quinta-feira, setembro 11

Relatos

Hoje não estou afim de escrever nada de sol que se põe ou de cantos matinais. Hoje quero apenas fazer um relato de minha solitária beleza. De como posso ser feliz ou infeliz dando minha cara a tapa. Pois quero, ser como posso e nada mais. Poder dar risada de tudo que me faça sorrir e ficar deprê, sempre que der, só para contrariar o meu sorriso diário.
A tristeza é nobre, mas não há nobreza em sofrer no ombro do outro. Há nobreza em sofrer sozinho, em enxugar as lágrimas de um lamento solitário num banco qualquer, de uma praça no centro da cidade. Isso é nobre. Chega de explicações diárias sobre os desalentos de uma alma perturbada e inconscientemente louca -ou consciente?- que seja.
E a felicidade? Maldita que se esconde, dobra a esquina a cara vez que cruzo a avenida. Mas tenho o sabor de seus ventos em minhas papilas, a mais pura e deliciosa beleza, de sorrir sozinho. O incrível é olhar para os lados e não ver ninguém, ninguém que se conheça a sorrir em conjunto, nem por isso ser um sorriso menos valoroso. Penso que os sentimentos solitários alavancam perguntas e respostas incríveis. O amor sempre vem me perguntar porque não me apaixono, a tristeza sempre me pergunta porque não a deixo, o medo sempre me rodeia com suas respostas rápidas e a intenção - coitada -, sempre fala baixinho no meu ouvido nada tuberculoso. As vezes consigo minhas respostas num clarear de estrelas, como faíscas que aparecem. E num estalo tudo se encaixa, e então finalmente consigo. Benditas lantejoulas radiantes.
E digo adeus ao meu tormento.
Bye bye!

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