quinta-feira, julho 31

E assim...

(Em analogia)

Rudy pega seu trem,
para um lugar qualquer..
só lembra da vida incerta,
certo momento que acertou.
Precisa de tempo para pensar,
e que assim alguém o veja,
talvez em sua nobre forma,
seu jeito cativante..
Mas ele precisa de tempo,
para viver de suas incertezas,
a única forma de se enxegar.
Que de tudo de um trem que se foi,
a estação que fica é o abrigo,
para a passagem do próximo destino.

Barravento

Como frio pode ser,
se esse frio não me corta,
como pode ser?

Sopra a dor daquele vento,
e eu posso a todo momento
perceber sua aflição.

Quem diria que na rua,
se enxerga a vida dura,
daquilo que não diz sim, nem não.

Daquele que tem o pé grudado,
e nem sequer um centavo,
que a Deus pede perdão.

Mas porque temor e dívida,
se nessa vida nada se paga,
assim com pressa, de antemão.

E eu me pergunto Barravento,
que a todo e qualquer momento,
vê as pessoas em contradição.

Quem corre para buscar a felicidade,
não sabe sequer da maldade,
que tem no coração.

Quem era aquele indivíduo,
que fala sozinho o grunido,
e fuma com ar de precisão.

Quem disse que tudo é felicidade,
que existe magia e saudade,
nas ruas carnavalescas e então...

eu possa dizer de verdade,
existe contradição e desigualdade,
Barravento que sopra em apenas uma mão.

Quando o mar diz

Você,
que me traira por pura
vontade, de viver.
que fostes para longe,
longe de mim, e retornas
a minha casa, cabisbaixa.
Agora posso consolar-te,
posso envolver suas vias,
e curar teus temores...
pois a vejo todos os dias,
pois conheço suas dores.
Já mandei a beira mar minhas mensagens,
espero que possas compreender,
vou e volto em horas primárias,
mas estou sempre lá a tua espera.
Veja-me como sempre fora,
como tua paz e resplandecer,
como aqueles dias de tua glória.
Sei que podes o que quiseres,
e se quiseres poderá,
ressurgir de onde sabes bem,
e comigo sempre poderás contar.

Bem vinda a bordo.

quarta-feira, julho 30

Quando o vento diz

Sopra o vento,
que diz assim,

"Menina cuidado,
há de te cuidar
"

E assim esguia, controversa a rua,
ela segue ao ponto, segue a vida.
Volta a meia Barravento, hás de retornar,
seja em pulos e contorcer, seja
por todo esse calar.. e aquele carnaval
já se foi, o que resta aqui é só o lugar,

Menina tome cuidado,
menina, vá te cuidar.

Todo santo dia.

Todo santo dia,
acordo meio tonta
dispersa ao mundo
indolente as certezas.

Ao abrir os olhos,
as luzes da manhã
e as formas do quarto
de volta como antes.

Preguiça de viver,
as vezes reside.
Levantar para a rotina,
amanheceu a confraria,
de toda aquela gente
de todos aqueles fazeres..
quanta falta de opção.

E a única que aposto,
que posso fazer,
é a de seguir em frente,
é a de consagrar a vontade,
que assim vou novamente,
que assim volto, de verdade.

Lembranças

Sempre que adormeço
sonho com meus amigos,
de mãos dadas na rua
de vento em popa ao êxtase
de forma bonita e sincera,
como recordo de todos vocês.

feliz alegria contagiante,
das chuvas grossas de verão
ao raiar dos dias ao lado de cada um,
onde fiz promessas de boas novas,
onde plantei meus sonhos
e esperei colher frutos da esperança.

que saudade que eu sinto,
dos dias jamais esquecidos,
das horas que o tempo tomou de mim,
que fora a mais bela forma de vida,
a que se compartilha com amor.

E que vontade de adormecer,
cada vez mais forte, dormir.
E descobrir que nada disso se perdeu,
que a lembrança é preciosa,
e o tempo lhe toma as horas,
mas respalda com saudades.

Para quê?

