsciente.

E andei pelos dias só,
sozinha em minhas ruas,
descalça e vulnerável..
a chorar baixinho.

"..and keep you apart,
deep in my heart. "

Between the bars

terça-feira, novembro 25

Só assim

Está chovendo lá fora, da janela posso ver.
E bate um pingo, respingo do muro..
do laranja o balsamo de seus dias,
e arde e seca e molha depois,
e sobrevive a cor de minhas manhãs,
na minha varanda do infinito,
as plantas são lindas e o ar é puro,
o chão gelado me acolhe, mas que dicotomia.

Tudo é do jeito que tem, tem tudo pra ser ótimo.
Que chovam os dias, e em outros suspenda!
E o sol vai raiar mais uma vez,
e as nuvens vão sorrir.. A lua me dirá boa noite,
e ficarei feliz, só assim.

Ah!

Hoje acordei com vontade de cantar saudades,
de dizer o quanto me faltam aqueles pequenos,
aqueles dias de tanta satisfação.
Em que me banhava em sorrisos sinceros,
em que me eram doloridas as bochechas do rosar,
de todas as vezes que o meu peito foi amassado..
com um abraço contínuo e de grande apego.

Que saudade!
Das minhas manhãs mais sinceras,
dos meus dias mais saudosos..
de todos os amigos que sinto falta,
dos rostos que até mesmo são vultos,
e que nas ruas os vejo passar apressados.
Talvez de alguns a minha memória vã se desmanche
mas persiste aquele incitante sentimento..

de sentir eternas saudades, dos meus dias..
ah quanta lembrança... quanto sorrir.

Firme

apostos como você,
que sempre vaga
a minha procura.
que sempre busca
o meu olhar..

que finjo nem ver,
que fico a calar.

Até te ver,
e te descobrir...
finalmente.

O que vi e não reconheci.

Ele é meu porto seguro,
meu abraço querido,
meu corpo despido,
meu lapso de amor.

ele é meu sim,
ele é meu prazer,
minha vontade,
meu querer.

Ele é tudo..
que nele posso querer.

segunda-feira, novembro 24

Não

Eu não me importo,
com tudo isso.
Eu não ligo,
pra nada disso.

Tenho a mim,
e a Deus..

pra meus desterros.

Eu odeio quem te faz mal

Eu odeio quem te faz mal,
quem te joga num canto,
te faz de animal..
não respeita suas dores,
que são minhas dores de mortal!

Ah maldito seja!
o amor e suas peças,
coadjuvantes miseráveis,
sem papeis glamurosos,
sem saudades eternas,
sem lamentos bruscos..

nada é tão lamentável quanto amar.
nada é tão doloroso quando não amar.

E eu odeio quem te faz infeliz!
Quem rouba teu sorriso,sua luz.
Mas eu odeio odiar isso tudo,
porque me faz mal..
odiar tudo isso.

Entenda comigo.

Não é o tempo gasto!
Mas que bobagem..
tudo foi, tão bonito.
Era tudo verdade..

Mas agora é só lembrança,
e lembrança fica num baú,
você assopra de vez em quando..
só pra não deixar cair no esquecimento...

breve.

Novamente ela.

Se aproveita,
quando pode,
joga o anzol,
e puxa a presa.

Oportunista de primeira,
espera a melhor hora,
gira o molinete,
e traz a carne viva.

E corta o outro no meio.
Sem a menor culpa..
desgraçada.

sábado, novembro 22

Amores fáceis

Amores fáceis,
dentre bares.
São o ópio,
da solidão.
Abrasam o corpo,
incendeiam a alma,
mas não aquecem..
o maldito coração.

Respostas

Já sabemos.

É teu coração duro,
é tua escolha aguda,
burra, burra..

nada de caminhos fáceis,
estrelas próximas
são enfadonhas.

não é a falta de tempo,
não é o jeito difícil..

é a falta de você,
dentro de ti.

Perguntas

você
só anda,
sozinha.

é por querer,
precaução
ou santidade?

falta de tempo,
de coração
ou por pura maldade?

Vais ficar para tia.

Minha amiga margem

A margem separa algo que tentei esquecer, mesmo que em espiral tente trazer o que se foi. Quando foi mesmo que deixei de amar aquelas palavras? Quando mudei de pensar que o que me era sorriso, talvez, por desventura, se tornou preocupação.
A margem dialoga com o esquecimento, talvez por supor a minha provável dor. Ela desmecere o que se foi, e torce para que novas palavras sejam contornadas no papel reciclado.
As linhas são sempre hospitaleiras, aceitam de bom grado a contribuição da tinta amiga. Ela se aquece dentre as letras que a abraçam, tudo lhe cabe. Mas a margem, ela separa as linhas e contornos que se foram, a margem dilacera corações apaixonados, a margem quebra a lembrança do sentir, a lembrança te prepara para novas dores... ela não deixa que tudo se torne uma mistura homogênea.
Enquanto sopro um pouco de vida sobre as linhas, quem sabe a morte e desterro do meu coração, tento lembrar da margem como uma amiga cautelosa, pois sempre me faz lembrar que preciso de espaço para começar novos cantos, mas que, apesar da distância... não se sintam perdidos os sentidos pelo qual estou dialogando entre as páginas.
A minha amiga margem, só tenho a agradecer.

Sonhos

De nada me valem esses sonhos esquisitos,
esses passos constantes em um buraco negro.
Não me sobram palavras e me faltam ouvidos,
pois não entendo..
E os abraços, ah sim.. eles são os piores,
tão reais e dolorosos, que nem a saudade
poderia tecer igual.

quinta-feira, novembro 20

Só e somente só.

Não se precisa de tanto, quando o pouco é o bastante.
A mim, em meus dias, em minhas palavras.. até que o egoísmo poético me falhe
Serei apenas em meus versos, como eles vão ser.. na minha vida.
E que tudo mais esqueça, que tudo mais possa se esvair..
só quero meu verso e eu, só a minha poesia à mim.
E vamos ser como sempre fomos, sem que o resto nos zangue,
que se façam palavras tristes e que os dias se cubram de azul.
Até nas horas que as palavras falhem, só o sentir não será em vão.
E seremos meu verso e eu, minha poesia e meus dedos, meus pensamentos,
meus dilemas, minhas dúvidas e teorias, minhas certezas incertas,
sobre qualquer dos esquecidos, os lembrados e balbuciados..
Que meus dias sejam cobertos, de mim em minha poesia..
esse meu canto exaltado, numa esfera esquecida..
chamada o eu de mim pra mim, onde ninguém entra.
Onde ninguém chega, só.. e somente só.. a minha poesia.

Não me importa

Saí a procura das tuas mãos pelas ruas, nada me parecia..
corri nos becos e travessias, pelas ruas da madrugada..
pelo horizonte perdido, pelo mar que te abraçou.

Ninguém me deu notícias da sua alma inquieta..
do seu olhar que me conhece, do seu caloroso sentir.
E eu fiquei a sua espera, sentada no meio fio.

E na rua do tempo passou tudo quanto era sentimento..
a paixão corria apressada, o amor eu nem enxergava..
mas veio a raiva e o rancor, veio a mágoa e a tristeza,
todo mundo no mesmo lugar, um atrás do outro...

Mas no fim meio escondido, meio tímido e recuado,
estava o carinho, pedindo que alguém o resgatasse.
Ele sim sobreviveu aos desterros dessa cidade.
E cruzou a avenida sob meus olhos.

E corri sem saber dos carros, atravessei sem saber da morte,
derrubei a mágoa, a raiva, o rancor e a tristeza.. e salvei o carinho das mãos do tempo.
O segurei com toda minha força, e deixei que o resto decaísse...

Não me importa.

..Ellen

Um presente vagabundo,
é o sorriso teu.
Tão desmedidamente inútil,
quanto suas palavras.
Não espero uma verdade,
num poço de mentiras...
não me erga as mãos,
pois não falo com estranhos.

Veneno

É tão valoroso,
tão bonito,
quanto perigoso.

é muito abrasador,
teu ventre coração,
te cobre de calor.

e então lhe entorpece,
lhe joga onde quer,
e você só adormece..

num sonho azul,
coberto de estrelas,
que você não conhecia..

e depois o sonho termina,
a voz se cala, os olhos se abrem
e você percebe o problema.

O amor é um veneno,
que tem de ser sugado por completo..
para desaparecer.

E depois do que sobrou,
o amor se transformou..
no antídoto.

Pois do próprio amor,
é o veneno e a cura,
pra se sobreviver.

Com ele tudo dói,
sem ele não há nada..

Daquela forma

Não vou mais castigar meu coração com esses versos mal feitos.
Nem me dizer, que o amor é ascendente e que meu caminho está sobre as flores.
Nem me lembrar, me contorcer de uma saudade vã.
Nem sequer, quero esquecer... pois lembrei antes disso.
Nem escrever na linha da vida uma poesia triste..
Nem regar, todas as manhãs as pétalas de minha esperança.
Muito menos resgatar de uma foto um sorriso que não sei mais sorrir,
já não sei como sorrir daquele jeito.

Cortando relações

Eu deixei de lado,
o meu sorriso,
a minha alegria,
as minhas flores,
minha lucidez..

deixei de lado,
meus amigos,
minha vida,
meus amores,
minha esperança.

larguei tudo,
desde o dia,
em que me deixei.

quarta-feira, novembro 19

Madrugada

Estou indo tarde, tão tarde
que não sei que horas são.
Não me importam os ponteiros,
se meus olhos me desrespeitam..
eles sim ditam a minha saída.
A cada dia adormeço mais tarde,
permaneço em mim,
e resumo todo o resto..

terça-feira, novembro 18

Te digo de amor

Te digo o tal do amor,
sem saber do mesmo.
Na boca os dias com um sabor,
mas ele nunca mais será o mesmo..

Eu falo, te digo.. acredite.
Mesmo que o nome,
seja conseguinte traição..
o amor venerado que morre,
a morte do amor que nasceu em vão.

E eu tento, te dizer
que acredites, meu querido.
Esse tal vício, esse mérito.
ou até descontentamento..
que chamam de amor.

Alguma coisa pra se apegar,
um sentir ou até mesmo calar..
que faz o peito sentir..
as vezes responder por nós.

E lá estará o que procuras,
ou o que desistira...
ou sabes lá mais o que.

Quinta de Gori

Queria ser tua mulher,
para que seus braços,
pudessem ser meus..
só meus.

Para que essa tua barba,
viesse a mim de súbito..
e a pele entrasse em alvoroço.

Para que esse teu cheiro,
pudesse ser com o meu..
uma mistura controversa.
Um agridoce a boca amiga..

Para que, meu bem
eu ousasse te ousar,
pudesse te amar,
como bem quisesse..

Ser sua de eiras e beiras,
até onde não se possa mais..

Bem...

Nomes, não são.
Escondem muito mais,
que sílabas..

significados impossíveis..
sem a tal compreensão.

( sobre a nossa conversa...)

Onde começamos

Toca um sorriso
em meus ouvidos,
é só um presente..
que você me deu.

Que jamais esqueci.

segunda-feira, novembro 17

Retrato fiel da (nossa) insanidade


" A loucura marca...

Cria, rasga, grita

Derrama, destrói, esmaga

Ama, chora, deleita

Sinceriza as coisas mais insublimes

A loucura cria, recria, esquece

Lembra, entende, amadurece

Deixa livre o que quer que seja... "

Um brinde a nós, R. Loiola!

Cara de pau

Talvez a minha cara de pau,
possa lhe dizer, mais do que posso.
E lhe falar que sou assim,
desse mesmo jeito que imaginas.
Ou talvez não, não sou nada disso ou aquilo.
A minha cara de pau, nem sempre é
sinal, de autoconfiança.

As vezes, só é pra esconder..
essa tal insegurança.

Preocupations Ltda

Ele agora,
faz comida
todo dia,
pra sua filha.

pergunta se esqueceu
alguma coisa,
talvez, o celular?

Se preocupa,
meio estranho
esse preocupar...

Talvez recobrar,
o tempo perdido.

Novecentos e noventa e nove.

Novecentos
e noventa
e nove.

Mais um
e estou
nas minhas
mil palavras.

Nas minhas,
mil poesias,
e poemas.

Nas minhas
mil faces,
e mil desterros.

Nas minhas,
mil alegrias
e mil desalegrias.

Nas minhas
mil loucuras
únicas.

Nas minhas
mil reivindicações
e desapegos.

Nas minhas
mil paixões
e amores falidos.

Nas minhas
mil saudades,
e saudades mais..

E mil!
Há mais mil coisas,
pra se fazer por aqui
pra se dizer por aqui.

Tomando coragem

Má que,
que é?
Me deixe em paz,
sou assim.

Não vou,
e pronto.

Não estou afim.

Árvore dos céus

Hoje vi estrelas n'uma árvore! Poderiam os deuses plantarem tão robusta e cintilante? Vens a meus olhos como um acalento... Viro criança da janela. E as estrelas acendem em azul, e eu mal posso esperar pelo próximo tilintar de suas vidas. Seus frutos dos céus, que maravilha. Posso colher em meus olhos a imprecisão de seus tamanhos e suas cores iluminadas, seu poderoso atrativo. Nem pisco os olhos, enquanto piscam todas elas, como-as em meus olhos e as detenho em minha mente.

Hoje meu coração sorriu, finalmente.

Se fosse.

Se fosse precisão,
eu seria mais fria.
Mas sou tola,
e sentimental demais..
nada muda.

