terça-feira, dezembro 25

Órbita incandescente

Giro numa órbita sem fim, meus olhos agora
se perdem aos poucos como o esvair do dia.
Esqueço o assunto, somente vibro sobre minha
plenitude visual. Esqueço até de mim, não me sinto.
Perco noção de tempo espaço, dialeto, companhia
e humanidade. Só vislumbro o infinito.
Nele vejo o girar de meus dias, o futuro promissor
a mais-valia de cada dia e o fruto do intenso ardor.
Acima os pequenos pontos de luz, cósmicos. Ao seus
pés, o mar a banhar sonhos incandescentes, e o
vermelho deixou seu lugar de fora sobre o afago do sol
e as nuvens cinzas se desprendem formando um tapete de
areia sobrevoando meu campo visual tão perdido.
Perdido num mar de contemplações, sob uma ótica
maleável, sobre futuro, passado e presente que se unem
para se abster de segregação, se unem para findar meus
olhos na vida, vida de muitos anos prosseguidos, aguardados
e vividos.

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