segunda-feira, agosto 18

O Bobo

Sempre te achei um bobo,
até quando me apaixonei por você.
Soube que no seu dançar a corte,
estariam as minhas palmas a sua disposição.

Seus gracejos de veludo,
sua veemência e auto-confiança,
tudo isso em palavras difíceis
e balançar do corpo.

Talvez a minha forma que assiste,
não tenha entendido o bastante.
Até que ao recitar um monólogo,
pude desvendar tua compostura de bufão.

E de lá eu assisti a sua delicadeza,
e de lá, vi toda sua sincera inspiração.
Vi que bobo é aquele que ama a vida,
e não tem medo de ser com quem, por que
e para quem realmente se ama.

Ser bobo na vida é viver,
é compreender por perder,
por perder quem se ama...
é ganhar sem vitória.

É perceber nos mínimos detalhes,
na dúvida, na concentração e na espera,
é contentar-se por diminutivo,
e sorrir por caridade, a si mesmo.

Ser bobo é conhecer e desvendar,
o que nos olhos de outros residem,
apesar de todo esse calar...
esse nosso calar cotidiano.
Escondendo o Eu te amo.

E hoje lhe conheci no salão,
toquei a tua veste aveludada,
e dancei contigo sob a plateia
dos mais relevantes da corte,
o céu, as estrelas, a lua e o mundo.


Obrigada.

Nenhum comentário: