domingo, setembro 11

Por quase trinta anos.

Entrou e sentou em seu lugar. Um banco enorme de madeira rubra, em cruz passou-lhe as mãos e aos céus rendeu seus olhos. Fechou os olhos e uma prece baixinha pediu-lhe; guarda a vida daqueles que amo. Ao voltar das vistas, a frente um homem estranho. Sua estranha maneira de existir se juntou ao momento de prece, num ato incomum, mágico. De levantar-se, o vestido arrumou e olhou-se como um todo, estava incomodada. Ao mesmo que o outro levantara, um sinal ao rosto cobriu-lhe de confusão e então, até a porta daria seu adeus silencioso. Andando ao mesmo que pensando, alguém lhe espera do outro lado. Como pudera? Mais uma vez, confusa rendeu-se a uma conversa estranha, em que em um café conhecera o tal outro. Que jamais existira, de café a conhecimento.
Apesar de um tímido sorriso e um sorrateiro modo de conhecer-te, o fim ao longo iria lhe manter longe de tuas expectativas. Uma aliança, a bendita que lhe acompanhara. E se pensar que o outro a guardara em seu dedo, que não, era tua a aliança. Que num arrasar dos gestos despediu-se do outro, tão frustrado quanto nossa heroína, que separada a dois anos e ainda usara a aliança que já do seu dedo fazia parte.

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