Para quê,
dizer que te sinto,
que te sinto tanta falta,
e a falta que sinto, até
me dói, me arranha...

Para quê,
olhar ao final do dia,
enfim outra alegria..
do sol que se pôs
sem que pudesse ver...

Para quê,
mandar cartas formais,
se nem sequer a um dia atrás..
pude dizer-te adeus.

Para quê,
toda essa nostalgia,
se nem sinto alegria,
quando sinto falta.

Para quê,
todo esse raiar do dia,
esse sol e essa euforia,
se não me encontrei.

Para quê,
fingir compensar a tristeza,
viver de bela e forma, dureza..
de encontro a solidão.

E enfim, para quê
me digas enfim
escrever moinhos de vento
a um mar que se perde
ao longo corte azul.

domingo, julho 27

in the summertime.

Ahhh eu espero,
pelos girassóis amarelos, pelas vibrações dos céus
talvez exista uma eterna conspiração para que tudo realmente dê certo.
E eu te digo, te dou a mão. Venha comigo até onde os olhos tocam,
in the summertime, seremos eu e você... Sirvo para todos os meus sonhos,
livres como pássaros azuis, e talvez eu possa sentar-me ao seu lado
e te dizer o quão feliz sou junto a ti.
E você irá sorrir em amarelo, daquele sorriso que me invade a alma.
As janelas da sua felicidade, eu irei debruçar a minha vida.
E nas tardes crepusculárias, o corte das cores será ameno,
quando o sol de marte disser adeus, vênus ira se apresentar ao cair do dia.
Então serei apenas eu novamente, a repartir-me em saudades.

sábado, julho 26

mulheres

Mulheres difíceis,
contradizem seus corações
enfurecem suas mentes,
acertam velhas paixões.
Escolhem o mais difícil,
ecoam seu calar,
retornam a suas cascas,
de onde não querem sair.
Redoma de todo ato,
descrito em mero pensar,
ecoa o grito enjaulado,
da forma daquela pessoa..


..mulheres difíceis de lhe dar,
difíceis, de entender.

Conto

Conto contigo,
contando as horas...
acerto os ponteiros
da vista alegre.
Rejeito todo retorno
a velha forma,
e faço da obra, uma prece.

sexta-feira, julho 25

Nome, apenas um nome.

Venho pensando menos em você,
talvez pela dor sentida,
talvez pela dúvida do lembrar,
e o meu presente me toma as mãos,
o meu presente só me faz calar.

Tenho lembrado menos de você,
por todas as ruas teu nome,
que eu não quero soletrar.
Por todas os passos, seus olhos..
que eu finjo não mais enxergar.

Venho recordando menos de você,
e a falta que me fez, nem sei.
Não abuso mais da mágoa viva,
não escavo minhas saudades..

Venho, pensando, lembrando
e recordo, sempre. Sempre que
minto para mim, nem sequer
por um minuto te esquecer.

Lua e meia

Uma lua e meia,
meus sentidos juntos.
Seus cabelos longos
ao ir dar marés, trégua da calmaria.

Andando pela Barra,
e logo a mercê do mundo,
percebo o quanto falta,
o quanto falta a caminhar.

E a Lua e meia,
me ajuda a temperança,
sobre os portos que abraçam,
sobre o quebrar das ondas.

E talvez em mediano,
talvez em equilibrar
obrigada pela satisfação,
obrigada pelo calar.

segunda-feira, julho 21

O poder das siglas.

Desde onde surgiu tal capacidade feliz
de dizer como as palavras, reduzi-las.
Mas talvez, apenas reduzir o fardo de sua
alfabética forma, porém, lhe dando tanta
importância quanto o que deveras havia dito.

de criança,
que escondem amores e corações tortos
de mãos dadas e nomes em corretivo
de massa de modelar aos escritos dos cadernos.
De E&A,um amor de borboletas,tolo, bobo as avessas.

de guerras,
de comprometer vidas, de arriscar todo o resto.
De denominar poderes e atravessar continentes.
De um falar restrito, de fome alarmada e desigualdade,
de separatismo sem base e segregação social.

de segredos,
que escondem propósitos de vida,
de histórias que só quem viveu recordará,
de fé e entusiasmo para prosseguir, de positivismo.
De alucinógenos construindo estrelas flamejantes,
talvez não tão belas as vistas de quem as observa.

