segunda-feira, junho 9

Sempre.

E ela pega o ônibus,
aquele mesmo, de antigamente.
Senta do lado esquerdo do mesmo,
na janela tem o mundo nas mãos.

Quando se despede da estação,
abre seu livro de viagens mundiais,
de amores intensos, versos e carnavais..
de frio e medo, de luta pela paz.

Esquece a Paralela vida tão rotineira,
esquece os prédios e as construções,
conhece o caminho sem sequer olhar para os lados,
conhece o caminho na palma da mão.

Sobe o viaduto, luz e o virar da atenção
desvia para o retorno rotineiro,
sobe a via onde Piatã se faz.
Na ruazinha estreita, conta os minutos.

Logo chega no paraíso, logo ali.
Logo ali onde o vento lhe sopra a paz,
onde larga o livro de mão, como sempre faz.
Fica ao debruçar na janela, em êxtase repentino.

Como é delicado o vento,
lhe beija a testa em afeição,
lhe chama para lembrar da vida,
lhe ama como nenhum poderá.

E o paraíso dura por alguns minutos,
e volta, volta pra vida rotineira de lá.

Nenhum comentário: