terça-feira, junho 3

The rain song.

O que cresce na alma quando o solo toca, é a dúvida da alegria quando o vento surge. Talvez o amor que jamais pudera sentir, nas flores em broto, possa tocar. E se no ventre na luz que o teu corpo emana, puder sentir a vontade de parte de ti, gostaria de ver toda paz que me traria, a qualquer tempo que o destino me desse.
Nas estações as vidas se formam, as vezes se quebram, mas nunca se deixam. E o sopro de vida que ainda me resta é a vontade de tecer meus planos, a cerca da verdade. Falar com os olhos é a fonte de toda delicadeza, daquela que só se entende aos olhos de quem ama, e a vontade de dizer o que se espera, é imensa. Mas não se diz o bastante com as palavras.
Assim como na vida os passos são decisivos, o inconsciente busca a vontade primitiva, aquela que não esquece o inevitável, mas remete o conhecimento daquilo que se deseja. E a minha vida não conhece mais o inverno, quando se faz verão em todo meu ser, se perdurasse toda essa energia positiva, seria a única paz que desejaria para sempre.
Mas para adentrar na casa da felicidade, é preciso bater na madeira em suave, a espessa porta do conhecimento, traz tudo que está fora para o centro de ti. E a dúvida da janela que ficou aberta, é a certeza de esquecer os perigos de outrora. Se a verdade de ser feliz é única e invencível, não existem janelas o bastante para amedrontar-te.
Talvez dissesse o que queria dizer, e a forma que o meu corpo se move, tudo diz. Mas a saudade daquilo que nem mais se espera, é o que deixam as estações ainda maiores. E elas esquecem que o tempo é curto, e elas não consideram os anos que se vão, elas voltam para aquecer e amenizar, a dor e a alegria que reside nessas almas. Mas não cansa o sol de nascer, nem as flores, nas manhãs. Não esquece o vento de sussurrar a noite, nem as folhas ao cair do secar. Tudo se conecta ao passo que o tempo fala, e ele diz o bastante para se aprender aos poucos.
E ele passa, te toma os planos das mãos e os dias nascem e a vida floresce, desabrocham as vontades e morrem alguns argumentos. Apenas alguns. Do que te resta, é o aproveitar de todo o fim. Do fim, que surge sem ao menos mandar uma carta. O fim, para um novo recomeço. Onde a vida pede para nascer novamente, e nasce radiante. E os ciclos se fecham novamente, para outros nascerem.
Talvez não exista o amor em pleno ajuste, porque a alma não cabe no corpo que deseja,
e não aceita a vontade que não lhe condiz. Ou talvez o amor nem precise de certezas, como as estações. Como surge e vai embora, para outro lhe tomar posto. Modifica suas características, esfria em Junho, aquece em Dezembro. Mas jamais deixa de existir. Desata sobre a vida daqueles que estão a mercê. Bate na porta dos perdidos, vai embora da casa dos que pensavam o achar. Derrubam uma chuva de fina forma, mas chove dias sem se poder ver a lua. Onde a lua se fazia cúmplice das vidas que se entrelaçam.
Quando a mente pensa na vida, ela deseja algo tangível. Mas o pensar é intangível e esmaece a verdade do coração, aflito. Busca o que lhe pode acolher, não o que o acolherá. E a vida quando pensa na mente, a diz para retornar a sua vontade inconsciente. Que busque entender o sentido do sentir, a vontade de viver. Se pensar é a única saída para ser livre... Pois na vida nada termina, pois nada se perde. São meses que têm data para chegar, para partir... são como a chuva que chega sem pedir permissão, e vão de lá da janela quando se dorme.

Um comentário:

L.r disse...

4 letras e um sinal:


P O H A !