Do poder humano de criar redomas,
de utilizar por duas vias tudo que existe,
que destroem e transformam em maravilha
o que se pode dizer de diminuir a palavra.

domingo, julho 20

Estremeci

Estremeci,
ao receber em mãos aquilo que jamais poderia. Eram as tuas palavras, sérias e encorpadas, de quem sente minha falta. Eram naquelas controvérsias vírgulas, a tua esperança, tua dividida e pequenina.. esperança contida. Nas tuas longas frases, diminutas circunstâncias que assolam meus dias e que temo pelo retorno. Talvez na inocência, dos meus olhos a lacrimejar, a amplitude de minha tristeza. Mas eram nas tuas palavras que escondiam minhas verdades, as tuas verdades, longe de mim.
E ao fechar a tua carta, esqueci como esquecer, lembrei de como palavras são doces, mas breves são as minhas, ao responder-te.
E estremeci, novamente.

Mal sabes

Mal sabe o amor, mal sabe ele..
que discordo de tua existência,
que de pura audácia, o repudio.
Mas me inclino ao vê-lo passar,
distraído sem notar-me.
Que por vezes que o vi, ao longo
das vidas que abraçara..
minha vida suspirou de saudade.
Mas saudade de que amor,
amor esse, nunca existira.
Mal sabe amor, o quanto presumo
sua ida ao sete mares, ou na
desembocadura das águas calmas,
longe desse terremoto que se fez.
Mal sabe o amor, que o espero.
Temente a chuva que o chão seco arde,
forçosamente como uma criança tola,
e desmerecendo sua verdade oculta.
Que brota dos sentidos aflorados,
que nascem nas vidas desprendidas.
Mal sabe amor... que teus passos longos,
declinam em meus sonhos, afogam meus dias
em esperanças de futuros beijos,
em um carinho desmedido e sincero,
que mal sabes, amor, o quanto espero por ti.

sexta-feira, julho 18

NDDSS

Deveras fosse migratória,
essa vontade de seguir.
Deveras fosse fim,
a tudo que sempre desejou.
Deveras a força terminasse,
cultivasse a linha reta.
Deveras fosse saudade,
daquele tempo, daquela época.

quinta-feira, julho 17

Telefone

..e o telefone toca,
é a vida te dando,
um pouco de alento.

Discou o número correto?
Sabes que sim,
Não há dúvidas.


Atenda a ligação,
sorria ao falar,
e a vida volta a tomar rumo,
porque o mundo jamais parou de girar.

As vistas tórridas.

o vizinho está
está sempre lá.
Pra que o visitar?
Não preciso me comunicar.

A porta está aberta,
para que me apressar?
Passe livre nela tenho,
nada me impede de passar.

Esse adeus repentino
de onde será?
Se tudo estava nas mãos,
como pôde escapar?

terça-feira, julho 15

Reflexo

- Disfarce e olhe, quem te observa?
- Alguém que chora.
- Porque chora?
- Talvez algo triste.
- Pois sim, motivo?
- Não se sabe ao certo, suponho.
- Então venha comigo, farei melhorar. E só você, pra mim a mais importante de todas as vidas. A única verdade, de todos os disfarces.
- Vejo-os escondidos.
- Sim, estão todos lá.
- Talvez acenar?
- Espelhos não respondem, só repetem.
- Malditos...
- E ferido assim, posso te envolver no meu aconchego. E lhe prometo, eu lhe juro, daqui nada lhe tomará alegrias.

Banho

Banho quente
bochechas vermelhas,
olhos vermelhos
corpo quente.

Pés juntos
corpo cansado
vista cansada
mãos juntas.

Escorre lágrima
fica parte
vai parte
retém lágrima.

Adeus novamente
confusa forma
confuso adeus
Sóbria novamente.

Retorno a mim
fico na dianteira
fico na retaguarda
E fico, em mim.

Desapercebido

Um minutinho de atenção, por favor. Talvez não notasse essa cor linda nos olhos, ou talvez esse colo maravilhoso. Talvez, o coçar dos olhos de sono ou o cuidar das pernas curtas. As mãos pequeninas, as unhas que sorriem.
Essa facilidade de entendero que não lhe é íntimo, mas a capacidade de sublinhar as tristezas da vida. Mas, vamos lá.. ainda existe muito mais que isso. Supera a falta de sorrisos, tira de onde sabe-se lá.. aquela forcinha que sempre vem.
E se cubra, de si mesma. Abrace a tua vida com força, não a solte por nada.

registros

"..teimou em abraçar o travesseiro, como se lhe respondesse o que quer que fosse... saiu novamente da cama, pisou no chão amargo sem sandálias e abriu as portas para respirar. Num quarto de tons removidos, num laço de puro algodão.. debruçou suas dúvidas a rua vazia e com as folhas reclamou da solidão. Descer a rua seria inconsequência, subir a escadaria não iria adiantar. Fechou as janelas novamente, beijou o ar e foi dormir... inconsolável."

três estrelas.

contra a parede
logo ao chão
estrelas azuis
artifícios do ser humano.

no céu, estrelas.
não sei se azuis
não sei se brancas..
essas, amigas distantes.

e na imensidão do mar,
talvez estrelas,
luzes das vidas contínuas,
que teimam não parar.

artificial em encanto,
atemporal por magnitude
e distante de ser eterna..

domingo, julho 13

Easy mode

redoma de vidro,
alcance difícil,
de apogeu em apogeu,
sua escadaria se expande.
aos céus templários,
escritos sagrados,
onde está sua fé?

No bolso o sonho,
a dúvida o cume,
mas basta, lhe basta.
Acabe em tracejos,
mais simples, fáceis.

Da luta divina,
em seu coração,
dos céus em vidro,
da terra sem chão.
Volte a acreditar,
volte a ter razão.

Mais simples, sincero.
Tudo em questão,
dessa forma imaginária
de viver em vão,
e viva em austero,
nobre coração.

ciclos.

o ar enxuto,
e o contratempo.
se coloca pra fora,
do lado incorreto.

leste e oeste,
em vias membranosas,
de crise e aceitação
razão e opulência.

trafegar pelos dois,
residir em apenas um,
a razão contradiz,
e o coração reduz.

sexta-feira, julho 11

Farpa

Como farpa no dedo,
surge.
De onde se sabe,
onde.
Mas não se espera,
não.
Pois farpa no dedo,
some.
Machuca na hora,
é hora.
Daquela aguda dor,
cortante.
Que dói, machuca
e chora.

Pior

..pior que a morte,
só o viver em vão.
pior que a vida,
é viver em parte.
pior que a parte,
é não ter coisa alguma.

segunda-feira, julho 7

Coisas que finjo fazer.

Desafio!
Para de encher
meu saco, por
alguns... poucos
poucos dias.

Oh sim, mas só
se você puder,
puder ganhar de mim.

Já sabia, que não.
Mas não poderia
perder essa oportunidade.

De te ver em desafio,
de contradizer, contrariar.
Posto que gosto tanto.

Ganhastes, desde que sorriu.
Perdi por não saber,
perdi por pura falta.
E só finjo saber..
e só finjo, muito mal.

Ao meu bom e velho amigo

Nas ruas, te vejo.
Do riso corrompido,
aos abraços apertados.
Tento, lamento..
não te ter ao meu lado.

Como ninguém pode,
e jamais conseguirá
te substituir..
Como posso, me acostumar
a ver a sua imagem da
minha mente ao partir?

Meu amigo, onde está você?
Estou com medo, me ajude..
como reprimir a saudade?
Só você pra me fazer entender.

Esse medo de mim,
que as vezes me desconstruiu.
Me diga tudo aquilo novamente,
e assim, dormirei, em paz.

