segunda-feira, novembro 21

Sobre a paciência

Ter paciência é reconhecer sua própria ignorância.

segunda-feira, novembro 14

Aprovação

Não precisamos da aprovação de ninguém,
quando se aprova a própria alma, nada devemos temer.
Nada precisamos, pedimos ou consultamos.

domingo, novembro 13

Há tempos

Há tempos que digo o que penso
sem perceber que participo,
ativamente da dura e permanente realidade.
Que talvez implante jeitos de priorizar verdades,
e mentiras, e tudo mais que houver de ser o jeito.
Há tempos que ando pensando demais,
agindo demais e prevendo demais.
Tudo na mais pura e errônea maneira de ser.

Nesse mundo aqui

Talvez só signifique que o tempo está passando
e que, na vaidade das minhas escolhas, estou ficando só.
Tão sozinha quanto imaginei, tão premissa dos meus dias,
e tão relapsa a todo o resto. Prefixo de coisa alguma.
E releio as palavras antigas, na busca de corrigi-las
mas dali nada errei, nada há de ser consertado.
Fui e sou condescendente com tudo que já passou,
aceito e delibero que perdi batalhas as quais não era preciso vencer.
E ganhei mais palavras pra dizer que agora participo mais,
do que venho a conhecer de minha talvez existência,
de minha participação do que dizem ser esse mundo aqui.


Ao que talvez nem pratico

Ela se apossou de tudo aquilo que construiu com o vasto tempo que viveu ao seu lado. Cada manhã que sequer na dúvida da amizade, construiu o mínimo de civilidade e apreço, pois não existe apoio a mesa breve e fina. Pôs suas mãos nas suas, como quem afagava suas próprias mágoas, e cintilantes iam cobrindo seus medos pelos corredores. Não há nada mais amargo que sentir-se fora, fora de um sentimento alheio, fora de uma palavra amiga, fora de uma aceitação. Tudo aquilo que está a margem de si mesmo, esquecido e repudiado na direção dos dedos que apontam, e em inverdades vomitam arrogância. Por mais que o tempo fizesse uma união, era tão raso sua admiração quanto a força de sua companheira, que para viver estendia-se brutalmente ao respiro. Quem disse que estamos livres de sermos deixados, esquecidos e invalidados, a todo tempo uma atitude assume toda uma história, que despercebida e falecida de sua extensão se vai na brevidade do ato. Ainda que de vez em quando, tento exercitar em mim o esquecimento, no breve que meu ego me despede da humildade. Mas voltando, lembro.... e não há tristeza maior, não existe um orgulho precioso em perceber a decadência de uma relação alheia, e não intimidar-se pelo encantamento -agora seu- onde questiona-se a inquietude do ato miserável ao outro. Suponho que espero da punhalada a beira de meus olhos o mais breve dos meus pensamentos, que os quais preparo num caldeirão de coisas as quais enxergo e possuo. Não me iludo tanto com essas esferas bonitas, onde nas orelhas e nos olhos as vezes tilintam a bondade. Não me sinto, preenchida e pertencente a alguém que não escolhe o bom coração e as limitações dos seres humanos. Por mais que minha alma perseverante e muitas vezes preconceituosa destrua muitos bondosos corações por ai, e que de fato jamais fui a mais clemente e bondosa criatura existente, mas sim, sim fui calorosa aqueles que me foram sinceros. Até mesmo quando achei que no mínimo da convivência, entender o outro é o mais difícil e doloroso apesar de nossas próprias dores e inevitáveis momentos de intolerância, devemos permanecer na justiça e na temperança. Como julgar e praticar o abuso da ignorância com quem fraqueja e reluta aceitar certos jeitos, e talvez esquecer de julgar a si mesmo, na maior condolência de sua já fraca existência. Não é justo interromper uma amizade por vaidade e pouco espírito, não é justo abdicar de sentir-se próximo a quem tanto lhe necessita e permanece, talvez não sejamos fortaleza de coisa alguma, e nem balança da vida que percorre seus olhos, mas nunca, nunca na ignorância e brutalidade.

quinta-feira, novembro 3

sem correções

Como quem nunca escreveu, e como, jamais soubera invadi espaços dentre o que me pudera e o que nem existia. Onde redigia cartas de um coro que não sabia ao certo cantar, e que de fato não conhecia sua melodia, nem sequer bandeira posta para contemplar. Neste mesmo coro, ao qual o mundo inteiro lhe diz perseguir, ostentar e proceder, ao qual o machucado a pele lhe renuncia todos os dias o conhecimento, lhe propõe algo do mais miserável dos seres, a própria ignorância. E onde andar, e como dizer que cantar, no severo das cordas vocais, onde... onde estender a voz sem sequer nas letras, onde jamais fora verdade, não escreve-las... não senti-las