quinta-feira, junho 12

Sonhos desfeitos.

as vezes durmo sem querer,
me vejo em ruas estranhas,
mistérios de esquinas geladas..
pessoas que conheço, mas nunca vi.

e toco um corpo desconhecido,
mas não toco todo seu ser,
abraço o vento do corpo amigo,
e me vejo novamente, sozinha.

o grito não sai com qualquer força,
a voz se cala nas tentativas irreais,
a curva do som esqueceu minhas cordas...
eu não consigo falar, não consigo dizer.

roubo um amor de quem era,
de quem foi amigo do peito meu,
e arranco as entranhas daquele sentimento,
ponho na mesa, corto em pedaços... mas não engulo.

tento dizer àqueles que amo,
mas só em um abraço minha voz se faz,
e digo adeus com os dedos inquietos..
e fujo novamente, vou embora sem mais.

eu corro tão lentamente que nem tento,
ando descalça nas ruas, nua nos pés
nua em pensar... liberdade nos olhos.
tudo que preciso tenho as mãos.

em meus sonhos sou aquilo que quero,
neles meus mundos criam certas possibilidades.
Sou a única protagonista de meus medos,
os temo, os supero.. quando me é vontade.

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