quinta-feira, junho 19

Contos

Eu conto, contei sobre várias vidas, que eram minhas.
Vidas não vividas por mim, não em pele e vistas... vidas que vivi sem ao menos precisar estar por lá, mas sim, residi em todas elas. Tantas histórias de amor! Ah, tão lindas.. tão tristes.. o amor é belo quando triste, a tristeza do amor serve para dar recobrar o que se sente com saudade. A propulsora desse tal sentimento. Contei sobre férias, férias do pensamento pois esse, precisa ser liberto, imune a preceitos, arredio a correntes e comparsa do sentir. Cantei sobre luas, flores, dias... o sol, que brilha e encanta. Tanta vida, contada, cantada.. amada. Tudo que se pode repetir com sinceridade, produzir sem realidade, Mas pois! O que é real? Pois real, é o que se ama no pensar. Real, é o que se sente no peito. E essa realidade incondicional, não se tira com as mãos, mas se tira, sim, com outras realidades. Quando não convergem... não se fundem. Daí o real é apenas, imaginação. Contei, sobre eles, aqueles que tanto nos cercam. As pessoas, tão confusas tão difusas em si mesmas... as vezes, seus segredos e costumes, por outras seus momentos mais sinceros. Graças, a mim, enfim.. pude assistir a tudo isso. Nem choro, nem vela.... apenas a imensidão do mergulhar no outro, essa espécie desconhecida, desprovida de atenção. Atenção? Sim, se conhece por desperceber, não sabemos qual a cor dos seus olhos, já viu as estrelas que lá residem? Pois bem, conhecemos por desperceber, talvez por comodidade talvez por "as coisas serem intangíveis a palma da mão".
Contei, por momentos meus. Não precisei dizer em palavras simples, só fui em mim.. certeira. E quando ler qualquer fragmento que seja, vou sorrir em sarcasmo, dessa metáfora da vida, essas palavras estranhas... confusas. Sim! são minhas, só minhas.... E conto, sempre. Conto sobre meus contos, meus sonhos... e aflições. Detalhes dessa vida que não passa tão assim, despercebida.... pra mim.

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