sábado, abril 10

Ele e seu ofício.

Estava a passar, olhando o frio se descompor.
Talvez nem tivesse tempo o bastante, nem vontade.
Não olhasse para outro que fizesse sentido, nem tempo.
Você passava na linha amarela, com as mãos ocupadas
e as costas curvas. Colhendo o que dos outros deixou ao desuso.
Nem olhos, nem olhares. Nem presentes, só migalhas; sujeira.
Na chuva tudo se misturava, decompunha e untava.
E você colhendo a discórdia dos outros....

Nenhum comentário: