domingo, junho 1

Elia

Elia acordou longe de casa onde todas as coisas eram fortes. Tudo aquilo em que nunca acreditou caiu em si, seu medo de criança abriu espaço e bater forte o coração se tornou diário. Bate a porta sobre os dias, pensava. Nada de tocar a campainha, de certo alguém responde e se fosse, que resposta daria?

Virtudes

Sua virtude é o nosso amor
e me apego em seus cabelos
me perco em suas visões,
sou forte e deslumbrada
mas as vezes insignificante.

Como um ser como eu pode ser contigo?

Despedida

Em mim, onde todas as palavras ficam
o pensamento emerge e muito reclama.
Sou preguiçosa e teimo contra o que sinto
se me transpassa tudo aquilo que desejo
nas palavras me despeço.

Fairfax

Do mais que para bater... e bate, você prossegue as águas rasas. E vem a mim de minuto a minuto, batendo contra tudo aquilo que me petrifica, se estou e em ti me despedaço... é daí onde tudo que me tornei se junta, e por mais que possamos viver nesse embate, você sempre circunda e em meia volta parte novamente.

sexta-feira, fevereiro 21

Ao lado

Do súbito passo ao lado a súbita morte, em segundos. Parou de bater e bate, em segundos nem respiro. E volto.

sexta-feira, janeiro 17

Eduardo

Estava longe e pálida de incerteza. Cobriu as mãos e foi na sua grande aventura, passaram apenas horas para perceber a loucura. Saiu em encontro e encontrou, no beijo incerto a falta de conforto e na maciez do banco a confusão. A casa e os cachorros nos cuidados do vento, na sala uma reclusa e no quarto o sociopata. De remédios, giros de cadeira e falta de roupas, na música forçada e nos sentimentos passados, cada pedaço de um descuido descomunal. Olhou e viu a besteira que além de ser parceira daquela criatura lhe cobria de medo. Medo antes longe de ser preciso ou previsto.
No carro de volta ao sono, a tragédia da recusa. O aceite mal aberto e a volta aos seus.
Ainda bem.

quinta-feira, janeiro 16

Não há

Não há nada que se pense
que no auge da presença
que na parte da ausência
não se permita, se sente.