Cafeinando

Pretinho meu,
delícia minha.
Vens a minha boca,
que estou sedenta.
De noite és meu,
nas noites sou tua.
E ficamos acordados,
a nos deleitar.

Línguas

Um laço, e sua língua se mistura com a minha.
Eu daqui, você daí, e nós acolá.
Como entender? Como falar?
Porque esqueci, só posso me calar.
Daí eu tento dizer, pode falar mais devagar?
E você enlaça novamente... a língua no meu pensar.

E eu fico, daqui.. tentando adivinhar.

domingo, novembro 16

O rei sem dedo

O mundo perfeito,
nunca existirá.
A mostra do rei sem dedo,
é o que realmente acerta.

O incerto lhe move,
a circunstância é um passo.
E se foi ou não um acerto,
ficou apenas, no passado.

E o mundo perfeito,
que fique onde está.
Existe algo compreensível..
nesse meu mundo imperfeito.

E que as circunstâncias sejam,
da forma que deseja..
o tempo.

Assim que puder

Minhas olheiras,
falam por mim.
e ainda nem começou,
o que está por vir..

o cansaço me consome,
para tudo não estou afim.

Mas isso vai acabar,
logo terá seu fim..
e voltarei a sorrir as tardes.

Se quiseres..

Se queres tanto,
porque não vais atrás?
Se ficar na retranca,
vais perder..
e feio.

Juntas

Eu e minha chatice,
passeamos pela cidade,
olhamos o mundo de verdade,
vemos as cores da vida..

trançamos ventos e letras,
cantamos sobre o mar,
falamos da vida com destreza,
admiramos o luar..

somos únicas nessa vida,
egoístas no pensar..
eu e minha chatice estamos juntas,
até o dia que ela de mim, se cansar.

Dont

Ela só queria um café,
e arranjou um capuccino.

Só queria um pouco de paz,
e arranjou um conversador.

Só queria ir embora,
e ele a chamara pra sair.

Só queria ficar quieta,
e ele foi-se embora ao perceber...
que ela não estava pra papo.

No shopping

Deitei sobre o banco acolchoado, onze horas, cheguei muito cedo.
Ninguém me vê ali deitada, o segurança não se importa,
o sorvete está sendo colocado, a música começa devagar..
as guirlandas estão no céus, a música é Natalina...

Papai noel chega de jeans, roupinha vermelha nas mãos,
me olha com espanto, óbvio. Estou quase morta no banco.
Fico lá, perceptível. Minha amiga no reflexo me olha de cara torta,
diz para que levante com o olhar, mas sou teimosa.

Então vindo a mim, fecho os olhos..
Engraçado é imaginar as pessoas passando,
por onde eu fico tão quieta, como é estranho perceber,
que poderia por alguns minutos um shopping ser tão calmo.

Novidade

Os dias rápidos, e hoje já espero.
As coisas vão mudar,
e eu sinto um sabor sincero..
de novidade.

Estímulo

Preciso,
não nego.
E finjo,
não nego.
Espero,
e não nego..

Não nego mesmo.

Só o meu

Talvez,
só o meu lado
me fosse correto.
Só o meu ver,
a minha dor,
e o meu nariz.

Mas que egoísta..

sábado, novembro 15

Besterol

Porque essa besteirada toda?
Pra que tanto esforço...
em te agradar.

Se você me ama,
do jeito que sou.

sexta-feira, novembro 14

Márcia

Márcia está longe,
onde o Rio cresce de dia.
No começo do ano,
onde tudo se recria.

Márcia deixou seus filhos,
com quem pudera cria-los,
por um espaço de tempo
até que pudesse deporta-los.

Márcia,
é a ovelha negra,
mas nunca deixou,
de ser menos valorosa,
menos querida..

do que qualquer um.

Tulu

Seus olhos,
são lindos.
E eu amo,
seus olhos.

Gosto da ternura,
que seus olhos
tem por mim.

Gosto da lonjura,
que as vezes..
tens de mim..

Mas só gosto,
porque sei,
de pura certeza,
que me amas,
tanto quanto amo a ti.

Mercedes

Mercedes Maria Zoppi,
mulher de força,
mulher de tantas..
de tantos anos passados.

O pão que tanto me dizes,
que tanto gosto..
a sua face rosada
e o seu sorriso acanhado.

Mercedes és linda,
e eu adoro teus abraços.

Guime!

Te vi nascer,
carreguei no colo,
te cuidei, te guardei..
te ensinei alguns passos,
algumas palavras.

Te comprei doces,
e sorri por tuas palavras,
eras tão doce quanto o que compraras..
e hoje és um doce de menino,
como de outrora.

Paula

Paula que amo,
tia da perseverança.
Paula de rosto risonho,
e humor primaveril.

Paula de mil jeitos,
Paula de mil tarefas..
Quase uma Dulce,
dentre todas as tragédias..

és Paula, divina.

Ícaro

Ícaro menino travesso,
desde criança..
brigávamos tanto.

De olhos grandes,
cabelos castanhos
e humor conturbado.

Ícaro agora anjo caído,
derreteu suas asas..
e está voltando, pro passado.

Um presente necessário.

ESSE SOM!

EU AMO, esse som.
Nunca vou deixar de ouvir,
nunca vou deixar de cantar,
nunca vai deixar de existir..

esse som na minha mente.

Indo

..eu só vou embora,
se tiver certeza.
mas a minha certeza,
é sempre incisiva..

e vou embora,
mais uma vez.

Entes

Eu quero vocês aqui,
aqui perto de mim.
Não quero saber de saudade,
não quero preocupação..
todos juntos somos fortes,
podemos nos dar a mão.

Me faz feliz

Quando vem é do caralho
ninguém pode impedir..
eu escrevo e escrevo sem parar,
tudo é tão importante,
quanto meu pensamento condiz.

E eu só posso colocar pra fora,
deixar que despeje..
esse amontoado de ideias loucas.
Que tanto me fazem feliz.

Nem quero

Esse som,
excitante,
incitante..
que me consome.

Que me deixa,
que me acerta,
e eu não posso..
fazer absolutamente nada.

E nem quero.

Antisociabilidade

Eu finjo dormir,
só pra não conversar.
Mas que tipo de pessoa,
é assim?

Mas que vá a merda,
não estou afim de conversa.
E não me vem falar do tempo..
que hoje não to pra papo.
Só quero chegar logo em casa,
pra dormir na minha cama..
ahh, que saudade da minha cama..

quinta-feira, novembro 13

Se viesse de volta pra cá, se fosse me embora pra lá...

Loucura acentuada,
de pensar como seria,
a morte.
Se dolorosa ou indolor,
se mentirosa ou fruta cor,
a minha vida no além.

Cantaria, dançaria
Ou viveria em outrem?
Passaria a eternidade..
a vagar pelo mundo,
o mundo mais sombrio de todos,
o mundo dos homens.

