sexta-feira, setembro 9

Contentamento

Entrei e vi aquela mesa com uma pessoa, que de prontidão já exalava a saída. Não que eu a pusesse para fora com meus desejos, nem com meus olhos castanho-pedintes. Ela se foi e vagou um lugar ao lado de uma janela, poderia ver o dia enquanto me recostava por ali. O banco era de um estofado vermelho que me lembrava as frutas de minha cidade, tinham botões em seu centro que tornavam o acolchoado parecido com um botão de flor. Fui me aproximando para que não houvesse ninguém entre meu delírio diurno e esses menos de dois metros da rua. Andei e senti o mundo parando ao meu redor, pois não havia percebido que podia ser-me com tão pouco. E agora ponho minhas mãos nessa mesa e sento-me devagar. Sinto a madeira reclamar minha pele, e meus olhos descerem as vistas. Estou sentada, é tão aconchegante quanto imaginei. Mas de inesperado tenho receio de ver lá fora e o brilho do dia ofuscar meus olhos.

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