quarta-feira, julho 29

Desconhecida

"É tudo tão estranho, tão imerso. E vivendo dos pedaços que fomos, sou o formato do que temperei em nossos dias. Pois sim, existe alguém melhor aqui, alguém que não conhecia. "

terça-feira, julho 28

Volta e meia

Volta e meia me pego bebendo de suas tramas,
onde foi mesmo que me interessei por suas diferenças?
Até onde minha indiferença se fez desmoronar.

Numa suplica de sugar um pouco de ti,
engolir suas palavras e seus cânticos,
me suprir da carência de suas loucuras.

Jamais compreendo seus passos,
e me entrego a eles, volta e meia.
Mas dou meia volta sempre que posso.

E de volta?
Minhas diferenças são diferentes demais.

segunda-feira, julho 27

Manual

Não uso teus sapatos
nem seus laços,
só uso tropeços,
me uso pelo avesso...

não uso o desuso,
de dizer adeus....
eu não digo adeus,
ao adeus recluso.

não uso porque...
não sei usar!
onde está o manual,
que botão apertar?

domingo, julho 26

Por mim, de um outro olhar.

As vezes deponho sobre seus dias, digo a todos sobre suas sombras amarelas e seus belos ombros, a perder de vista. Digo sobre teus cabelos castanhos, seus olhos de mesmice e amor perdido, suas mãos tão sadias de movimento. Contando sobre teus lamentos, a bondade de suas induções, a claridade de seus sentimentos e a confusão de suas ações. Menina dos dias de saturno, jamais sabes o que fazer, verdade? Te digo que és a mais verdadeira e a mais mentirosa de suas proporções, a linda concepção de uma vida melhor e a plena desilusão dos mesmos olhos amadores.
Amas um dia que concebes, pequena. Retribui ao mundo quem tem a oferecer, e seus sorrisos planejam alimentar vidas. Tuas alegrias, permeiam dias melhores.. e tuas dores, choram sozinhas em azulejos. Não desmereça a flor que permanece em tua alma, cultive o mundo que o mundo lhe oferece. Persista na idade que tua face condena, aceite o ventre que teu corpo lhe condiz. Não use de boa fé para boa fé, repita o amor dos corações em outros corações. Não desista, pois a mão de Deus busca a sua em movimento. Permaneça onde seu coração convida, mas pondere onde ele lhe diz de ir embora. Não permita a condução de tragédias óbvias, sejas firme, sejas forte. Até que as vontades de más conduções se acalmem, respire e trace suas vontades em um papel. Conduza uma linha de teu pensamento, reserve espaço para a vida alheia. Pereça onde tuas verdades não são justas, a verdade permanece onde os corações exprimem concepção. Mas os corações são errantes querida, eles são cegos de tanto querer.
Não reprima tua alma, ela transparece onde as horas não dizem qualidades. Permita que exista tua vida, deixe que ela floresça no jardim do tempo, conserve os bons sentimentos e conserve a aprendizagem. A dor doída não voltará, mas a lembrança permanece. E o único prazer de se fazer mal é a certeza de destruição. Destruindo a si mesmo.
Alento onde alento existe, na paz onde seu coração conversa com as raízes do mundo. Onde teus palpites conservam a tranquilidade e a perseverança cresce da paciência e parcimônia. Não condenes tuas erronias insatisfações, teu momento é o momento predestinado. Os cânticos da vida permanecem onde as vozes podem alcançar, e a voz é um instrumento que necessita de preparo, como a tua mente. Jamais ascenda um candelabro sem fogo amigo, não queira um jardim se não há água em tuas vias. Prece a cada dádiva do mundo, resignação a cada momento de inquietude. Desespero conserva apenas um corrompido lamento de alguém que esqueceu de si mesmo, e não lembrar a própria voz é não poder falar com todos outros.
Raízes são feitas para serem cuidadas, não esquecidas. Por mais passadas que estejam, seu alicerce e base da vida se sustentam nessa contorcida forma. E se flores nascerem da sua alma, e se frutos brotarem de seus olhos, agradeça ao que lhe dá alento e vida cheia. Por onde andar e quando permanecer? Só a condição de quem vive diz a alma onde ir, a liberdade que buscas permanece implícita em seus olhos, e a fúria de sua juventude lhe desperta a distância vã. Onde ir, se não andar por entre os vales de seus pensamentos? Conduzir as partes de suas lamentações, rever prognósticos, assuntar condições, refazer sentimentos, construir prazeres, arquear um bem maior, sofrer a dor dos que merecem. Os caminhos que precisas estão apenas em suas veias, apenas em teu sangue.
O conhecimento não lhe buscará se não o buscares, a obra pronta é a desculpa dos preguiçosos. E a insuficiência daqueles que perecem é a falta de buscar a dúvida. A duvida conduz o semblante do que quer descobrir. Descobrir é reinventar a si mesmo, é prestar condolências a ignorância comum, é despertar um amante de tantos abrigos da alma. Não duvide de forças que despertam tuas letras, as forças que procedem de seu coração são as mesmas que acompanham teus dias. Alimente as forças de seu coração, então saberás que os dias vão passar com mais amabilidade e paz. Busque estar de acordo com o acordo de si mesmo, onde temeis as condições de seres subjugado. Respeite condições alheias, corações longínquos de rotações próprias e momentos únicos. Tenha perdão a admitir suas decadências, ,mas saiba que a decadência de si mesmo é a face amarga da esfera da vida.
Coma como reza a vela, deixe escorrer o que tiver de escorrer para conceber a luz. Não queime a mão em vontades momentâneas, a cera ficará em tuas partes. Aceite o amor num rejunte de almas, afixadas nos permeios dos céus. O amor se esconde em permanências estranhas. Reside onde o coração é apenas um circulador de vidas, pois o amor é todo o ser que concebe o amor. Não sustente dúvidas, não tente ser amor se amor só existe por si mesmo. Único de conservas atemporais. Distribua o amor que reside em você, a permanência dele em outras vidas mudará o próprio amor que conduzes em plenitude. Sejas amor nas palavras, nos preceitos e nas condições humanas. Ame a vida como a vida lhe ama, e o amor do sagrado unirá os tempos a eternidade.

Parte.

Existe uma parte de mim,
que se perde aos poucos,
há um minuto na vida,
minha bondade,
meus confiados,
meus discos.
Há uma parte que se esvai,
talvez perdida,
inclinada em si,
despedida.
Há uma parte que,
mesmo sabendo que parte fosse,
mesmo que dissesse,
não seria nada, além de palavras....
de alguém que esqueci.

Amor de amores doídos e amados.

Hoje o dia foi difícil,
como ontem foi também,
ontem doeu de tanto artifício..
de tanta esperança que coloquei.

Hoje dói a dor do mesmo,
a mesma dor doída lá atrás,
ferida mestiça de outra face,
cantiga do peito de outro rapaz.

Hoje sei que é sempre a mesma,
a dor que incita meu coração fraco,
abalo amigo do peito amado,
meus dias perdidos, sem afago.

Hoje premissa de um começo imune,
não há de convencer esta vida,
está dor no peito, amasso constante,
essa coragem já esquecida.

Hoje e talvez um dia,
existirá aquela ilusão,
aquele começo de púrpura fronte,
aquele desejo... sem consumição.

Hoje contradigo o que dissera,
nada mais me é verdade em mãos,
amor de amores doídos e amados,
feridas do peito, consolo do não...

Entristeço

toda vez que me entristeço,
é arremesso de mim,
é volta do desmoderado
é conserto do infinito.

desmereço esse meu corpo,
minha alma me reclama,
onde estou as vezes, minto.

Não estou, não...

terça-feira, julho 21

Zombaria

Queria dizer,
bem feito!

Teu peito,
sofredor.

bem dito,
o causador.

bem feito...
bem feito.

Gastando

De gasto
já me basto.
desgaste
do meu basto
meu bolso
abastado?
coitado,
sumido..

sofrido.

Farrulha

Farrulha em meu peito!
ò dia de mais ou menos,
ò santo de causas morridas,
diga-me logo meu desterro..
para morrer em paz.

Caro amigo

Caro amigo meu,

Preciso lhe falar de conduta,
a única que me trouxera a ti.
te sorrir me desperta algo bom,
ser bom me confidencia a eternidade.

Ternos dias de minha habilidade,
as vezes mal conduzida amiga.
Descrente de palmas cálidas,
assobios próximos de fraternidade.

Em que ilha nos perdemos?
As partes de tuas partes se foram,
só o azul a me dizer do teu esquecimento.
Na variedade calejante de meus dias.
Não esbravejando nos meus dentes.

Perto de minha rapidez,
fui sempre com olhos abertos,
e eles caíram novamente,
despertos demais para o amor.

Ressurgiria em mil anos,
as vozes da criança que falara,
do murmurinho de meus indutores,
das notícias dos dias que me cercam.

Me diga de imprecisão,
onde foi que nos perdemos
além de em nossos corações?

tempos de ser ninguém.

Em meus tempos de ser ninguém,
sou a fortaleza de minha mentira,
ruptura de minhas verdades,
a intolerância de minhas palavras,
sou o verter da falta aguda,
o fim de meu conhecimento.

sou o reluzir de uma jóia antiga,
a escassez de minhas felicitações,
o embromar de minhas atitudes,
a esfera de minha solidão.

Em meus tempos de ser ninguém,
um alguém desperto de ambiguidade,
da vera que é residir em Saturno,
dos cortes que são protegidos por belezas frágeis.

Nada aplica a juventude,
a sabedoria de palpear um doce,
não engole nem transcorre ao sumo,
dedicando, pontilhando, esperando...

em tempos de ser ninguém,
só ouço minha permanente brevidade.

Eu, me esqueci.

Eu, me esqueci.


Ontem estava andando no mundo novamente, olhando pra tudo que o mundo me dera. Dois passos a frente e outra perspectiva, novas cores e tantas diferenças. Tantas igualdades desconhecidas, e por um segundo me esqueci. Perdi a fala e a identidade, perdi o rumo e as chaves da compreensão. Onde minha casa habitara, onde minha vida me conhecia. Em poucos segundos a incompreensão e o pânico me abraçavam, e que abraço apertado. Já me basto se não sei quem sou? Já me basto se desperto agora e esqueço do que nem sei se sou.

domingo, julho 12

De todos os vales.

De todos os vales que cruzei... muitos suspiros agudos, certezas categóricas
e tragédias eminentes.
Assim fulo. Tolo transeunte de minha alma, querida parte de meu mundo, olho a lente que observa.

Onde vai se desdobrar a fúria? Em que parte de meu mundo as tendências se esvaiam,
em que percurso a vida fará a tranquilidade das formas.


Onde trairei meus medos? Seguindo indulgências de meu coração, afirmando a parte de cinza premissa em acordo de montanhas e depressões.

Farei de mim o rei de meu mundo? As guias da fala do peito erguido, a dúvida que transforma meus dias e a fé incumbida de reluzir meus olhos.

Espero pelo tear de minha prece, até que me canse de redigir, uma, duas; por mais escritas as palavras certas, ou acertados planos queridos,

Onde estarei além de aqui,
somente em mim.

terça-feira, julho 7

Cura

Há algo no submundo das frases
no circunscrito das palavras,
na perdida proclamação das estrofes.
Algo que não sei decifrar.

Há algo perdido em inúmeras falas,
nos dias em que a falta me disse mais alto,
em meio aos termos que minha boca pronuncia,
Algo que não sei traduzir.

Há algum porque das minhas vias,
dos dias em que algo não me basta,
nada me cura se não sei o bastante.