quarta-feira, agosto 20

A quem se ama

A quem se ama, se ama?

Se ama por destino, latitude ou conclusão..
Por tempestade, ódio ou confusão ?
Por inconsciente, amizade ou combustão..
Por química, física ou linguajar?
Se ama por tempo, espaço ou paciência..
Se ama de longe, de perto ou ao lado..
Por vontade, verdade ou passado?

A quem se ama, se ama por amar o que?
Uma vontade, um querer..
se ama por continuidade, por comodidade ou lazer?
Por casualidade ou por falta do que fazer?
E se ama por maldade, por crueldade ou sem querer?
Se ama pela vontade, pela disparidade do saber,
pois quando se ama de verdade existe mesmo um saber?

A quem se ama de verdade, só se ama com vontade, se houver um entender.
Pois há verdade no amar, há verdade na própria verdade de quem de diz amar?
Ou o amor é só uma palavra, só uma fachada que todos usam para se auto-afirmar...
Pois se ama com bondade, se ama com verdade, ou se ama por falar?

A quem se ama de verdade, há enfim pedaço em falta dessa verdade do falar?
E se ama um olhar, descobrir que no calar.. existe a possibilidade...
A quem se ama num beijar, só se sente quando há um tremelique de saudade?
Só há amor em verdade, se sobreviver a vontade de ser e estar?

Como conjugar o verbo amar?
Se eu te amo e tu me amas, somos então o próprio amor?
Que ser se apodera dos sentimentos, que realiza o contratempo.. de dizer que és puro?
A quem se ama tudo pode, a quem se ama tudo é verde... claro e amenizador?
Ou o que se ama é uma vontade, percebida numa pessoa que a sua verdade capturou?

E descobrindo aos poucos, somos todos, todos loucos.. por esse tal de amor.

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