quarta-feira, março 5

Aquele mar.

Sentei-me sobre a areia, daquelas vezes em que só se quer respirar um pouco do ar da praia. Um descanso para os olhos, um acalento para a mente e um afago, ao desafortunado coração.
Olhei para aquele grandioso mar, que por tantas, tantas vezes foi meu único amigo. Único que soube a verdade do meu olhar, que soube me dizer o que queria ouvir, soube se calar quando precisei... e me escutar, chorar as pitangas sobre a areia.
Já vi o sol ir embora devagar, os coqueiros ao longe em contraste ao fundo amarelo cádmio, que me faziam brilhar os olhos. O laranja que se misturava, amarelo-laranja quase tocando o azul celeste, o azul marinho que se fez horizonte para mim, se fez, porto seguro.
Quantas vezes, escrevi meu nome na areia. Sem ter como escrever outro perto dele, sem colocar corações e florzinhas em volta, sem suspirar de saudade ou reclamar de lamento. Apenas fui, para esquecer-me um pouco do cotidiano, esquecer das dúvidas... só pra me sentar ali, só, como tanto gosto. Andar um pouco sobre aquela maresia, que me embriaga, molhar os pés na água tão gelada e levar pra casa uma pequena concha branca.
Se por todas eu pude respirar enfim, seja lá por vezes em que precisei tanto daquele mar, absurdamente de sentar naquela areia fofa... ou sentir aquela brisa gostosa. Seja lá para esquecer, para me sentar ou quem sabe, só chorar... que seja meu amigo, meu horizonte, aquele que me dá saudade por mais esquecida que esteja, aquele que, me dá angustia de não te-lo por perto, apesar de tão próximo estar.

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