segunda-feira, novembro 22

Quase nada, pra tanto.

Quando pensei que fosse o bastante, jamais seria. Todo dia recuo nessa vida tentando me dizer a maneira correta, e deslizo nas coisas que a vida traz. Me desespero com toda essa hostil maneira de viver, não há nada que se hesite de toda essa exatidão. Ser humano, difícil e insensato. Por vezes pedi que me dissessem as respostas, clamei pela altitude das palavras, e briguei com todas aquelas que me apedrejavam. Qual a certeza que tenho disso, se existe alguma certeza para se dizer na vida, morrer é breve demais para acertar. Já tentei entender porque caminho nessa maldade toda, porque dos outros as tristezas me partem em pedaços, porque dizer adeus a tudo em que se acredita, se reinventar é um trabalho para poucos.
Já temi falecer de minhas duvidas, tenho medo de perguntar de menos, tenho medo desse amor que acho que sinto, amor pra mim não tem sido muita coisa. Não vejo amor nas pessoas, nem sequer a sombra do que isso significa. Só sinto a doença se espalhar, a mentira conduzir e o mistério do futuro produzir repudio e veneração.
Eu não sei mais dizer se sou infeliz, feliz ou sou humana. Sou uma espécie de pessoa que no lapso dos dias esquece a vida e tudo que ela diz respeito. Já não canto as canções de antes, não falo as belezas de amanhã, não digo a mim tanta delicadeza, quando digo sou tão incapaz que minto. Prefiro me recostar no imaginável, e quando penso que estou longe me sinto mais segura. Não ouço que estão morrendo aqueles, aqueles que necessito. Necessito de todos, cada pedaço que reproduz essa figura descrente que dilacera aos poucos.

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