Seria uma alma penada,
uma alma despida,
uma alma atormentada?
Puxaria o pé de alguém,
seria um espectro de ninguém,
ou vagaria pelo infinito?

Minha morte seria breve,
ou perderia aos poucos o sentido?
Talvez um anjo me tornaria,
mas que ousadia minha,
me santificar assim.

Talvez o diabo me sustentasse,
me chamasse pro inferno
e eu fosse sem resmungar.
Viver em caldeirões ardentes,
plantando e colhendo sementes..
que já nasceriam estragadas.

Ou os céus iriam me aceitar!
Essa alma pecadora... esse meu serzinho infeliz.
E meu pai iria falar,
minha filha és bem vinda.. aqui é teu lar.
E seria a minha vida, quer dizer..
a pós vida, um eterno debruçar.

Ainda sim seria louca, louca de imaginar..
como seria a minha vida,
se pudesse pra terra voltar?

É verdade

É a mais pura verdade,
sou uma errante compulsiva.
Erro e tropeço em minha vida,
só faço merda, só quebro a cara.
E volto, e retorno.. tento tudo que posso,
vou com tudo que tenho,
pra tentar consertar..
outra merda que fiz.

É a mais pura verdade...

Sobre burrices

burrice imediata,
quando cruzo a avenida,
e espero que a sua mão
me dê a mão...
pura tolice.

burrice apaziguada,
quando chego no destino,
sorrio pra porta ao abrir,
e você está de costas!
mas não era você ao virar,
mais uma, derrota...

burrice costumeira,
sempre ouço a sua voz,
fico com medo de olhar pra trás,
e um dia ser de verdade.
Mas nunca é.

burrice literária,
pois queria lhe contar,
lhe dizer, lhe falar..
que hoje vi um pouco de ti,
naquele livro de fulano.

burrice diária,
que visito sua casa,
mas me escondo nas frestas,
eu não quero que me veja...
já que nem podes mais me ver,
não podes mais.

burrice no ponto,
eu espero o meu ônibus,
e sempre vejo os casais..
e você não está lá,
pra se despedir em pranto..
como eu fico ao observar.

Que só a burrice me acompanha

Tabelionato

Não me obrigue a autenticar,
algo que não sou.
Não tente me fazer assinar,
no que não posso ler.
Nem tente me enganar..
que eu jamais vou corresponder.

A minha palavra é simples,
e dessa forma de vida,
eu não quero nem saber.

Mente em frente

Hoje eu sou tão cega, sobre minha vida, e o que é a minha vida?
Eu acordo e trabalho, sustento o imaginário, nem posso mais sonhar pois se sonho acordada, sou louca por sonhar. Se penso um pouco mais alto, sou estranha e incômoda.
Um plano desajustado e enfim sou esquecida. Ninguém vem a minha porta se não abro minhas janelas, se não planto flores, talvez as bromelias que tanto gostam. E tanta gente ao meu redor, tantos mundos dentro deles, e eu não os conheço. Desconheço todo o mundo que guardam pra si, estou tão só quanto estive desde meu nascimento, e a vida que me apalpa não me conhece o bastante, ou se sim, desconhece meu pranto. Tão sozinha que nem escuto minha voz gritar, meus pés em reclame diário ou meu coração fraco e indolente. Sozinha em conjunção a um mundo perdido a pessoas tão mortas quanto eu. E se acaso eu não for verde, não serei aceita. Que vida é essa? Acordo quando o horário reclama, saio quando a porta convida, como quando o sol se inflama, deito morta quando o dia vira. E eu não vejo mais o sol nascer, e nem consigo ver ele se despedir a tarde. Eu desço a ladeira de minha tristeza, percorro sua estrada sinuosa, mas tenho de sofrer com dignidade, e onde há dignidade no sofrer eu não sei, não me ensinaram a sofrer pois aprendi sozinha. A tristeza me convida a sua casa sempre que pode, ela me abraça como quem quer me sugar e eu a abraço quando estou me sentindo só.
Sabe a alegria? essa forma de dizer que está tudo seguindo seu curso, a vida cresce, as novidades se instauram e você consegue driblar tudo que lhe frustra. Alegria é permanecer imune ao passo em falso. Talvez como a luz e a escuridão, a falta de um faz o outro permanecer. E que a luz prossiga em algum lugar dentro de mim, fale por algumas, e volte por outras. Após tantos os sentimentos, vamos ao amor, tenho medo do amor, não sei o que o amor significa. Não sei se o amor é um conto fantasioso de duas vidas que necessitam se instaurar uma na outra, se o amor é o desapego dos sentimentos ruins, quer dizer, da falta de sentimentos bons -seja qual for a realidade de cada um quanto bem e mal - ou se, o amor é um pacto de nascimento e vencimento constante, que permanece na falta que o outro lhe faz, que nasce no mistério de conhecer a inquietude de outros ventos e que morre quando se descobre um vendaval maior que o seu. O amor é um enigma de nome e preceitos, por isso tenho medo, medo do que não conheço. E do que não conheço fico estranha, mas a xenofobia não me contempla por completo.
Então essa é a vida, a vida que tenho de viver. Nascer e morrer em sentimentos agudos, fingir ser boa o bastante e chorar no devido momento. Derrotar meus demônios e levar ao outro a minha paz constante. Não dizer se gosto de azul, pois azul é o vento que sopra do leste, e do leste ninguém quer saber... Calar a boca se não agradar o bastante, tentar permanecer na euforia constante de sobreviver, de viver numa vida de não sei... não se mais o que.

Minhas pernas bambas em meio ao mundo

Vale ressaltar o acumulo de inquietude em minhas pernas, bambas.. trêmulas de uma realidade racionalmente desprezada. Quando o mundo reage as características de um caos instaurado, onde estão as leis e o trono consagrado? Os sinais vermelhos não apontam o pare, as placas não indicam caminho algum e os lideres se perderam em seus próprios infernos. O mundo perfeito de estruturas organizadas e interdependentes se perde quando o medo se instaura, a necessidade prevalece e a ideia de organismo se difunde em um tumor maligno. Quando o câncer se espalha, as células cancerígenas dominam cada ponto, se alastram por outros órgãos até que por completo o organismo possa se esvair até padecer. Assim reage uma comunidade inserida no caos, nada mais que estruturas de consciência perdida e papéis esquecidos. A lei retoma que cada um reparta o seu em maior quantidade, prefira a vida e sua sustentabilidade como indivíduo e que a desconfiança e o domínio sejam as principais bases de sua estrutura pensante. Quando o mundo ético se perder em meios coercitivos do desuso da própria ética, está instaurado a amoralidade e dicotomia das estruturas pensantes de um organismo de leis comunitárias. Imoral será tudo aquilo que deixou de seguir o plano básico de vida da ética, amoral será o esquecimento dos preceitos do mesmo e fundamental será agregar a si sua individual moral. Dentre mortos e feridos, no caos a vida se intitulará animal. Irracional de imediatismo e desorganização desenfreada, tudo tomará um plano básico de domínio, e a estrutura que instaurar o domínio em primeiro plano, seguirá como lei. Para tal domínio o imediatismo tomará tendências coercitivas, de maneira que a relação parta de um plano de estrutura básica baseado na relação de passividade dos mais fracos. Daí a brutalidade entrará em cena para ditar quais são os líderes de suas estruturas.
E as pernas bambas ainda prendem meu coração acelerado.. perdido em mundo mundo inexistente, que só espera que os loucos acordem para viver tal realidade.

