segunda-feira, maio 5

Em desapontamento.

Dei desculpas o bastante, tantas, que nas mãos não cabiam.
fingi ser boa o bastante, perdi meu tempo.
Gastei a verdade dos outros, matei o olhar de admiração,
furtei o brilhar dos olhos castanhos e o ar de devoção.
Em preço, paguei o bastante, tanto que nem minha vida pagaria,
em instantes, de flor que desabrochara, era eu a planta com erva daninha,
e definhei em poucos, eternos instantes.
Cobri as cores e não deixei a luz entrar, adormeci um broto de calidez rubra,
e deixei a beleza se calar. Calei o ventre do crescer em beleza, deixei a falta
em mim transparecer, e fui, fui eu quem fiz tudo isso... em desapontamento
a outro ser, outro, que reflete nessa parede, e reflete, em demasia viver.

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