sexta-feira, maio 9

Releituras.

Primeiro ato,
Quem aceita e define, murmúrio. E se diz, que sim, que acontecera e foi, verdadeiramente em ato. Traição por intermédio, por fino e duradouro trato. Crianças se conhecem, se fitam na adolescência, casam suas vidas e destroem seus laços em anos. Talvez a maledicência de uma boa esposa, e a controvérsia de uma excelente amiga. Quem possa responder ao ventre das perguntas, ou a resposta infame.
Segundo,
E se talvez, houvesse uma mulher dentre os vales de trigo aos cenotes, entre a Lua e a flor que te escondes, a guitarra que tocara em seu corpo perfeito ou os arroubos das noites ao furtar retratos, onde não sabias o rosto da mulher amada.
E foi, porque ela fora. Sem saber de suas foices e tracejos, seu doce relâmpago de carinho e suas investidas em novos caminhos.
Terceiro,
Já aqui, ela seria tutora de suas idéias e regida por um velho tio. Agora toma a vida em suas mãos, pisa no coração daquele que te dizia amor, e pagou, caro por seus desejos. Com o orgulho nos dentes e o rancor em sua alma, lhe tira amor do peito, e lhe prevalece raiva. Quando compra-lo era o bastante, ele em débito surtara planos, e lhe devolvera em honra, lavar a tua com o pagamento. Pagou com amor.
E último,
Ela nem acreditara, a mais descrente das mulheres. Seguia com o olhar a procura daquele, que fosse sua paz. Jamais encontrara. Frustrada e indolente, agora nem ao menos enxerga suas fontes, seus amores ou suas dores. Incorpora a vida como um andar em descompasso, e vai, a deriva das sinuosas ruas. Não se dá, nem se prende. Mas imagina, apesar de perder o foco... por muitas vezes.

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