quinta-feira, dezembro 6

Nina

Acordo com um pouco
de dor de cabeça, de uma
noite mal dormida.
Coberta de pensamentos incessantes
e um show do Radiohead na tv.

Mesmo assim, acordo feliz
radiante e esperançosa.
Nina logo se aproxima
ela sabe o quanto gosto
quando vem me dar bom dia.

Recosta-se sobre meu braço e pede carinho.
É tão simples agrada-la
e muito dificil entendel-a, as vezes.
Por instantes não quero levantar
nem falar, muito menos me mover.

É um momento de profunda
preguiça mas se intensa reflexão.
A cabeça não para, produz os mais
indefiniveis pensamentos à todo o
tempo.

Me cobre de dúvidas e me tira o folego.
Logo recobro a consciêcia,
ela retorna e traz um pouco
de ar aos meus pulmões fracos
e oprimidos diariamente.

Sento sobre a cama, e a observo.
Nada lhe preocupa, a não ser quando não estamos aqui.
Sente-se feliz, radiante e observa atentamente
cada pedacinho da casa e cada ser que nela entra.
Como eu, naquele exato momento.

Seus passinhos são leves, seu pelo
brilante revelanto assim
um anjo de candura, como diz
a mamãe, posto pra nós a cada dia
e a cada instante.

Gosta de tomar sol nas manhas e
do vento que toca seu focinho pequenino
assim o levantando e fechando seus olhos
de amêndoas brilhantes, sentindo
a brisa lhe abraçar.

Engraçado e inebriante, observa-la
diariamente numa luta incessante
contra a própria doçura.
Carinho é seu nome, dengo sua profissão.
Profissão essa a cada dia mais especializada.

Logo esqueço do mundo
dos temores e da falta de ar.
Só me vem a mente a simplicidade
de Nina, e como ela é feliz por
estarmos felizes.

Dizem que eles entram em
nossas vidas como anjos,
e ficam permanentemente.
Cuidam de nós, oram e rogam pela nossa
felicidade, paz e desmedida segurança.

Eles que por muitas vezes nos olham
sem motivo algum, mas exergam
além de nossa face, do nosso sorriso forçado.
Vêem nossas dúvidas, temores
e inconstâncias.

Vivendo a vida em ritmos estranhos
vidas estranhas, vididas
diariamente como se fosse
uma guerra contra o tempo
tempo ocioso e vencedor.

E por mais infundáveis
que sejam nossos temores
eles, simplesmente
recostam-se sobre nossos braços
ombros, pés alma.. e coração.

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