Ensaio sobre corpos nus

Meu corpo, nada mais que meu corpo.
Quando o corpo, representou tanto?
Meu corpo, uso e desuso do mundo.
Sou e não sou, se meu corpo, for ou deixar de ser..
Quando a moral tem de prevalecer, em meu corpo.
Meu corpo, moral, amoral ou imoral...
E quando o mundo for cinzas?
meu corpo.. ...deixará de existir como tanto.

Minha visão entre o caos

Eu não poderia ser, ser tão forte.
Quanto deveria, tão lúcida, capaz..
quanto necessitaria. Ou pudesse ver,
o bastante, e enxergar o futuro,
no presente de minhas mãos feridas.

E se fosse, enfim mérito, dádiva ou injúria..
emplacaria minha santidade, em meu fado...
seria um Deus de falhas e de súbito,
onde predominaria a certeza..
do peso de minhas costas.

quarta-feira, novembro 12

Aposta

Número desgraçado!
apareça de uma vez..
e me tire do talvez,
e me tire do talvez...

Não estou

Outra vez tocou,
e eu não quis atender..
tocou até dizer chega,
mas eu não vou atender.

Miss

Nossas tardes,
de lençóis,
azuis e brancos.
de flores pequenas,
e aromas sutis.
Meu perfume em você,
seu travesseiro em mim.

Meus olhares, estranhos..
não te diziam tudo.

Mil vozes na minha cabeça

Acenda,
apague.
Volte a ser.
Não tente, desista.
Persista no saber!

Perdoe, esqueça.
que mal faz?
Ajude, enobreça..
deixe tudo pra trás.

Não vá, fique.
Durma em paz,
não seja mais uma,
e seja capaz.

Duvide, estranhe..
não confie assim.
Seja boba, estúpida..
e largada por mim.

Engula a seco,
e deixe passar..
que vá a merda,
eu não quero voltar.

A segunda

Ela esquece,
se faz de forte.
mas seu coração,
está pela metade.
Mas não contorce.

A primeira

Ela sorri,
mas seu coração
está pela metade.
Como quem sorri,
de pura saudade...

Traição

Visto que visse,
eu tenho algo
a lhe dizer.

Não é nada disso,
que pensas...
é o contrario do ver.

É apenas ilusão,
que as palavras..
indicam ser.

É tudo um truque,
que só eu posso ver.

Parabéns

Parabéns novamente,
conseguiu enfim.
Arrumou seu mundo..
sem precisar do outro.

Mendigoel

Vi Papai Noel na rua, um homem de barba branca, blusa vermelha, olhos sofridos e botas sujas... carregando um saco cheio de presentes. Andou alguns metros depois do ponto, e então tirou o resto de comida do saco velho.. e as duas criancinhas comeram felizes.
E o velhinho sorriu.

Papai Noel existe.

Descanso

Descanso,
preciso
descansar.

Eu canso,
só canso..
por tentar.

Descanso,
por pouco..
eu ia me acabar.

ainda bem,
hoje vou descansar.

O médico

A sua patologia,
sei bem qual é.
Nem precisa prescrever
remédio... não é nada
que se tome de colher.

Só sonho

Eu estendi meus braços pra sua chegada,
e de longe você estendeu os seus.
E minhas pernas deram o ponto de partida,
para encontrar o abraço seu.
E corri como nunca correra antes,
sobre nuvens e sorrisos saltitantes..
E quando cheguei ao encontrar o seu,
o despertador me interrompeu
e percebi que era só sonho.

Trinta e quatro graus

Trinta e quatro graus,
me esvaem a pele..
o mar me prende os olhos,
a areia os pés.
E os cabelos são do vento,
as bochechas do surfista,
o sorriso do cachorrinho,
e a garganta da água.
As unhas do esmalte,
as mãos do protetor,
o biquine do tarado,
e a sombra..

Onde está a maldita sombra?

Apesar dos pesares

Copo sobre a mesa,
a esperança num papel,
o celular inutilizado,
a agenda de mil números.
Webcam desligada,
sobreaviso sobre o raque,
sandálias espalhadas,
e uma pedra no chão.
Livros desorganizados,
caixa de som viva,
caneta não mais usada..
e o sono, me convida.

Bagunça

Tudo espalhado,
e eu sem forças..
pra juntar novamente.

Bendito seja

Salvador se encheu de lenços,
por todas as árvores.
Desde os brotos crescentes,
as centenárias mães.
Quem teceu tal paz nas ruas,
queria ver a segurança,
a sobriedade de andar nas calçadas,
a serenidade de permanecer na rua.

E talvez o gesto possa apaziguar,
os corações desesperados..
e cubra um pequeno espaço de esperança,
aos que de paz.. estão desabrigados.

Lá vem, talvez... ou sim.

Lá vem,
e eu estou aqui.
No ponto de partida,
pra abrir essa ferida,
que se chama resistir.

Talvez,
seja o mundo indolente,
e o meu coração inconsequente,
minha razão desesperada.

Ou sim,
seja esta minha sina,
de encontro a ilusão,
e toque novamente o glamour,
de sonhar com pés no chão.

Faces

Tenho duas faces,
uma aceita,
outra renega.
Uma confirma,
outra desagrada.
Uma esquece,
a outra venera.
Mas as duas,
se respeitam.

Todo dia

Cresceu em minha vida,
uma sina desajustada,
de viver de rotina viva,
de permanecer calada.

Já cansei dessa maldade,
me perco nessa cidade,
há um dia fui feliz,
e escapou de ser eterna.

Todo dia o meu dia,
se rende ao tempo,
passa rápido quando não,
e demora sempre em vão.

Sabe tudo aquilo?
Que eu fui um dia,
se perdeu não sei aonde,
se mandou a alegria..

E as vezes só sorrio,
pra tentar amenizar,
tentar lembrar, chamar..
aquele eu que fui, pra cá.

Mas nem todo dia é assim,
canso de me cansar..
dessa farsa que é viver,
sem viver, nem aproveitar.

E implanta todo mundo,
uma farsa cotidiana,
que nos banha de desejos.
E inflama nosso olhar.

