terça-feira, maio 22

Doze sóis - II

Contei que andei tão longe que esqueci o quanto percorrera? Na memória falha de minha vida, nem nos dentes raízes criei. Não fui a intensa pessoa que flutua sobre a bondade, não fui o pacto de minhas palavras, muito menos a sabedoria dos mais antigos. Só flutuei num mundo de doze sóis, e que nos pés os trago do seco ardor. Nas cruzes que ainda enxergo, o doce e molhado esperar que sempre me consola. E assim que aproximo as mãos ao cumprimento, arranco o espinho da sede. Bebo a água das distâncias, esquecendo a cada segundo por onde cheguei, de onde parti. Que caminho é a vida dos que padecem?

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