sábado, dezembro 5

Alberto Rosas III

Desde que suas mãos ao meu rosto áspero,
do que não se fala nem entretêm,
sou dureza em desalento.
Uma espécie de velho mendigo,
apego aos velhos trapos dissolvidos.
Grudando os dentes em podres escolhas,
olhando pro mundo como um qualquer.
Sou da voz que assobia meus sonhos,
não do tempo em que escutar era miséria.
E em meus laços de infortúnios prazeres,
és a maciez de um olhar esquecido.
No que tange minhas expectativas,
és a verdade de meu submundo.
E largado em ti como a mim jamais pudera,
vivo das cordas que tuas mãos dedilhavam,
esperando que toques para mim novamente,
e que nada reduzisse sua alegria a uma projeção.
Se conto o tempo em dedos minúsculos,
é porque fostes das horas a minha precisão.
Onde assertivo escolhia os pequenos,
em minutos dos quais procediam seus sonhos.
Travo meus pesadelos em contos finais,
e morro de pena da minha calmaria.
Por mais absurdo e desconexo sentir,
não me obstino de nada que não te proponhas.
E durmo o sonho dos rejeitados.
Presumo jamais cobiçar-te novamente,
até que esqueça o que presumi.
E lembre da força da tua lembrança, dormindo.
Caindo no mais tardar de suas lágrimas,
onde sozinha recobres a vida.

Um comentário:

Lília R. disse...

verdade, taurinos nao podem amar.