quinta-feira, novembro 20

Não me importa

Saí a procura das tuas mãos pelas ruas, nada me parecia..
corri nos becos e travessias, pelas ruas da madrugada..
pelo horizonte perdido, pelo mar que te abraçou.

Ninguém me deu notícias da sua alma inquieta..
do seu olhar que me conhece, do seu caloroso sentir.
E eu fiquei a sua espera, sentada no meio fio.

E na rua do tempo passou tudo quanto era sentimento..
a paixão corria apressada, o amor eu nem enxergava..
mas veio a raiva e o rancor, veio a mágoa e a tristeza,
todo mundo no mesmo lugar, um atrás do outro...

Mas no fim meio escondido, meio tímido e recuado,
estava o carinho, pedindo que alguém o resgatasse.
Ele sim sobreviveu aos desterros dessa cidade.
E cruzou a avenida sob meus olhos.

E corri sem saber dos carros, atravessei sem saber da morte,
derrubei a mágoa, a raiva, o rancor e a tristeza.. e salvei o carinho das mãos do tempo.
O segurei com toda minha força, e deixei que o resto decaísse...

Não me importa.

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