quinta-feira, julho 31

Barravento

Como frio pode ser,
se esse frio não me corta,
como pode ser?

Sopra a dor daquele vento,
e eu posso a todo momento
perceber sua aflição.

Quem diria que na rua,
se enxerga a vida dura,
daquilo que não diz sim, nem não.

Daquele que tem o pé grudado,
e nem sequer um centavo,
que a Deus pede perdão.

Mas porque temor e dívida,
se nessa vida nada se paga,
assim com pressa, de antemão.

E eu me pergunto Barravento,
que a todo e qualquer momento,
vê as pessoas em contradição.

Quem corre para buscar a felicidade,
não sabe sequer da maldade,
que tem no coração.

Quem era aquele indivíduo,
que fala sozinho o grunido,
e fuma com ar de precisão.

Quem disse que tudo é felicidade,
que existe magia e saudade,
nas ruas carnavalescas e então...

eu possa dizer de verdade,
existe contradição e desigualdade,
Barravento que sopra em apenas uma mão.

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