Cartas não escritas

Há tempos que venho querendo forçosamente dizer algumas palavras. Talvez por obra do destino ou pela pura falta de consideração, eu não a tenha redigido.
Já retalhei essa tal forma de dizer em mil pedacinhos, alguns deles ainda tenho salvo em minha memória, outros se perderam pela imensidão dos papéis jogados fora...
Jamais saberei se essa colcha de retalhos irá progredir.
Bem, passei por muitas vezes a me questionar sob sua existência. Talvez porque sempre fora para mim um segredo ininterrupto, do qual, jamais pude sequer levantar o pano para espiar. Não porque desague em minha falta de apego, mas, porque se faz nascente em minha essência. De qualquer modo, sua existência me intriga.
Venho a escrever-te algo que jamais pude, um tudo de forma imaginária, intangível e inerte as minhas aspirações. Pois sim, essas aspirações perdidas.. esses desejos sem vontade, e como existe? Desejo sem vontade? Talvez pelo calejar da visão, essa que se perde no envoltório da vida alheia, da tragédia alheia...

Não ter lhe escrito, ou quem sabe, não te corresponder.. de certa forma me conduz ao meu estado de inércia, pois esse, não me prende.. pois esse, não me machuca.
E assim desdenho da sua flutuante forma, que não me abraça vida.

sábado, julho 5

Calar, calor.


Calar o calor
é o frio do chão.

Calor do calar,
é o enxuto coração.


Pois bem me calo,
calor que fica
e adormece..
memória.

Em cumprimento do velho ócio...

amor amor,
te escondes.
nas muretas
dos dias
nas frestas
das janelas.
na rotina
do ventre.
no frio
ou até na vela.
amor amor,
descumpre novamente
aquele velho
velho plano
Pois, amor..
jamais cumpristes
a sua vinda.
Jamais deixastes,
te visitar.

quarta-feira, julho 2

Ainda caminhando.

Vim aqui onde o mundo é mundo, vim onde os olhares
perdidos buscam um alguém. E me vi a transbordar
renúncias, aos olhos de quem mal me vê.
Desatei as amarras da introspecção, fui buscar
os planos do conhecimento. Esclareci um pouco
de toda aquela confusão, andei como pude, contra o vento.
Se sou ou não sou, já posso afirmar. O que não sou tenho
imponência de falar... e o que sou, parte é dúvida, que
não quer, não quer calar.
Mas a resposta do mundo foi, breve. Só posso ser a mim
como o outro, que busca nos olhos alheios a fonte,
mas bebe de si cada gota, cada pensar.

Andando por aí.

Sozinha, sozinha
a caminhar.

De quadras de bares,
em meu calar.

Perdida e em encontro,
com o meu falar.

Os braços, meus braços
não podem abraçar.

A dor, essa dor
desatino do pensar.

Me abrace vida minha,
me acerte enfim.

Sozinha, sozinha..
a caminhar em mim.

Cores

Gosto da tinta na parede,
da tinta nas mãos da cor perdida nos copos...
apenas em goles aos pincéis.
Cor dividida em si mesma,
dissolvida em sua amena coloração
Gosto do azul que se reparte na parede,
e sua face branca se mostra.

Gosto do vermelho em pingo,
respingo em minhas sandálias
ou da mancha no asoalho,
que não sei bem que cor lhe cabe.
Gosto dos tubos de tecido,
em cores amontoadas num canto
de como juntos o arco-íris resguarda saudades.

Gosto do risco negro no papel,
da sombra que os dedos formam,
do rosto que as vezes não se percebe.
Gosto do tom amarelo da luz, que torna
tudo mais bonito e aconchegante.
Gosto das cores da minha solidão,
quando esta, as vezes... consegue colorir meus dias.

Juras

Quem vai dizer da jura
Jura remota do tempo que passa
Juro quase que sem querer
Um jurar ambíguo, de quem não sabe o que quer.

Talvez não jure, talvez
Se puder não omitir
Tudo que jurei não sentir,
tudo o que perdi.

E que o tempo passe
Se quem jura mente,
A mente, disfarce.

Pois as juras que fiz,
Não tem sequer parte de mentir,
omitir... em disfarce.