quarta-feira, setembro 24

E amanha, tudo será diferente.

Você vai olhar o espaço vazio na cama, vai ver o azulejo que não mais aprecia aquele calcanhar..
vai perceber que a louça está limpa e o chocolate ainda sobrevive na geladeira. Vai perceber que a coberta muito lhe sobra e a pasta de dentes parece não ter fim.
Vai acordar tarde sem saber onde está e acordar cedo sem saber o porque. Vai acordar de madrugada sem poder abraçar quem quer que seja, e ouvir o som que vem do corredor, vazio.
E Andar sobre a madeira e o granito, fechar portas e abrir janelas, pois amanha o sol nascerá novamente, e a chuva cairá devagar. As flores nasceram sob tua janela, e as folhas vão cair sobre o passeio. A cozinha será amiga, o banheiro será companheiro e o quarto, só lembrança. Quando o amanhã disse que iria chegar ele não avisou de suas peculiaridades. Não falou sobre a roupa suja que não mais se acumula, não falou do perfume que o banheiro não exala, nem do cheiro de sabonete no corpo, esquecido. Nem das mil vezes que dançara aquela música, nem do abraço de boa noite e o beijo de bom dia. Esqueceu também de dizer, de dizer... adeus. Ou até logo, até breve... E olá, ao novo amanha, cheio de estranhos vazios.

Nenhum comentário: