sábado, maio 22

Verdade

Tão bom quanto não fora,
você se despediu da minha hora.
E fiquei olhando o tempo,
que não passava nunca....

A hora da raiva

Eu queria dizer impropérios a sua existência
como quem diz a raiva para aumentar sua hora.
Queria dizer que tal motivo é a culpa de tua boca
maldita que acelera o passo para o precipício.
Dizer que isso é o que faço para podar-te maldita,
em toda sua incompreensão de criança mimada.
Que você irá na hora da morte, saber sua culpa.

Quem diz que é tudo brincadeira, mentiu.

Quem diz que é tudo brincadeira, mentiu.


Levantar para o de sempre e cobrar do presente um futuro prévio. Andar como nunca tivesse passado pelas ruas e descobrir os mistérios de flores jamais vistas, de cores perturbadoras que passam a cobrar-te mais estigma, mais estima mais estudo. As dúvidas coroadas em coisas de pequenos, encruada nos grandes e perplexas em todo canto. Não se sabe mais da verdade do coração de si mesmo se o mundo carrega sua falha viva em tuas mãos.
No que diz respeito aos costumes, cos tu todo mês que queres coser a mão a tua imensa falta de quietude, de faltas cobradas a tua própria existência, de impetuosas atitudes do dia a dia. O futuro vos reserva algo de preces, preços e praças, onde passas toda hora de sua incessante pergunta. Que questionar é a forma mais expressa de um café saber sua dose.

Datas tardias

Aprendi a dizer até logo para longos dias,
datas tão tardias de minha chegada.
Onde perdi meus sapatos, larguei minhas cartas
e subi o morro das distâncias áureas.
Já não perde o Tempo, que esperto cobiça nossas almas.
E pouco a pouco entranha em seu guardar nossos dias,
deixando apenas as saudades, as mentiras, as verdades não ditas
as perdas irremediaveis, os sonhos e tudo mais que ficou aqui dentro.

Unhas vermelhas

É vermelha,
a unha dela
tão viçosa,
e intransparente.
Recente,
de amor,
é unha dela.
Cheia de vida,
de vontades,
é dela.
A unha vermelha,
retirada das cores,
das rosas.

Para Rita

Meu coração sorri,
pois a vida é bonita,
quando vista, assim.

Quem merece, louros verdes
e aplausos para festas.
Não há nada de mal,
em sorrir pelos outros...

com os outros,
tão felizes.

Sem dizendo

Já faz tempo e não sei
não sei como dizer.
Se permito, é por vacilo...
nada mais há de ser.

Dessa coisa, que dizem
que é estar neste estado,
indefinido, recluso...
confuso.... calado.

domingo, maio 2

Parque da Aclimação - 10-05-02

As flores desta vida, todas elas aos meus olhos.
Tento ser se sou uma, ou duas delas que me fazem.
Do feliz e verde mundo, eu giro em águas profundas.
E me peço bem baixinho, erguer este mundo em mim.

As frestas destes outros planos, são crianças que sorriem
ao caminhar, e desesperadas pela vida, elas disparam.
Se o barquinho que vai entre os peixes, pudesse levar
todos eles, talvez a imaginação deixasse de ser um projeto.

E cães de tanto amor, a cura de todas as desilusões.
As línguas de que pude nas mãos, um presente molhado,
os pelos esvoaçam a minha saudade.
Eu não consigo ser sem os cães.

Neste parque minha vida, se põe como sol nos bancos
e eu fico a espera, de entardecer em mim tal energia.
Para ser o que jamais pude, para ir onde jamais estou quando desperta.

Ás

Só consigo me privar,
do que não conheço.
Não me rogo de deslizes,
mas me faço de alguns.

Já pensei em prever,
previsões são meus ás,
de tanto joga-los,
perdi a batalha.

Mas não a guerra.
eu tinha um sonho,
um sonho delicado
de tanto amor
de amar por pouco.

Por tão pouco,
ser quem sou por amor,
por amar a quem,
a quem amar,
o meu amor.

eu tinha um sonho,
tão juvenil e sincero,
que as mãos poderiam segurar,
e sentir o que por lá diziam,
era mais que um pouco,
era o bastante.