domingo, novembro 1

Ele furta minhas forças

Me furta as forças,
como abres minha casa aos domingos,
e rouba todos os meus tesouros.

Furtando cada encher dos pulmões,
minha antiga caixinha de música,
meus dez anos de tanto quanto.

Meus escritos mais queridos,
dos mais longos e restritos,
dos mais singelos e amados.

Me leva tudo que produzo,
reduzo a face de minha normalidade estática.
Sou só descanso do cansado que é viver.

E se por acaso se despede,
é com o acabar de todos meus pertences,
destruídos ao chão de minha varanda.

Dando adeus a tudo que me embala,
dando até logo a próxima investida.

Nenhum comentário: