segunda-feira, agosto 30

como escrevi no papel, página 2.

Perdi minha doçura,
apesar dos meus olhos,
pensarem de tão ternos.

Esqueci de como ser,
e ver quem é visto
com mais compaixão.

Queria, e quero de pedido..
ser-me só e esquecida,
esquecendo o que pedi.

Quando foi que me embalei,
quando jurei?
Partir sem despedidas,
fui covarde e indecente.

As coisas, que chamo.
Se assim são tratadas,
desmerecidas, tolas.

Da briga sonora,
meus pedidos, roxos.
Sublimam meu coração.

Se o tenho perdido,
peço encarecidamente,
recobra-te.

como escrevi no papel

preciso desesperadamente que me ame, como se pudesse amar o bastante.
para que me fizesse amada.
preciso, de tão orgulhosa desse amor, deixar nas palavras a semelhança de teus carinhos.
preciso dizer-me sincera e precisa, de meu amor contundente e insóbrio.
deseducado de seu querer.
preciso como dizer palavras ao dia e abrir a boca para soar o meu apelo,
onde as palavras são comi insígnias
preciso do teu amor, tão erroneamente sob meus olhos. e advertidos pelo meu coração
eles seguem.
preciso ceder a quem fui, retornar a mim para padecer de amor.
como a ingênua esperança.
preciso compor minhas palavras de amor puro, inexistente.
mas insiste de tornar-se perfeito.
preciso da sincera e desnecessária verdade. admirada pela vida alheia,
para conduzir-me vida.
preciso, tão desesperadamente dizer-me. todas essas palavras, para sentir...
para sentir e prosseguir, vida.

domingo, agosto 29

Tudo

certas coisas não surpreendem,
quando chegam sem aviso.
quando se sabe aos poucos,
que você se transformou.

e nada além,
de saber.

quinta-feira, agosto 12

Burrice

Burrice é um pedaço
de madeira enfiado
na sua mão esquerda.

Pra não dizer os periódicos
ditos por aí.

Ontem a noite - II

Estou esquecendo os momentos.


Não me lembro ao certo de minha infância,
certas coisas se foram com o deixar da velha
estatura. E agora?
Parei de crescer.
Parece que tudo passou rápido, esquecido.
Que doer a memória se faz necessário, sim.
Puxar na fina lembrança, coisas que ficaram por lá...


E eu ainda não lembrei o bastante para fingir contentamento.

Ontem a noite

Esta noite tão gostosa, que o ar se torna
precioso em sua temperatura.
Não o ríspido frio da manhã para batalhar,
nem o calor de Dezembro em P. do Flamengo.
Eu encosto a cabeça no travesseiro, sossegada,
e me prometo não calar estas palavras,
para não perder o que sinto.
Nessa curva que os dias fazem, eu me pego pensando...
quando me sinto assim estou viva, e disponho um pouco
de mim nas palavras.
A única maneira de prezar pelo mundo,
é quando o percebo em mim.

segunda-feira, agosto 9

Gentil

Eu não escrevi em Agosto,
o que deveria dizer em Abril.

Eu não segui as minhas palavras,
como se pudesse segura-las em meu coração.

Eu não abdiquei de dizer que te amo,
só porque não disse.

E não parti todos os meus dias em horas,
para ser-me gentil...

Acordando e lutando II

pedi-me,
Deus de toda luz,
impeça-me do pior,
fala-me nos ouvidos,
as rotas de meus caminhos,
as longas horas de andar,
para ser-me chegada.


além de seguir,
Deus,
contenha-me,
de perder toda a prece.


de pedir em vão,
agradeço baixinho,
as mesmas frases,
que cunho na mente.


peço-me imensamente,
mais que inconstante,
permita-me de toda força,
para permitir de ir,
para prezar de ficar.

Acordando e lutando

acordei no meio da noite
com medo dos olhos abertos,
pensando no escuro,
no escuro das horas....

valeu-me em aceso,
que nada pudesse,
perder-me de vista,

e perdi as horas,
tentando me encontrar.