quinta-feira, agosto 4

Esse estado

Esse estado ao qual penso que transito é sempre o mesmo quando estou em êxtase. Os sentidos todos fluem em uma maneira completamente sufocante, tanto que me esqueço do quanto que escrevo e acabo escrevendo mais e mais. Fico na duvida se escrevo sozinha, engulo a seco todas essas perguntas. Meus olhos ficam duros e cerrados, parece que não cruzam muitas coisas alem de meus próprios dizeres. Fico rija como o chão que sinto pisar e a pele fica estranha e áspera. Quando escrevo no papel as linhas brancas acabam com meus olhos, a tinta reclama algo que eu não espero que conduza bondade e afinidade alheia. Não entendo porque tento agradar tanto e ser agradada com tudo que tento colocar aqui. As vezes acho que nada disso é motivo algum para quem quer que seja, muito menos pra mim. Estou escrevendo palavras que possivelmente sejam ditas pelas minhas preocupações, pelos meus anseios e por essa falta de ar estranha que me acomoda quando fico impressionada. Tudo parece que contribui para que cada vez mais se formem, todas elas, aos poucos conduzindo, remetendo, relatando, o que talvez seja impossível de tornar tangível. Todo esse frenesi esquisito que passa tão rápido pelos olhos da mente, esses que enxergam coisas inacreditáveis, e que jamais dormem. Nunca dormem de enxergar tudo, tudo isso que meu cérebro não consegue chegar perto, nem sequer nos milímetros do entendimento dessa complexidade. Tudo isso me mostra o quanto estou perdendo cada dia mais as forcas do que deveria acreditar e, possivelmente, tornar-me quem sempre fui. Pois sempre fui alerta e descrente, não corrijo nada que não me seja completamente meu. Nem me sinto na bondade de dizer que sou aquilo que pensava, nem chego perto de dizer quem é essa pessoa que vos fala. Vou caminhando entre esses espaços que as palavras me deixam respirar, se toda vez que prendesse a respiração por ver uma palavra deixasse de entender o que elas realmente significam, eu morreria a cada vírgula deixada para trás. Isso porém não faca sentido algum depois que possa ler, na volta que esse entedimento me chamar, não vou entender como ler a minha fala mais esquisita. Não vou saber traduzir nada que não seja neste exato momento, pois a forma com a qual me conduzo agora não serei daqui a alguns segundos. Não lerei nada e verei o mesmo vasto manifesto sobre meus pensamentos. Só verei algo que não compartilho nesse que retrato. Outro dia me parei, hoje me paro novamente admirada e impressionada. E é isso que gosto de manter dentro de mim.

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