segunda-feira, julho 7

Cartas não escritas

Há tempos que venho querendo forçosamente dizer algumas palavras. Talvez por obra do destino ou pela pura falta de consideração, eu não a tenha redigido.
Já retalhei essa tal forma de dizer em mil pedacinhos, alguns deles ainda tenho salvo em minha memória, outros se perderam pela imensidão dos papéis jogados fora...
Jamais saberei se essa colcha de retalhos irá progredir.
Bem, passei por muitas vezes a me questionar sob sua existência. Talvez porque sempre fora para mim um segredo ininterrupto, do qual, jamais pude sequer levantar o pano para espiar. Não porque desague em minha falta de apego, mas, porque se faz nascente em minha essência. De qualquer modo, sua existência me intriga.
Venho a escrever-te algo que jamais pude, um tudo de forma imaginária, intangível e inerte as minhas aspirações. Pois sim, essas aspirações perdidas.. esses desejos sem vontade, e como existe? Desejo sem vontade? Talvez pelo calejar da visão, essa que se perde no envoltório da vida alheia, da tragédia alheia...

Não ter lhe escrito, ou quem sabe, não te corresponder.. de certa forma me conduz ao meu estado de inércia, pois esse, não me prende.. pois esse, não me machuca.
E assim desdenho da sua flutuante forma, que não me abraça vida.

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