terça-feira, outubro 18

A ignorância alcançada

Outro dia mais, em que vou caminhando sem me dizer verdades. E na ignorância do meu egoísmo, sou ferida e suspiro em vão. Caminho sozinha e chateada, como se qualquer parte de mim pudesse dizer tal estado. Digo as ruas o meu despejo, e a resposta é um frio cortante e certeiro. Paro e penso novamente na virada cardíaca, onde invento que sinto muito ou quase nada por uma estória controversa. Penso o quanto insisto nessas falsas promessas que me faço, e no pouco que me inventam rainha. Sou coroada a mais boba, a mais desnecessária e lacrimosa criatura, depois de ver-me em brilhos rápidos, volto a ter os olhos escuros.

2 comentários:

Taciana dos Anjos disse...

"depois de ver-me em brilhos rápidos, volto a ter os olhos escuros."
a tristeza fica bonita nas maos do poeta. como dizia leminksi :
Um homem com uma dor

um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegasse atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha
ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra
Paulo Leminski
nao cabe em totalidade ao seu poema, mas cabe no fato da tristeza e sua transformação na escrita pelo poeta...

Jamile Marcellino disse...

Nossa, que bonito isso.
Não conhecia,

obrigadíssimo!