E nos esquece de lembrar,
que a vida é mais que isso..
bem mais do que esperar.
Esperar pelo absurdo.

terça-feira, novembro 11

Desespero

Hoje me desesperei, mal soube o porquê.
senti a minha garganta me contorcer a vida
e o salgar rápido dos olhos.
Talvez por um segundo eu desisti de viver,
e me rendi ao fado de se render..

Foi por pouco que quis jogar tudo para o alto,
que o desespero não me consumiu,
por pouco algo me escorreu,
que a lágrima me verteu..

E engoli a seco minhas dores,
aceitei que mereço o que me consome,
e que por pouco irei de desespero..
que por pouco acaba, esse apelo.

Só um café

Só preciso de um café,
e a lucidez me retorna.
e a noite se estende..
e eu esqueço a hora.

e mal posso esperar,
pelo que está por vir,
mais um verso estranho,
mais um conto glorioso.

só um café, somente..
para retornar ao padecer,
ao escrever, reescrever..
retornar a ser.

Só um cafezinho.

Chico, maldito.

Ah Chico, maldito..
lembrança dolorosa,
saudade tamanha.
Fotos rasgadas,
meros papéis
você nem sabe se sou,
a mesma de sempre..
como não soubera.
Se ainda sinto,
ou se sofro..
como você.

Ah Chico,
tu já tens um novo amor.
já tens uma nova dor.

Já tens, Chico.

Sexo verbal

O enlace dos artigos, unem sujeitos..
mesmo antes ocultos os predicados.
E logo sua conjunção em minha frase
se fez cálida e permanente..
Um hiato deixou de existir,
abrindo as portas oxítonas..
paroxítonas... uh.
Uma mesóclise avulsa,
e somos um verbo transitivo,
sim.. transitivíssimo.
Uma frase de adjetivos acentuados,
encorpados... predicados maliciosos.
Pronomes passivos em segundos,
ativos pelo bel prazer..
E as interjeições são as maiores...
melhores, quando a frase
tem seu ponto final, ou apenas..
o começo de mais um paragrafo.

Apenas burrice.

Cale a boca,
coração.
Ninguém te perguntou,
o que você acha.
Achismo demais..
não leva você a nada.

Seu inútil.

segunda-feira, novembro 10

Chatice

Enjoada,
de mim.
agindo assim,
repugnante.
Esquecendo,
da alma.
Desprezando..
a si mesma.

Poulain's

Sejas meu Nino..
sejas só meu.
Do nariz as fotos,
sejas meu...

Mudaremos então.

não mudo o mundo em um segundo,
não posso ter tal aptidão..
mas cerco o mundo de mim no tempo,
até que o mundo mude comigo,
e eu consiga mudar junto ao mundo.

Mudaremos então.

Mudando de partido

Passou direto no corredor,
não viu os escritos,
só de canto de olho, admite.
Não viu as fotos inclinadas,
prefere jogar fora os pôsters.
Não lembra dos números,
e até jogou fora.

Porrada

Uma dedada no olho,
um soco no estômago,
uma rasteira certeira,
uma cadeirada nas costas.

Uma farpa entre as unhas,
um pedaço de vidro no pé,
uma agulha que entra no braço,
uma faca no coração.



Eis todas suas palavras, dolorosas.

Resumindo

Você nem me ama,
você não me ama..
nem me ama,
me ama nada.
nem me ama, você.
nem me, ama é você!
me ama, você nem..
você, nem me ama.
Me, ama nada.

Solitud

Sua cadeira decadente,
minha xícara solitária.
duas vias de objetos pálidos,
um resumo da mesma história.

Pecadora infeliz

Reclama demais, nunca vi.
Mas pagas por seus pecados..
pecadora infeliz.
Cale a boca e suba logo,
teu destino é este aqui.
Temporário mas duro,
como tem de ser,
os pecados pagos...

e o pão amassado pelo diabo,
irás comer todo santo dia.
Até que o sabor não lhe corte
a garganta...

domingo, novembro 9

Titãs

"...e da solidão
que em minha
porta bate."

Sentindo demais

Derramou,
caiu ao chão,
molhou piso..
e por lá ficou,
a outra parte.

Ele sabe, ele sempre soube.

( Eu bebi )

Hoje percebi,
e te contei a verdade..
apesar que a minha conclusão,
você tinha me dito..
a tanto tempo atrás.

A pior mentira contada,
é a mentira do não.
Não sinto isso nem aquilo,
não gasto meu amor em vão.

Mas que diabos você sabe?
Nem tem amor, nem saudade..
Um fruto de inóspito sentir,
pode falar de verdade.

Eu até que tentei, meu amigo.
Forcei meu jeito durão,
disse que não sentia, não..
não poderia ser diferente.

Você já sabia de tudo,
minha força caíra agora,
e estou aqui me esforçando..
pra dizer que disso preciso ir embora.

Mas você diz que me prendo,
não me deixo apaixonar,
como existe tanto lamento,
de alguém que nem sabe amar?

Permita-se a você mesma,
ele disse sem pestanejar..
e eu que mentia tanto,
não soube nem o que falar.

E me calei, finalmente.
Disse sim a seu dizer.
Tem razão, amigo meu..
eu não me deixo por vencer...

Falta mentirosa

Não posso nem, sentir, pois a falta é mentirosa.. ela não reconhece sua própria imensidão. Só o outro pode apontar sua veracidade. E finjo sorrisos, uma verdade mentirosa, que cada vez que digo que não ligo nem me importo, eu sim, minto... de verdade.
E que rolem todas elas, pelo rosto quando lembra, e que fiquem vermelhas.. as bochechas.
Ou que pior, resista aquela.. que fica no cantinho, contida.. balindo uma dor incitante, latente e corrompida.. uma dor que nem se pode sentir, pois é dita como um nada.
Pois a falta se sente do raiar do dia, quando o nome, só um nome sobressai nos lamentos, nas preces e orações.. no meio do dia quando um casal passa pelo passeio, na tarde em sol decaído de lembranças ternas, e na noite de lua... Lua que nem se precisa dizer nada.
E que seja falsa, mentirosa e obsoleta.. toda essa falta corrosiva.

Crendices de uma flor sem sol

Boa noite,
durma bem.
um abraço,
só mais um..

Amanhã talvez,
seremos nós,
no raiar outra vez.

e te abraço,
te aperto..
como se fosse,
a última.

fecho a porta,
cubro os pés,
e sonho contigo.

acordo contente,
sorrindo amarelo,
você novamente!
Bom dia...

e a noite cai,
e te abraço,
vou dormir..

e acordo no outro dia,
completamente sozinha.

Eu e minhas canções de amor

Eu e minhas canções de amor,
passeamos pelas avenidas do pensamento
dançamos no tempo, seja ele tempestivo ou ameno.
Cutucamos a ferida mais dolorosa,
nos saudamos por pura vontade...
eu e minhas canções de amor,
nunca esquecemos... essas paixões do passado.

Coisas que todo maurício deveria saber

É muito pouco,
não quero nem preciso.
Esse teu charme barato,
essa tua voz comum.

Não preciso de teus dias,
nem de sua autoconfiança.
Muito menos de toda essa
parafernalha..

Me desculpe,
não preciso de nada disso.

sexta-feira, novembro 7

Figueira

Eu só queria me deitar sobre teu peito, recostar minha mão sobre teus ombros e dormir sem querer. Lembrar do cheiro bom que você tinha, da sua pele que nem sei mais descrever. Só queria poder estar ali, segura. Unida mais uma vez ao teu laço, teu abraço..
talvez eu saiba que jamais vou poder ser quem fui, e você jamais será... quem..
Só que as vezes o falso orgulho me deturpa, e esqueço da sua saudade. Finjo não lembrar da tua simplicidade, finjo não sentir o teu beijo vencido. E em falso encorajo meu coração, para escrever essa lembrança tua... Figueira.

Essas coisas estranhas

Pago isso,
aquilo,
e mais isso.

Construo isso,
derroto aquilo,
permaneço neste..

Descarto aquilo,
afirmo isso,
e fico olhando.

Choro por nada,
tão pouco isso..
e só por aquilo.

Esqueço do resto,
isso ou aquilo..

não interessa mais.

Cansaço

Sexta feira,
só quero..
dormir,
e sonhar.

Ao querido

E agora, você está sempre bêbado.
Você está sempre.. sem esperança..

..e eu que pensei que fosse a única.

Cegueira

Todo mundo fala ao meu redor,
mas só consigo ver as bocas se movendo,
os lábios subindo e descendo..
estou surda, então?

Essa língua eu desaprendi,
fechei os ouvidos e abri os olhos,
bem melhor o silêncio.
Bem melhor na multidão.

Mas não fecho os olhos no meio deles,
se fechar fico completamente louca.
Mas quando penso que entendi,
qualquer que seja o balbuciar..

me enganei novamente,
essa língua não sei mais falar.

Recados da alma - I

Não me importo com toda essa baboseira,
isso não me vale de absolutamente nada.
Recriar o impossível é recriar o nada,
mas valorizar o possível.. é acertar, pra valer.

quinta-feira, novembro 6

Corrente

Minha corrente se quebrou,
jamais consegui consertar.
E a nova que chegou..
carrega a cicatriz da antiga.

Quebra no mesmo lugar

Sadida

Você, sempre você
Todo dia, a noite.
Confuso horário.
Em que chegas,
em que partes.
E eu nem posso,
nem consigo.
Falar nada.

E vou embora,
como faço..
e desfaço tudo,
que nem comecei.

Em alto e bom som.

Me disse pra dizer,
me disse pra falar..
o que é perder,
pra que se perdoe.
Me desculpe por tudo,
jamais quis magoar você.
É esse meu mal eterno..
me faz sucumbir..
sempre.

Ao pai

Compreendo
o que dizes,
e reafirmo,
tuas palavras.

Mas de que jeito,
de que forma,
posso te responder?

Não nasci pra isso,
não sei ser assim.

A tristeza

Deixe-me aqui,
de que importa,
morrer assim..
ou viver desse jeito.

A loucura

Deixe-me,
eu não quero atravessar,
pois os homens estão por lá..
eles não são bons...

pra nós.

A pressa

Deixe-me ir,
antes que aquele passe,
depois desse vamos..
vamos logo, não se atrase.

A dúvida

Deixe-me dizer,
se atravessar agora
pode perder a vida,
e se não atravessar..
a hora.

Vamos ou ficamos?

A calma

Deixe-me ver,
está tudo certo.
Apenas espere,
o sinal ficar vermelho..

para que possas atravessar,
em segurança.

Estupidez

Pode me ouvir?
Se puder me responda..
não consigo mais chamar.

O longe virou lenda,
e só posso me calar.

Zoppi

A amargura de viver,
longe de quem se ama,
reflete na vida vazia,
no pensar antes de dormir.

Se aproxima dos dias frios,
e se faz amigo fiel..
descarta toda e qualquer felicidade,
põe um sorriso de canto.. ao léu.

E quantas vezes eu tento,
achar vocês pela casa...
abraçar o vento e a brisa,
sentar e chorar na escada.

E longe bem longe, nem sei..
se de mim recordam tanto.

O assalto

(Sobre hoje)
Eles tomaram tudo,apesar de não me levarem nada.
Roubaram minha paz,
minha esperança,
minha dignidade,
minha força.
Roubaram minha certeza,
minha constância,
meu acreditar.
Deixaram só medo,
desespero...
e insegurança por lá.

Desajustados

Frente a mim,
com a mão no bolso
cara amassada,
e hálito de cevada..

Pesou sobre o que?
O que mesmo?
Eu lhe disse tanta coisa,
tanta que nem eu sei.

és um derrotado,
és um marginal,
és um perdedor,
um desajustado.

Mas não é mais perdido,
que os meus olhos poderiam ser,
do que a minha vida tem sido..
somos o que ninguém quer ser.

Ninguém.

Retorno

Uma vez me apaixonei,
paixão de dias longos,
horas cálidas,
olhares admirados.

De toques leves,
gosto doce,
falta de ar.

Me apaixonei,
que até meu coração,
não conseguia se calar.

Então eu exaltei,
tudo que me faltara..
pra exaltar...

e o tempo passou,
e nada mudou,
pois meu coração
voltou a se calar.

quarta-feira, novembro 5

(Para você)

Escrevi mil coisas que você já sabe, falei muitas que você já conhece..repeti várias que muitos lhe dizem. Mas, de que bastam? Se a todo segundo algo se renova. Então posso a todo momento lhe dizer um pouquinho que aparece.. reaparece.Há algo desajustado sobre nossas vidas,talvez uma falha que jamais saberemos reconhecer.Tudo é tão comum e exaustivo, que não dá nem pra ter mais aquele suspiro de satisfação.Mas as vezes um andar na rua correndo,um saltar de degraus de mãos dadas ou sei lá, um fôlego a mais pra subir em um barco.. Podem dizer tudo que se precisa,tudo que se precisa saber.
E daí sim, será tudo como desejamos... seremos quem nunca fomos.

Felizes.

Da direita

Tanto orgulho,
de pouca coisa.
como reside,
tal precisão?
Nem sabe,
nem imagina..
nem dá a mão.
A realidade,
é dupla face,
pra poetas sem razão.


Mas sem razão
são os queridos,
que ficam na imaginação.
E prefiro todos eles...
do que essa tal aversão.

Casamento

Pedi a sua mão,
mas esqueci a aliança,
o laço necessário,
pra te ter de verdade..

e você me disse não,
porque esqueci o anel,
porque não coloquei no teu dedo,
nem sequer um de papel.

E fiquei só, novamente.

Tanto tempo

Eu te amo desde sempre,
desde que decidi não te amar.
Até no seu apreço eu te amo,
apreço que fingi não ver.. quis calar.

Eu te amo a tanto tempo,
que a raiva fez calar,
que eu te abraço em soluço,
de tanta coisa que queria falar...

Perdi tanto tempo sem te amar,
perdi tanto tempo por me calar..

Mas ainda sim amo você.

Sobre mim

Creio que não haja um suspiro de vida sem a tua lembrança,
creio que não seja mais quem fora a bastante tempo,
creio que minha incerteza é tão certa quando minha descrença.
creio que consertos em molduras velhas são perda de tempo.
creio que o meu coração blindou o amor em desespero,
creio que hoje não posso mais carregar o mundo inteiro..

por ser tão pequena.

terça-feira, novembro 4

Sobre cantos exaustivos

Bonitas as canções
que assobiam em meus ouvidos,
temerosa flor de cor púrpura,
que me engana sempre.
E em seu ventre circula o veneno,
apesar de sua delicadeza sutil,
sua hélice de toque rosado,
seu cálice de entranhas brancas.
Sempre me pões em desatino,
e sempre bebo de tuas canções,
sempre engano meu coração,
com sua beleza passageira...
com sua facilidade de me seduzir.

segunda-feira, novembro 3

O pranto nosso de cada dia

Chorou no ponto! Pagante imbecil,

subiu os degruas, e enxugou as lágrimas

em palavras comuns. E disse adeus,

ao fingimento.


Voltou a entristecer.

Acerto

Vacile tempo,
vacila que eu te acerto.
Acerto minha dívida,
acerto meus ponteiros,
com sua indiferença.

A descrença do passar,
e o meu pagamento,
está por vir..

Vacila tempo,
que eu te acerto.

Fearless

Descanso,
um mantra,
assume o posto.

E durmo,
adormeço
na noite rosa,
no estelar.

E suspiro,
e respiro..
e até falo,

Abraço o mundo,
esqueço o tudo,
de mim, me desfaço.

Sobre o fácil

Beber cicuta,
prefere morrer?
Digo o mesmo,
pra você.
A dor é grande,
o sofrimento..
descomunal.
Tormento diário,
batalha interna.
A morte lhe basta?
Suspiro do fácil.
Difícil é sorrir,
nesse puro marasmo...
E a barriga é empurrada,
pelas horas e destinos,
pelos adornos de viver,
pela falta e o prazer,
e a tristeza seca a
esperança,
que se cala.
Como pode ser?
Sem ser quem nunca foi,
e se for viverá sendo,
por fora, não por
dentro.

2005

Não, volta.
meu peito, pede..
meu saudar maior,
um pouco... só.

Tempinho

Queria um tempinho
um pouquinho
só um tantinho.

Um esmero,
uma frestinha,
uma dose.

Queria uma porção,
uma metade,
uma, duas ou três...

Queria só um pouco,
daquele gosto, outra vez.

Hoje

Hoje me senti tão só,
tão só que minha solidão
me abraçara o corpo.

Tão só que meus dedos
se cruzavam de desatino,
falha da insistência.

Tão só que meus ouvidos
só ouviam o vento, mais
calado que as mentes alheias.

Tão só que meu corpo estremece,
do frio que não faz por fora,
da temerosa vida interna.

Tão só que os números
desaparecem das listas,
os rostos somem da mente,
e o abraço é esquecido no tempo.

Tão só de grito latente,
um hipnotismo da mente,
pedindo pro outro ouvir.

Tão só...

Sobre cães

No areal a cachorrada, atrás dos crustáceos.. e lá vem mais um, brilha na areia, em noites de Novembro. Descem sobre as encostas de mármore do Rio Vermelho, de lado correm sobre estilhaços de pedras, e se esvaem em buracos. E lá os cães se divertem em águas salitreiras, montes de areia e mendigos carinhosos. E os cães vão a caça.


E o primeiro corre,
ofegante e esperançoso
a primeira pata erra,
a segunda o derruba.

O segundo chega cheio de si,
mas o pequeno encolhe,
submerso a areia, se esconde.

O terceiro observa,
prefere comer seu lixo,
e esquecer a questão.

O quarto torce,
late para que os outros consigam,
e dividam a caçada.

O quinto está dormindo,
não se importa.

E o ultimo tenta a primeira,
mas o crustáceo foi melhor.
E na segunda ele cava,
daí, seu tom maior.

sábado, novembro 1

This is heaven to me

Existe nessas pequenas coisas,
desde a baía que se estende ao
meio dia, linda e radiante.
O mar balança sobre a costa,
e as paredes de concreto recuam.
Há um certo medo de se afogar.

De Nina que dorme do acalento,
sobre os braços, pernas e pescoço.
Com a cabeça no travesseiro,
com o bom dia molhado.
Com o boa noite mais lindo,
a festa que faz todos os dias.

É me debruçar em braços amigos,
sentir que estou segura por lá,
dizer algumas palavras, se puder.
Dar um beijo de súbito na testa.

É andar de mãos dadas,
aliás... andar como gosto.
E do meu jeito só seguro
a quem realmente gosto.
Ante-braço.

Ver uma florzinha pequena,
com uma gotinha menor ainda,
e despejar toda sua beleza sobre mim.

Ah, isso é o paraíso pra mim.

Um basta

...e viu em meus olhos,
que não poderia ficar.
e triste me deu adeus,
e triste foi-se embora...

deixou de gostar.

À Lorena

Nada pode ofuscar,
a sua beleza, minha amiga.
Nada pode sufocar,
essa sua verdade, meu bem.
Nada pode derramar,
a sua felicidade ao léu.
E nada vai nos separar,
se já somos nós, desde sempre.

Ceder

Copo sobre o raque,
já te disse pra levar.
Já te disse pra lavar,
mas você está ocupado..
e eu que tenho de fazer.

Mas até que você merece,
de vez em quando que eu ceda,
então só dessa vez...
que a sua vontade se conceda.

Bom dia querida.

Bom dia querida,
vista sua roupa mais feliz,
hoje vamos passear.

Seremos apenas,
você e eu.

Novembro

Uma folha seca caiu ao chão,
rodopiou no ar por oito segundos,
num balanço tão encantador,
que meu dia pareceu tão lindo.
E no chão a pequena se estende,
e se enverniza sobre a grama verde,
ainda bem que nada a detém de cair.

E flanar novamente.

Jamile e Igor.

Jamile,
de Touro
e azul,
ante-braços
e cachorros,
de Amelie
a Peyroux.

Igor,
de peixes
responsável
e altivo.
Goiás e
camarão,
festas e perfumes.


Juntos num laço,
irmãos...
irmãos...
irmãos....