quarta-feira, julho 28

De certo que sim - III

diga-me de perto,
com toda tua vida,
que amar é contundo,
mas portanto é o fim.


fale-me de longe,
que tudo é inverdade,
que é falta de amor,
que todo mundo tem.


e aceite essas palavras,
que tão poucas,
quase nulas.


e aceite essas palavras,
que tão minhas,
minhas suas.


e aceite essas palavras,
como tuas vestes,
vista...

De certo que sim - II

A noite em meu travesseiro, quando se fazem todas as incertezas,
digo a Deus que o acompanho, que sua luz me faça mais forte,
que me faça mais digna. Talvez menos humana...
mas Deus não permite minha dor em seus braços, nem fazer-me perfeições.
Então afaga meus pensamentos em respiros de coragem.

Meus dias permitem todo sentir,
e se oscilo nos cabelos
da certeza,
é porque não estou tão longe de chegar.

De certo que sim.

Quando sequer soprasse minhas dúvidas, um lampejo me reergueu. Talvez nem soubesse de que parte aquela luz se faria, mas era ela enfim. Tomei nos braços como uma criança, cuidei como se fosse a última parte de minha vida. Não precisei, nem recomendei ao meu coração que fizesse o que quer que fosse, o deixei livre para ser reconhecido. E nada mais me fez perder o curso dos meus sonhos, nada mais....

segunda-feira, julho 26

Bom dia

Bom dia,

de olhos,
queria.
Bom dia!
ao nascer,
mais vezes.
Bom dia...
dizer já com saudade.

Um bom dia para você,
te vejo mais tarde.


sexta-feira, julho 23

A sorte

a sorte é muda,
e só lhe fala
ao não esperar.

e em maneiras,
todas elas esquecidas,
pelos nossos sentidos,

a sorte diz,
quando somos capazes,
de talvez ouvir.

sábado, julho 17

Rápido

em várias as portas,
entrou na terceira,
cruzou a sala,
retornou da cozinha,
almoçou ali mesmo.


comeu tão rápido,
com mãos e dentes,
faminto de vontade.


e vazio o prato,
recolheu o prazer,
retirou a louça,
e levou a cozinha.


o tapete é cumplice,
do que nada se diz,
por matar a fome alheia,
alheia tão de ti.

Anotações

eu não quero o teu amor,
nem o teu dia a dia,
não quero as tuas manias,
nem sequer seu olhar.


não consigo lidar com a sua vida
assim, tão próxima.
não preservo suas palavras,
só esqueço do teu beijo,
nem preciso lembrar.

sexta-feira, julho 16

Mais humano que de costume.

Nós amamos,
a nos mesmos,
e despertamos
nossos medos,
nos rostos,
rostos alheios.


Nossos medos,
como errar,
e acertar?
O risco previsto,
a previsão de errar.


Nossos medos,
de sermos,
como somos?
E se somos nós,
nós somos outros de nós.
Não somos os mesmos.


Nossos medos,
de criarmos elos,
e mais ligados, vivos
concisos em nossas veias,
perdidos em nossos dias.


Nossos medos,
de incapazes,
capazes de tudo,
até de amar,
amar a si mesmo..
e continuar a falhar.

O Criador

O criador perfeito
pensa, reflete
perplexo.


Moldar o passeio,
passar o de si,
para o meio.


E como faze-lo?
Qual o permeio...
de tal solução?

Saudade, só de saudade.

contei os segundos
do abraço esperado,
rodando no mundo,
mesmo parado.

e aperta no peito,
o corpo apertado,
quando longe é feito,
o abraço esperado.

segunda-feira, julho 5

1

esse corpo que habitas
do que dizes ser teu,
é a forma mais estranha,
que a forma concebeu.
e na mente o que fica,
nada menos, tudo eu.
que depara com o outro,
e conhece aquela tez.
nada fala a tua mente,
que esse corpo infeliz,
é o que és na tua vida,
é o que somos, por um triz.

Conversas tolas

ontem mesmo
me disse
baixinho,

cala-te peito,
pára, agora.

e baixinho
ouvi de volta,

um não,
teimoso.

sexta-feira, julho 2

Ao meu grande amor

assim que puder reatar,
todo meu amor,
eu o farei.

direi que mágoa forte,
não sei de onde nascera,
porque viera, verde.

e que possa entender,
antes que nada se faça,
a sua idade avança.